20 de Novembro de 1976. O Quinteto formado por Ramalhete, Júlio Rendeiro, Sobrinho, Chana e António Livramento estreava-se contra o Oeiras, num amigável, que serviu para, o Hóquei em Patins estrear o novo Pavilhão de Alvalade.

Seria a primeira partida dos 5 Magníficos, considerados a melhor equipa de sempre da história do Hóquei em Patins e autores da conquista da primeira Taça dos Campeões Europeus por parte de uma equipa portuguesa, em 1977.

Recorde-se que a Taça dos Campeões Europeus de Hóquei em Patins teve a sua primeira edição na época de 1965/66 e nas onze primeiras edições apenas equipas espanholas tinham vencido. Competia pois ao Sporting afrontar os grandes dominadores da modalidade na Europa, que eram as equipas do Réus, do Barcelona e do Voltregá.

Em 1977 o Sporting treinado por Torcato Ferreira e tendo por plantel: Ramalhete (gr), Júlio Rendeiro, Sobrinho, Chana, António Livramento, Jorge Costa, Carlos Alberto, Garrido, Carmelino (gr) e José Manuel Paiva (gr), cumpriu na plenitude esse desígnio, que mais que um desígnio do Clube, era um desígnio Nacional.

Na primeira eliminatória (1/4 Final) coube em sorte ao Sporting a equipa suíça do Montreux, terra de fortes tradições no hóquei. Porém o Montreux pouco pôde fazer contra o gigante que lhe foi posto à frente e o Sporting venceu claramente por 18 – 1 na primeira mão e por 11 – 3 na segunda.

Na segunda eliminatória (1/2 Final) foi o Sporting que foi posto perante um gigante, o Voltregá, que era “apenas” o primeiro clube a ter vencido a competição e os Bi-Campeões Europeus em título. As coisas iriam pois aquecer, ou arrefecer, já que a primeira mão foi disputada em Espanha num recinto descoberto e debaixo de chuva intensa, não estando os nossos jogadores habituados a tais condições acabou por ser natural que o Voltregá tivesse ganho por 5 – 2.

Parecia que ainda não seria desta vez que o desígnio iria ser cumprido, mas na segunda mão tudo mudou e os espanhóis aprenderam duas coisas. A primeira foi em que tipo de recintos se deve jogar hóquei ao mais alto nível e a segunda foi uma lição, que ficou na memória de todos, de como se joga hóquei, aliás o filme desse jogo poderia servir perfeitamente para se ensinar a modalidade em qualquer parte do mundo, numa palavra, foi um recital! O Sporting ganhou por 8 – 3 e acedeu à final com um resultado total de 10 – 8.

A final, tal qual as eliminatórias, também seria disputada a duas mãos e por adversários o Sporting teria outra equipa espanhola, o Villanueva.

As coisas ficaram aparentemente decididas, na primeira mão, pois a vitória do Sporting foi esmagadora e o lendário guardião do Villanueva e da Selecção de Espanha, Carlos Trullols, teve de ir seis vezes buscar a bola ao fundo da sua baliza, resultado final 6 – 0. “Sofri seis golos e fiz uma das melhores exibições da minha vida!”, diria este grande guarda-redes, que na segunda mão voltaria a encaixar seis golos, numa partida que terminou 3-6 e anunciou ao mundo que o Sporting era Campeão Europeu de Hóquei em Patins!

Hoje, 42 anos volvidos, um plantel composto por Ângelo Girão, José Diogo, Ferran Font, Caio, Matías Platero, Henrique Magalhães, Pedro Gil, João Pinto, Raúl Marin, Vitor Hugo, Toni Pérez e Gonzalo Romero enfrenta o primeiro de dois jogos que podem inscrever o seu nome na história. Que podem voltar a inscrever o nome do Sporting na história!

Vamos a eles, Leões! Spoooooooooooooooooorting!