O juiz de instrução Carlos Delca decidiu levar o ex-presidente do Sporting e os restantes 43 arguidos a julgamento. Bruno de Carvalho é acusado de ter ordenado o ataque à academia de Alcochete.

O juiz de instrução do Tribunal do Barreiro decidiu que existem indícios suficientes para levar o ex-presidente do Sporting a julgamento. Na decisão instrutória divulgada esta quinta-feira, o juiz Carlos Delca considera que foi Bruno de Carvalho quem ordenou o ataque à Academia do Sporting, em maio de 2018, em que jogadores e elementos da equipa técnica acabaram feridos. Os 44 arguidos do processo vão a julgamento por 40 crimes de ameaça, 19 de ofensas à integridade física, 38 de sequestro, “crimes que são classificados como terrorismo”, como se lê na decisão a que o Observador teve acesso.

Nesse dia, cerca de 50 adeptos entraram encapuzados na academia e invadiram os balneários. O Ministério Público acabaria por constituir arguidos 44 suspeitos, entre eles Bruno de Carvalho e o atual líder da claque sportinguista, a Juve Leo. O suspeitos foram acusados do crime de terrorismo. E todos eles, segundo a decisão agora conhecida, serão julgados.

Durante a instrução, os advogados consideraram que as provas que constam no processo, nomeadamente os registos telefónicos são nulas. Alegaram também que o crime, sendo o de terrorismo, devia ter sido investigado pela PJ. Nenhum dos arguidos assumiu que a vista à academia tinha como objetivo ferir alguém.

Na decisão instrutória, Carlos Delca mandou para prisão domiciliária o arguidos em preventiva, com exceção de Mustafá, que está também acusado de tráfico de droga.