Antes de começar, um enorme agradecimento a algumas atletas que já não estão no Sporting. A época anterior foi excelente e é importante dizer, novamente, obrigado à Sara Serrano, Francisca Rodrigues, Rita Mira, Dalliane Dias, Catarina Barbosa, Rachel Cox, Luísa Vitorino, Maria Palma e Mariana Veiga.

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Chegámos, finalmente, à 1ª divisão! Durante este verão tínhamos a obrigação de juntar um conjunto de atletas que dessem garantias de lutar pelo campeonato nacional. Para esta missão existiam 2 pontos em nosso favor e 2 pontos desfavoráveis. Em nosso favor há a dimensão nacional do Sporting e as grandes paixões que desperta. Contra nós, o facto das melhores jogadoras portuguesas terem residência no Norte, sendo uma mudança complicada, e sermos uma equipa a chegar à primeira divisão e sem um estatuto no voleibol feminino.

O trabalho foi bem feito e temos jogadoras muito interessantes. Como é normal, a competitividade do campeonato, ditará se foi um esforço suficiente. No voleibol feminino, tudo se resume aos 4 primeiros lugares de acesso à disputa final do campeonato. Não muito diferente dos masculinos. É, no entanto, de constatar que há 6 equipas suficientemente fortes para estes 4 lugares. Quero com isto dizer que a época vai ser “lixada” (com f). Para estas 4 primeiras posições estão na luta o Sporting Clube de Portugal, AVC Famalicão, Leixões SC, AJM/FC Porto, Clube K e Porto Volei.

Como referi, fomos competentes neste período de contratações para as quatro posições em campo: Atacante Zona 4, Centrais, Opostas e Distribuidoras. Vamos a cada uma delas:

Zona 4
A consistência de uma equipa está nesta posição. Sensatamente, apostamos forte em ter potencialmente uma boa recepção. A Matilde Saraiva e a Fernanda transitaram da época passada. A primeira chegou a meio do ano e agarrou a titularidade. Controla o ritmo do jogo, principalmente em termos defensivos (recepção e defesa). A Fernanda foi a craque. Grande experiência e muito voleibol nas mãos. Ainda é uma jogadora chave da equipa.

Para além destas duas jogadoras, chegaram ao Sporting a Marlucci Toazzi e Bruna Gianlorenço (Bruninha). A Marlucci destaca-se pelo seu ataque e serviço, colocando-a como uma possível grande pontuadora da nossa equipa. A Bruninha vem do Leixões SC, ou seja, é atual campeã nacional. É uma jogadora forte e completíssima que, a meu ver, partirá na pole position, juntamente com a Fernanda Silva, como titulares neste novo Sporting. Todas elas, com excepção da Matilde, já com 30 anos completados. Temos experiência nesta posição crítica.

Centrais
Ao contrário da posição anterior, as nossas centrais têm uma média de idade de 20 anos. Do ano anterior mantém-se a Bárbara Pereira e Natali Herasymiv. Como mais velha deste grupo, a Bárbara, terá o maior desafio da sua carreira. Será obrigada a dar o maior salto qualitativo que já alguma vez teve e deve, a meu ver, liderar este conjunto de portuguesas que jogam na posição de central. Aposto nela para a revelação da época. A Natali vem de uma época onde foi visível um progresso grande. Não parte como favorita à titularidade, mas espero que não se acomode a esta situação e lute pelo seu “lugar ao sol”.

Amanda Cavalcanti é uma jovem de 17 anos. É habitualmente convocada para as seleções jovens de Portugal e, mais recentemente, o selecionador sénior convocou-a para representar o patamar mais alto do país. É uma jovem cheia de vontade e fogo de vitória. Por fim, chegou também a Márcia Pardal. Jogou nas últimas épocas na Lusófona Voleibol Clube com uma preponderância evidente. Apesar dos 20 anos, já tem 4 épocas de jogar na 1ª divisão.

Na minha opinião, este é o sector onde terá de existir maior superação. A idade e experiência é baixa e isso nota-se em alto nível. A ajuda das colegas é fundamental, mas terão de evoluir mais rápido do que seria desejado. Vai doer este crescimento, no entanto só assim podemos ambicionar a vitória.

Opostas (zona 2)
Esperam-se pontos destas atletas que representam o Sporting. A Kate Yeazel e a Maria Maio serão as atacantes de zona 2 para esta época. Na 2ª divisão notava-se que a Kate estava a anos luz das concorrentes. É uma boa jogadora e de nível superior. Agora a competitividade subiu, mas a exigência mantém-se. Não é expectável que baixe os níveis de eficiência de pontuadora porque é uma jogadora de nível alto.

A sua concorrente para a posição é a craque portuguesa Maria Maio. Representou excelentemente o C. F. Os Belenenses nas últimas épocas que lhe foi garantindo uma presença regular na seleção nacional. É uma grande jogadora.

Distribuidoras
A par das atacantes de zona 4, penso ser o conjunto mais forte da equipa. A jovem promessa do voleibol nacional, Beatriz Rodrigues, continuou e chegou a campeã nacional Ana Couto. A Beatriz, de 18 anos, já começou a ser chamada aos trabalhos da nossa seleção. Passe em suspensão, bem alto, que dificulta muito o adversário a marcar o bloco. Deve aproveitar o convívio com a nova contratação, Ana Couto, para continuar a evoluir.

Do Leixões SC, como referi, chega uma craque. Habituadíssima ao ritmo de vitórias e a ambientes exigentes. Muito focada em campo e a qualidade do seu passe é excecional. É com alegria que vi confirmada a sua contratação. Estamos com uma grande qualidade para a posição de distribuidora. Para além disso, são ambas do Sporting Clube de Portugal. Vale a pena ter jogadoras assim!

Líberos
Para ajudar na receção e defesa temos a Daniela Loureiro e a Carolina Garcez. Da Daniela Loureiro escrevi há pouco tempo. Vem de um ano complicado e está prontíssima para dar tudo pelo nosso clube. A qualidade é inegável, a atitude também. Para a mesma posição chega uma atleta que a Daniela conhece bem porque foi sua treinadora. Uma boa jogadora como é confirmado pela sua presença nas seleções mais jovens de Portugal. Terá o seu espaço durante a época e deve aproveitar para evoluir muito.

Em jeito de desabafo, repara-se que no mundo do voleibol ninguém espera muito do Sporting. Vai-se escutando que, apesar de termos boas jogadoras, não se prevê grandes surpresas, sendo que estar nos 4 primeiros já seria uma surpresa. Tenho para mim que vamos rebentar o status quo, porque o mister Rui Costa não é dos que se conformam. Em resumo, para o bom e para o mau, ninguém espera nada de nós e seremos, com prazer dos adversários, um alvo a abater. Cabe-nos contrariar isto. Vai saber tão bem ganhar!!!

Força voleibol feminino! Força Sporting!

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*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo (ou, se preferires, é a crónica semanal sobre o nosso Voleibol)