O dia de ontem terminou com a direcção do Sporting Clube de Portugal a anunciar que irá avançar para a proposta da implementação do voto electrónico descentralizado, o qual tem como propósito dar voz e poder de decisão aos sócios de todos os cantos do país e do mundo e não apenas aos da região de Lisboa.

Num artigo de opinião assinado por Rahim Ahamad, membro do Conselho Diretivo do Sporting, podemos ler passagens como «O Sporting CP é de Portugal e não apenas de uma minoria de Lisboa. Não pode estar dependente daqueles que, pela proximidade, estão servidos das melhores condições para participar nos destinos do Clube» ou «Ao analisarmos os números de assembleias gerais ordinárias de anos anteriores, excluindo as eleitorais, a média de participantes é ainda menor – aproximadamente 500 Sócios – o que significa que menos de 1% dos Sócios estão a participar activamente nas decisões que definem o destino do nosso Clube», a que se junta «Propor a alteração do modelo instituído das AG, cujo formato está totalmente ultrapassado e, na realidade, muito pouco democratizado, é uma das medidas estruturais mais profundas e necessárias para o futuro do Clube. A implementação do sistema de VOTO ELECTRÓNICO REMOTO possibilitará que qualquer Sócio possa votar sem qualquer constrangimento geográfico e em condições de segurança e confidencialidade, garantindo assim a todos os Sócios O PODER DE DECIDIR. […] Esta Direcção está preparada para introduzir este sistema assim que os Estatutos o permitam. A discussão está lançada.»

Ora, antes de mais, quero saudar este momento. Há muito que era tempo de avançar com esta medida e mesmo que ela surja claramente como uma forma de sacudir a pressão e a crítica a que esta direcção está actualmente sujeita, tem que ser aplaudida.

Depois, dizer ao sr Rahim Ahamad que a discussão já estava lançada há algum tempo. Tenho a certeza que o sr Rahim leu o que foi escrito aqui, o que foi escrito aqui, o que foi escrito aqui e o que foi escrito aqui.

E não deixa de ser uma feliz coincidência – porque no fundo o que se pretende é que as ideias apontadas e discutidas, bem como a vontade dos sócios, possa ser elevadas a aprovação – que o editorial do sr Rahim surja numa altura em que se fecham inscrições para o X Congresso Leonino. Terá a direcção visto alguns nomes que fez atirar a medida cá para fora?