Mais do que começar por falar dos jogos do fim de semana, quero contar-vos o que vi. No sábado, fui assistir à nossa equipa feminina em Matosinhos a jogar contra o tricampeão nacional. Num pavilhão cheio, com os adeptos do Leixões a fazerem muito barulho, surge um som que me soa familiar.

“Oue Oue Oue Oue Oue Oua. Força Sporting Allez. La La La La La.”

Os meus olhos quiseram imediatamente perseguir o cântico que aproveitou o silêncio do pavilhão. Não estavam assim tantos adeptos do Sporting por lá, por isso seria fácil de descobrir. Não vinha da bancada, mas da zona das jogadoras suplentes. Maria Maio. Maria Maio! A número 6 estava a cantar. Começou, sozinha, um cântico leonino para incentivar o nosso serviço. Eu sorri e ajudei um pouco com palmas ao ritmo.

Pouco tempo depois, o Sporting vai novamente para o serviço e a Maria Maio repetiu a dose, com outra letra.
“E o Sporting vai jogar. E eu vou ficar. Louco da cabeça”.
Novo serviço e novo cântico:
“Braços no Ar. Todos de pé. Vamos cantar. Sporting allez.”

Alto! Isto não é só apoio à equipa. Isto vai muito além de um incentivo a um serviço. Tasqueiros, isto é fervor leonino! Apesar de eu conhecer as capacidades técnicas da Maria Maio, não resisti em perguntar aos meus botões: Quem és tu, Maria Maio? Quem és tu?

O Sporting é grande por ser constituído por um conjunto de pequenos pontos, que podemos chamar pormenores. A Maria fez o meu dia de sábado, com o seu pormenor. Eu não a conheço, nem sei se será uma fervora adepta leonina, apesar de desconfiar que sim. O que eu sei, foi o que vi. Uma atleta do Sporting Clube de Portugal a ser mais do que lhe é exigido, tornando-se a nossa extensão de voz naquela equipa, naquele pavilhão e neste Norte tão verde.

Um obrigado especial à Maria Maio por ter emprestado a sua voz à nossa paixão. Numa equipa com mais leoas como a Ana Couto ou a Beatriz Rodrigues, tenho a certeza de que a alma será sempre de Esforço, Devoção, Dedicação em busca da Glória.

maria maio

Seniores Femininos
Num fim de semana de jornada dupla, a sorte foi diferente no sábado e no domingo. Com o tricampeão nacional, a equipa perdeu por 2-3 (23-25, 25-17, 25-21, 16-25 e 19-21). Foi um grande jogo de voleibol num pavilhão cheio e festivo a apoiar o Leixões SC. Fizemos um jogo muito interessante e competitivo. Tivemos algumas falhas na recepção e não soubemos aproveitar o momento menos bom do Leixões após o 2-1 em sets.

Três destaques neste jogo:
Ana Couto: Um regresso a uma casa que conhecia. Sempre combativa e com uma distribuição segura. É um prazer vê-la a distribuir jogo. Também deu para reparar que não lida bem com a derrota. Ótimo, nem nós! Venha o próximo jogo, Ana.

Fernanda Silva: A melhor jogador em campo, para mim. Muito segura na recepção e no ataque, como é seu hábito. Continuo um admirador!

Carolina Garcez: Não conheço muitas meninas de 18 anos com tanta resistência à pressão como ela. Cara fechada, punho cerrado. No sábado, o jogo não lhe correu bem. Quanto a mim, perfeitamente normal. Aliás, estava o ambiente propício para muitos nervos e stress. Houve momentos que se notava a exigência das colegas com a Carolina, o que também se torna natural numa equipa que quer vencer. Certo é que a um sábado, às 17h, eu diria que 99% dos miúdos com 18 anos estariam a ver séries ou a brincar ao Instagram. A Carolina estava a representar o Sporting Clube de Portugal, na primeira divisão nacional, num pavilhão a pressionar e uma equipa adversária a colocar constantemente a bola na nossa jogadora. Isto é de leoa!! Hoje pior, amanhã melhor! Força!

No domingo aconteceu o que teoricamente já seria suposto. Uma vitória sobre o Boavista FC por 0-3 (18-25, 13-25 e 19-25). Sem história e sem “mas”.

Próximo Jogo:
03/11 – 16:00 – Sporting vs CD Aves

Seniores Masculinos
Os seniores masculinos também tiveram jornada dupla. Ambos os jogos ganhos pela margem máxima, apesar dos parciais do jogo de sábado terem sido algo nivelados.

Sábado: Leixões SC, 3-0 (25-23, 25-16 e 26-24)
Domingo: Vitória SC, 3-0 (25-19, 25-17 e 25-18)

Num resumo geral, nas duas jornadas que disputamos confirmou-se o que se tem falado por aqui.

O Miguel Maia é, com 48 anos, o melhor distribuidor do Sporting e o Dennis, com 42 anos, é o melhor pontuador. No caso do capitão, é ímpar a simbiose que existe entre ele e o jogo de voleibol. Lê o bloco adversário, interpreta o comportamento dos seus companheiros de equipa e põe a bola sempre perfeita, fazendo constantemente jogadas para confundir os adversários.

O Dennis está no mesmo patamar do Miguel Maia. Ninguém, no Sporting, tem tanta capacidade de fechar um ponto como ele. Claro que falha, mas também é muito mais vezes servido que os outros. Então, notamos mais os seus erros.

Foi bom de ver o Lourenço Martins com grande entrega e presença quando solicitado. E, também, uma merecida palavra para o Gil Meireles que fez um belíssimo jogo no sábado. O João Fidalgo igualmente a mostrar uma grande qualidade. O Thiago Sens nota-se numa forma crescente e mais adaptado ao nosso país.

Nunca irei criticar os jogadores porque são a nossa extensão em campo. No entanto, a seção de voleibol deve fazer uma análise interna porque preparou muito mal esta época. Temos uma equipa competente, onde os nossos melhores jogadores têm 48 e 42 anos. Isto deixa-me apreensivo, claro. Que o Gersinho consiga aguentar o barco até janeiro, altura em que a secção decidiu ajustar o plantel. Dizem.

Próximos Jogos:
01/11 – 16:00 – Sporting vs Famalicense
03/11- 16:00 – Esmoriz vs Sporting

Força Sporting. Força Voleibol.

*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo (ou, se preferires, é a crónica semanal sobre o nosso Voleibol)