24 anos depois da queda do varandim do “velhinho” Alvalade, o Sporting voltou a assinalar o Dia do Leão e a lembrar aqueles que morreram de Leão ao peito. Não só o Paulo e o Zé, mas também Rui Mendes e Marco Ficini. E, este ano, foi prestada uma justíssima homenagem ao Dr. Domingos Gomes, na altura médico do FC Porto, que foi o primeiro a socorrer dezenas de adeptos do Sporting, mesmo sob uma chuva de insultos por parte de alguns imbecis.

“Estes são leões que o Sporting nunca poderá esquecer. Quando se fala de violência no desporto, nesta casa nunca os vamos esquecer. Para mim tem um significado especial, estava em Alvalade tal como estava no Jamor [no incidente do very-light de 1996 que vitimou outro leão, Nuno Mendes]. Vivi de perto esse dia e jamais o esquecerei. O Sporting jamais o esquecerá. Lembro-me de ver como o hoje meu amigo e colega dr. Domingos Gomes. A primeira coisa que fez foi socorrer dezenas de feridos, fez o que pode. São estes valores que cultivamos e admiramos no Sporting”, disse Frederico Varandas, líder leonino que presidiu à cerimónia e que ofereceu a Domingos Gomes uma réplica do novo estádio leonino.

Domingos Gomes, herói naquele fatídica tarde de 1995, lembrou o incidente: “Não foi fácil naquele dia nem por razões intrínsecas nem por razões extrínsecas. Foi difícil… Não estava sozinho, estava com outro elemento da equipa médica do FC Porto, o Renato. Estou grato por esta homenagem, infelizmente por uma situação em que evitámos males maiores. Quando cumprimos a nossa obrigação profissional de salvar vidas… Vim com uma gravata a meias [verde e azul], este verde é de esperança. Muito obrigado, as obras ficam com quem as pratica.”

Um forte aplauso a esta homenagem do Sporting e um maior “obrigado” ao Dr Domingos Gomes, por parte deste Sportinguista que vos escreve, que foi um dos que caiu lá de cima e que jamais conseguirá compreender como foi possível realizar-se aquele jogo.