Em inferioridade numérica desde os 37 minutos, o Sporting interrompeu a sequência de vitórias e não foi além de um empate caseiro contra o Tondela. Para os Leões, a visita ao Dragão passou a ser mera questão de hora

Diga-se, no entanto, que mesmo reduzido a dez, o Sporting teve futebol e oportunidades suficientes para ganhar o jogo. Bruno Fernandes, Luiz Phellype e Mathieu tiveram nos pés e na cabeça oportunidades que o redes adversário foi anulando, preservando um empate que, para o Tondela, na luta pela manutenção, sabe a vitória.

E até foram os beirões a criar a primeira situação de perigo, quando Borja fez um passe disparatado que isolou Tomané e o avançado desperdiçou a oportunidade por querer meter a bola por baixo das pernas de Renan. Mais disparatado, ainda, foi o penalti cometido por Ricardo Rocha sobre Phellype, que Bruno Fernandes converteu em mais um golo, dando início a um jogo de sentido único.

O Sporting pressionava alto, acelerava o jogo sempre que queria, com destaque para a dupla da direita, Raphinha e Ristovsky, desfeita quando o macedónio foi expulso. As imagens não esclarecem o que quer que seja, mas pela terceira vez o lateral direito foi alvo de expulsão, algo que começa a soar a perseguição e que o retira, pelo menos, do jogo do Dragão.

Ao pecado de Ristovsky e aos pecados na finalização, juntar-se-ia o pecado da desconcentração. Até então capaz de disfarçar a inferioridade numérica em tudo o que era bola corrida, os Leões bloquearam na marcação de um canto e ofereceram o golo ao adversário. Keizer esperou dez minutos e com 15 para o apito final foi em busca da vitória, trocando Wendel por Bas Dost. O problema é que o holandês escolheu tirar o médio que maior rotação estava a dar ao meio-campo e, com esse pecado, ficou com dois avançados, mas com menos bola para servi-los.

Assim, com um resultado injusto para o que produziu, o Sporting despediu-se de Alvalade na época 18/19, com cerca de 40 mil nas bancadas, fruto de um muito completo Dia de Sporting. E parte para a preparação dos dois clássicos que fecham a temporada com a possibilidade de não cometer dois pecados: o primeiro, não renovar com Mathieu quando o francês afirma que quer ficar; segundo, ter a consciência de que, com mais ou menos missas, um candidato ao título não poder perder cinco pontos com o Tondela em seis possíveis.