Apesar de medir quase dois metros, Sebastián Coates passa despercebido na zona mista do jogo entre Japão e o Uruguai, da segunda jornada do Grupo C da Copa América, que terminou com um surpreendente empate entre asiáticos e sul-americanos.

O melhor jovem jogador da edição de 2011 da competição, apesar de muito respeitado pela imprensa do seu país e da titularidade do Sporting nos últimos anos, perdeu parte do seu natural protagonismo ao ser relegado para o banco de suplentes celeste. «Talvez os sportinguistas gostassem de me ver jogar na Copa América e sim, logicamente, eu adoraria de participar, mas agora estão a atuar como titulares o Diego Godín e o Josema [José María Giménez], que estão aliás muito bem, que estão em muito boa forma, e o melhor para a equipa agora é que eles continuem a jogar», diz o atleta de 28 anos, a olhar fixamente para o gravador mas sem tirar as mãos da cuia e da bomba, respetivamente o recipiente e o canudo com que se bebe o mate, a mania dos uruguaios (e dos argentinos e dos brasileiros do sul…).

Outra dupla bem rotinada e de sucesso é a constituída pelo francês Mathieu e pelo uruguaio Coates sob as ordens do holandês Marcel Keizer no Sporting. «Mathieu e Coates? Sim, sim, é uma boa dupla [risos]…», diz o uruguaio, sabendo onde a conversa vai dar. «Bom, eu agora estou aqui na Copa América, devo concentrar-me nela, mas sim, seria bom continuar com essa dupla», afirma, numa altura em que jornalistas uruguaios se aproximam, interessados no futuro do seu compatriota.

«Se vai ou não continuar logo se verá, logo se verá no momento certo, mas eu já disse, até mais de uma vez, que estou muito contente no clube e que por isso logo veremos o que se passa», prossegue. E acrescenta: «Sinto-me muito bem no Sporting, sinto-me muito bem em Lisboa, sinto-me muito bem em Portugal mas para já o foco é a Copa América, tem de ser, cada coisa no seu momento.»