Estamos em tempos anormais. Reparem que por exemplo “o Tottenham nunca foi campeão inglês” (e por isso não fazia sentido B.Fernandes ir para um clube sem esse requisito – sorte madrasta, até foi 2 vezes campeão), e que em 10 jogadores com 18 anos pode haver 5 com menos de 18 anos. Mas para tempos destes há um herói, um homem que não se verga nas suas convicções, e que ao mesmo tempo é também uma vítima das tempestades e tormentas. É Frederico Varandas um líder que não pode agradar a todos, senão só serve para ir vender gelados. Nem para vice-presidente, ou director-geral, ou secretário ou assessor de cargo dirigente, ou administrativo, ou empregado de balcão, ou nas limpezas. Não senhor, ou é líder a sério, ou só para actividade sazonal específica, de vender de gelados. Só mesmo isto. Outras actividades sazonais, como apanhar fruta, ou ir para o Algarve servir ingleses e alemães, não dá. Nada disso, só vender gelados. Firme e duro, que isto não é para quem anda só para ai falar, porque é muito fácil falar, mas só ele sabe porque tem lidar com as situações. Um super-herói como qualquer super-herói que anda por ai, mas que ás vezes também pode ser assaltado por uma velhinha insuspeita.

Prontos, está feito resumo da entrevista. O resto é acessório. Importante é que retenham que Frederico Varandas é um herói lutando com convicções férreas, mas também é uma vitima indefesa, frágil, exposta a muita vilania pérfida, sobretudo de “esqueletos”. De esqueletos que por acaso não saem de caixões, nem de sarcófagos, nem de túmulos, nem de nada que tenha a ver com mortos, mas que saem de “armários”, o que faz todo sentido tendo conta os dias de hoje e as discussões de ideologia de género, portanto nada melhor que um grupo de esqueletos LGBT para atazanar a cabeça a um líder. Coisa macabra e perversa. Ao que mundo chegou.

Mas prontos, houve uma entrevista. Teve coisas…

Lembram-se como estava o Sporting em Novembro 2018?, diz Varandas
– quem não se lembra?, estavamos em 5º lugar a 2 pontos dos 1ºs classificados, mais ou menos como se está neste momento, em 5º lugar a 2 pontos do Benfica e Porto e a 3 do Famalicão (vá este se calhar nem conta), portanto só um bocadinho melhor em 2018 do que em 2019. Vá, em 2018 estava-se na 8º jornada, agora ainda estamos na 4º jornada…hummm… prontos, arrendonda-se é a mesma coisa, mas se calhar em 2018 estávamos melhor…

Keizer (Keiser nos documentos oficiais para a CMVM) – Depois da Supertaça “a confiança alterou-se”, diz Varandas
– mas bom, ainda não era o timming certo na Supertaça. Espera-se só para confirmar que a confiança se alterou mesmo e depois manda-se embora, nem que pelo meio se percam 5 pontos. O importante é mesmo ter a certeza que a confiança de esvaiu toda, não vá uma pessoa enganar-se. O respeito pela pessoa acima de tudo. Para Keizer estar descansado e tudo, o Frederico trata das contratações e saídas no mercado porque futebol é fácil, fácil e ter um novo treinador que até pode identificar as lacunas e ser ele a dar umas impressões para melhorar a equipa se calhar é difícil, difícil.

Não se abdica do rumo, independentemente do treinador, diz Varandas
– qual é o rumo mesmo? Exacto, é simples e eficaz: a formação. Mais alguma coisa? Não… Só mesmo a formação na definição do rumo. Ou seja, traduzindo, tira-se da equipa qualquer jovem que lá esteja, tipo o Jovane e o Miguel Luis, e não se aposta em mais ninguém. Ou lança-se um Thierry, depois de se perceber que o contratado não se ajeita lá muito bem, e prontos, aparece o rumo. Mas se o Thierry se foi, será que o rumo se foi também? Talvez não porque o rumo não está mesmo nos jogadores emprestados, vendidos, doados, (Daniel Bragança, Domingos Duarte, Ivanildo Fernandes, Elves Balde, Mama Balde,Gelson Dala). O rumo está por aqui, mas contrata-se aqui uns emprestados,enquanto se ajustam os settings da estrutura. Atenção, estrutura que é sólida, isto tinha era peças mal ajustadas, não tem nada a ver com Sr. Varandas.

