Esta semana, mais tarde e mais curto do que o habitual, mas com a devida penitência da minha parte, vamos falar de voleibol. Importava não passar a semana em branco porque temos uma equipa feminina para comentar e o grande jogo da época nos masculinos, até agora.

Seniores Masculinos
Ontem, 20 de novembro, o Sporting recebeu e venceu o CN Ginástica por 3-0, confirmando a teoria de que estaríamos perante uma partida com o grau de dificuldade idêntico ao último disputado (3-0 ao Castêlo da Maia).

Dia 23 de novembro, Sábado, às 18h, teremos o jogo mais complicado até agora. Vamos receber o SL Benfica que ditará quem tomará a Pole Position do campeonato. Há muitos fantasmas para matar neste jogo. Eu próprio os tenho.

Temos como pontos fortes chegar em boa forma a este jogo e a vantagem de o adversário ter um jogo para a Liga dos Campeões esta semana. Tem-se confirmado, também, as boas competências do nosso treinador, Gersinho.

Como disse, tenho os meus fantasmas que espero não os ver neste jogo. Será, por isso, importante ganhar para que:
– A equipa acredite que está num nível próximo do SL Benfica;
– Que os adeptos acreditem que podemos ser campeões;
– Para que eu me esqueça do que foi a preparação desta época.

Seniores Femininas
Para esta equipa tenho apenas duas notas a escrever.

Primeiro, dar os parabéns à Fernanda Silva pelo prémio do Grupo Stromp. Os prémios são sempre de valorizar, sejam estes dados por espaços de referência como Tasca do Cherba ou Revista 1906 ou pelo Grupo Stromp. Parabéns à Fernanda, atleta que tanto já elogiei.

fernanda-silva-sporting

A segunda nota está relacionada com a última derrota com o Clube K. Não quero falar do jogo, mas quero falar do jogo. No domingo pareceu-me que a equipa se esqueceu daquilo que todos os sportinguistas já sabem desde o seu nascimento. A Ana Couto, a Beatriz, a Maria, como leoas, sabem. Todos nós sabemos que nunca será fácil vencer no Sporting. Jamais! Não há bandejas de marisco, não há pequenos almoços na cama, não há água fresca no verão. Nada é fácil. Se queremos marisco, temos de o pescar. Se queremos pequenos almoços na cama, temos de nos levantar, preparar e trazê-lo para a cama. Se queremos água fresca no verão, temos de nos lembrar de a colocar no frigorífico.

Posto isto, li esta semana um texto do Miguel Esteves Cardoso (MEC) que se adequa bem àquilo que deve ser interiorizado por todos os que representam o Sporting. A leitura deverá ser sustentada numa interpretação sportinguista de cada leitor. Se parecer sem sentido, a falha foi minha. Deixo, então, o texto do MEC onde elogiava a vida da fadista Argentina Santos dizendo:

“A Argentina Santos era majestática. Mesmo sentada à mesa era o fado, de braços cruzados, com cara de poucos amigos, concentrada. Quando ela cantava eu tremia de proximidade, de aventura, de tristeza repentina, de resignação forçada, de medo.
O fado na voz e na pessoa de Argentina era só um. Não havia “nas horas vagas”. Não havia Argentina na intimidade. Não havia Argentina para turistas. Nem para lisboetas. Nem para fadistas. Nem para engenheiros de som.
A Argentina era o fado, fazia-se respeitar por quem era e a facilidade com que se transmitia inteira quando cantava, com a coragem imensa de se mostrar tal qual era, custasse a quem custasse.
Na Argentina não havia moda nem tempo nem lugar. Não sabia o que era a transigência, a acomodação, o instinto comercial. Não se fale de pureza quando se falar da Argentina – como um dia se há-de falar. Fale-se da grandeza e da falta que faz. Fale-se do fado.”

Força Sporting! Força Voleibol!

*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo (ou, se preferires, é a crónica semanal sobre o nosso Voleibol)