Dois meses após o fecho do mercado de inverno, creio que podemos dizer que, com relativamente pouco dinheiro, o Sporting conseguiu contratar jogadores capazes de acrescentar valor ao plantel.

Vou retirar Ilori desta equação, pois mesmo entendendo que era necessário mais um central, até por não se saber como iria evoluir a lesão de Mathieu, considero que fomos buscar um jogador que não é melhor do que Domingos Duarte ou do que Ivanildo, jogadores actualmente emprestados. Sobram, assim, Borja, Doumbia e Luiz Phellype.

O colombiano é pouco exuberante, ainda denota algumas dificuldades na adaptação a um futebol onde é obrigado a defender muito mais por dentro, mas é claramente reforço. Fará parte do plantel do próximo ano e até permite a utilização de Acuña em diversas posições, conferindo elasticidade táctica à equipa, como se viu nas vezes em que Borja actuou como falso terceiro central.

Doumbia, fosse eu o treinador, seria hoje titular, sem reservas, no lugar de Gudelj. Tem margem de progressão, obviamente, até em algumas entradas mais despropositadas que lhe podem valer cartões, mas é alguém que nos confere dimensão física na posição 6 e que, não menos importante, garante qualidade de passe. É raro Doumbia falhar um passe e não estamos a falar de entrar em modo Custódio, circulando a bola de costas para o ataque, entre os laterais e os centrais. Doumbia tem, ainda, capacidade de explosão, com passada larga, investindo em direcção ao meio-campo adversário e criando superioridade numérica. Poderá ser uma das figuras da próxima época.

Falta Luiz Phellype, rapaz que aproveitou a lesão de Bas Dost para passar de besta a bestial. Foi apontado como “mais um flop” assim que começou a ter minutos (poucos), falhou um golo incrível quando teve oportunidade de jogar a titular, no Bessa, e tirou um verdadeiro peso das costas quando uma bola rematada por si acabou dentro da baliza. O festejo do golo não foi um festejo, foi um tirar de cima das costas uma tonelada. E, sem essa tonelada sobre os ombros (sim, a Rampante pesa comócaray), Phellype tem vindo a mostrar que não foi à toa que chegou ao Sporting. Um dos seus melhores jogos, inclusivamente, é um em que não marcou: frente ao benfica, na segunda mão da meia final da taça, o nosso Luiz foi um incrível jogador de equipa, tantas vezes sozinho a receber e a contemporizar, pelo meio com pormenores impressionantes como aquela recepção de uma bola que cai de uns bons dez metros de altura e se anicha na chuteira. É, claramente, reforço, e já não há quem possa dizer que não tem lugar no plantel.

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