Cinco minutos à Sporting, contra oitenta e cinco à “sportinguezinho”. Ter em Renan e Coates os homens do jogo, andar a cheira a bola durante metade da partida e mandar os austríacos para casa com uma azia de todo o tamanho. Eu avisei que entrar a ganhar numa jornada sete tinha muito que se lhe dissesse

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Com Rosier lesionado e com Ristovsky eternamente lesionado, Silas não foi de modas: vai o Neto lá para dentro e experimento já esta coisa de três centrais. O Acuña fecha à esquerda e… olha, o Miguel Luís fecha a direita. O Doumbia fica no meio, o Wendel um bocadinho mais à frente e o Bruno joga solto atrás do Phellype. Falta um? Joga o Bolasie encostado à esquerda para termos alguém que corra em profundidade.

E, ao primeiro minuto de jogo, já Renan evitava por duas vezes que a bola entrasse na baliza. Os austríacos entravam a todo o gás e mostravam que aquele cartão de visita de pressão alta não era brincadeira. Sporting? Qual Sporting? Ao longo de 45 minutos os Leões foram engolidos pela rapaziada de camisola rosa e podem dar-se por felizes por chegarem ao intervalo com aquele 0-1 no marcador (golo marcado por um puto de 21 anos, bom de bola, que me fartei de berrar para irmos buscar quando andávamos à procura de ponta de lança).

O golo, esse, nasce da repetição de um erro (o circular a bola junto à área, da direita para a esquerda) e da confirmação que Mathieu tem um verdadeiro nó naquele cérebro com tudo o que tem vivido no Sporting. Sim, é verdade que depois o francês colocou os tomates no sítio e partiu para uma exibição consistente, mas aqueles passes tão inacreditáveis como mal medidos tinham que dar merda. Aliás, aos 20 minutos já o Sporting havia perdido 6 vezes a posse de bola no primeiro terço do campo, 5 delas sob o lado esquerdo, onde Acuña e Bolasie, até a Teresa viu, pareciam dois maluquinhos a correr sem critério.

Posto isto, o Sporting descia para o balneário sem ter rematado à baliza do LASK e apenas com o contentamento de só estar a perder por um. Obviamente descontente, Silas mandou Neto ir lavar-se e Vietto equipar-se. Luís Miguel passou a ser defesa direito, Acuña defesa esquerdo e a segunda parte começou como a primeira: uma, duas três oportunidades de golo para os rapazes que faziam jus à terra e nos davam chocolate.

Acontece que Alvalade está pouco para doçuras e no minuto em que Silas trocou de pão de queijo (Wendel por Eduardo) Bruno Fernandes marcou um canto e Luiz Phellype deu-lhes a tapioca. Cabeçada bem medida lá para dentro e um alívio do caraças para quem assistia e se contorcia nas bancadas. Um remate, um golo. Toma que é fresquinho! Depois, Bruno Fernandes ameaçou o segundo, de livre, e deu a volta ao jantar com uma batata a murro aviada a partida da direita, servida em bandeja preparada pelo Luiz de apelido estranho.

Silas tirou Acuña antes que o argentino fosse para a rua e nos lembrasse a todos que a sorte é coisa passageira e Borja correu, correu e continuou a correr, ele e todos, atrás da bola, com as linhas bem juntinhas e o olhos no relógio que esta merda nunca mais acaba e os austríacos continuam a desperdiçar oportunidades de golo. E no meio da aflição, para terminar o jogo em grande estilo, um contra ataque quase perfeito que o redes deles defendeu, como que nos dizendo que “lá que o Silas tenha entrado a ganhar numa jornada 7 e já leve duas vitórias na base da fezada e do suor, ainda vá que não vá, agora resultados brilharete quando podiam ter levado uma goleada em casa… calma lá. Aproveitem a pausa e trabalhem, que isto de estar a festejar à beira do precipício tem muito que se lhe diga!”

Ficha de jogo
Sporting-LASK, 2-1

Fase de grupos da Liga Europa
Estádio José Alvalade, em Lisboa
Árbitro: Alain Durieux (Luxemburgo)

Sporting: Renan, Mathieu, Coates, Luís Neto (Vietto, 45′), Miguel Luís, Doumbia, Wendel (Eduardo, 58′), Bruno Fernandes, Acuña (Borja, 80′), Bolasie, Luiz Phellype
Suplentes não utilizados: Maximiano, Tiago Ilori, Rafael Camacho, Jesé
Treinador: Silas

LASK: Schlager, Wiesunger, Trauner, Filipovic, Ranftl, Michorl, Holland, Potzmann (Renner, 72′), Frieser (Sabitzer, 80′), Raguz (Klauss, 55′), Goiginger
Suplentes não utilizados: Gebauer, Pogatetz, Müller, Tetteh
Treinador: Valérien Ismaël

Golos: Raguz (16′), Luiz Phellype (58′), Bruno Fernandes (63′)
Ação disciplinar: cartão amarelo a Acuña (44′), a Ranftl (45′), Wiesunger (58′), Luiz Phellype (70′), Bruno Fernandes (78′)