Balanço transferências positivo, diz Varandas
– e é assim, só saiu um titular indiscutível. Não terem entrado um ou dois titulares indiscutíveis, já não tem nada a ver com o assunto. Há maior orçamento disponível e isso é que importa, só não dá é para usar agora. O orçamento até podia ser maior, a culpa é dos que estavam antes. Se pagassem 2 milhões ao Petrovic e ao André Pinto, agora podia-se dizer que se pagava 4 milhões a cada um e o orçamento ia por ai a cima. Mas prontos só pagavam 1,5 e o que máximo que se pode fazer mesmo nestas situações é mesmo duplicar virtualmente o valor. Mais que isso não, há que haver rigor nestas questões. Em suma: até temos mais soluções no plantel deste ano do que no do ano passado, especialmente na parte imaginativa em que se sonha ter um avançado suplente e um médio defensivo no plantel. Sonhar ter 2 médios defensivos já é pornográfico, e o Sporting é um clube de bem.

È impossivel manter Bruno Fernandes, diz Varandas
– mas o Varandas sonha e a obra nasce, e claramente Fernando Pessoa estava a antecipar a chegada deste herói moderno quando escreveu o poema. E tão mais verdade se torna, depois de não se conseguir vender o Brunito a ninguém. E o impossível por vezes acontece, e de repente temos o melhor médio da Europa no clube, e quiça, de Portugal.

O nosso plantel é muito jovem, diz Varandas
– ainda cheira a fraldas e tudo. Não sentem? Por isso é que é preciso mandar vir baluartes da experiência como Jese Rodriguez e Bolasie, e já agora, Fernando. Mathieu (35 anos), Coates (a caminho dos 30 anos), Acuna (28 anos), Vietto (25 anos), Bruno Fernandes (24 anos), Luiz Phellype (25 anos), só assim alguns, vão receber importantes injecções de experiência. Tudo será diferente com estes emprestados, que são emprestados porque não havia dinheiro para comprar, e, claro, os nosso jovens que foram emprestados não têm experiência nenhuma, e por isso mesmo tiveram que ser emprestados. Mas para o ano é que é. Para o ano, vamos por os nossos jovens a jogar na equipa principal, já estão identificados e tudo, que se pediu ajuda à PSP e à PJ e à GNR. Este ano é que ainda não dá, mas está tudo preparado, para o ano é que vai ser.

Bas Dost em Maio pediu para sair, diz Varandas
– todos sabemos que as despedidas são difíceis, e por isso foi só no fecho do mercado que se foi embora. Para se ir desabituando aos poucos, até ainda foi jogando assim um bocadinho, que se está perante um clube responsável. Também não faz sentido, estar a arranjar um substituto assim a correr. Por ex. então uma pessoa divorcia-se da esposa e vai logo arranjar outra mulher? O que é que as pessoas hão-de pensar? O melhor é nem arranjar substituto que a saudade é um sentimento nobre e até muito português (mesmo que ele seja holandês), e é muito bonito ter sentimentos assim. Dignifica. O dinheiro que ele recebia nem importa, mas chuta-se o valor à mesma, e é uma critica, mas não é contra quem vocês estão a pensar. Só é assim porque… então, dá jeito que a informação seja transparente neste caso.

Podence é uma boa resolução, diz Varandas
– todos sabemos que Varandas queria ir até ao fim das últimas consequências, mas a greve dos motoristas e podia faltar a gasolina e poderia não dar para ir ate ao fim, de maneira que 7 milhões é espectacular e já não há que ter preocupações com a gasolina. Por isso senhores motoristas, pelo Sporting tudo ok, façam greve.

Reestruturação financeira é processo duro e demorado, diz Varandas
– mas está quase, e não vale a pena estar a aborrecer ninguém com isto, porque são horas de ir jantar, e também se está a gravar com cassetes VHS e a fita está quase a acabar e não há mais cassetes. É importante poupar. Poupar para atacar o futuro. Mas não agora.

ESTE POST É DA AUTORIA DE… Montenegro
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]