Derrotado e bem derrotado, pelo Gil Vicente, o Sporting demorou três dias a deitar por terra os créditos conquistado pela goleada na Liga Europa. Entre os erros individuais e os erros do costume, os Leões estão cada vez mais atolados na lama e com cada vez menos argumentos para dizer que conseguem sair dela

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Não era nada que não se esperasse, infelizmente. Após o 4-0 ao PSV, que garantiu a continuidade na Liga Europa, os adeptos leoninos deixavam no ar a necessidade de comprovar as melhorias na visita a Barcelos. Silas, na antevisão, dizia que a visita ao Minho seria mais complicada do que a recepção aos holandeses. E o jogo de ontem à noite comprovaria todos os piores receios.

O Sporting faria o primeiro remate à baliza quando já passava dos 40 minutos. Wendel ganhou dois ou três ressaltos e tento marcar ao poste mais próximo. Os Leões tinham 72% de posse de bola, mas, uma vez mais, não sabiam o que fazer com ela em termos ofensivos. E, para piorar o cenário, tinha sofrido um golo na sequência de um erro patético de Ilori, ainda antes dos 20 minutos. E mesmo entregando a bola ao adversário, os gilistas chegavam a essa tentativa de Wendel já com quatro remates feitos.

E se Ilori tinha enterrado numa baliza, o redes Denis enterrou na outra, não segurando um remate sem força de Wendel, mesmo antes do árbitro apitar para o descanso e deixar toda a gente a pensar que aquele seria o tónico para os Leões regressarem fortes para a segunda parte.

Está bem, está… zero. Zerinho. Silas nada mudou e a equipa em nada alterou a sua atitude. Veio um lançamento longo, veio um penalti claro de Acuña, veio o 2-1 para o Gil, veio o Bolasie para o lugar do Wendel para o Jesé passar a fazer figura de corpo presente ao lado do Luiz Phillype que não conseguia ganha um corpo a corpo, depois veio o Camacho fazer cara de choro, o Eduardo entrou para ocupar o lugar no meio campo que o Doumbia tinha deixado vago ao recuar para central, o Doumbia ainda foi a tempo de fazer um penalti que foi amarelo, foi vermelho e depois deixou de ser tudo e mais alguma coisa e Naidji ainda teve tempo de vir a correr desde o seu meio-campo para colocar a bola no fundo da baliza dos Leões pela terceira vez.

Ponto final num jogo patético de uma equipa patética. Bruno Fernandes fez mea culpa em nome da equipa, condenando a atitude colocada em campo. Vítor Oliveira, técnico gilista, diria que faltam jogadores de topo ao Sporting. E como não há duas sem três, este que vos escreve diz que tudo isto é resultado de um planeamento vergonhoso de uma época futebolística que, nas palavras do seu responsável maior, começou a ser preparada quando ainda faltavam três meses para a época anterior terminar.

Ficha de jogo
Gil Vicente-Sporting, 3-1
12.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Cidade de Barcelos, em Barcelos
Árbitro: Hugo Miguel (AF Lisboa)

Gil Vicente: Denis, Fernando Fonseca, Ygor, Rúben Fernandes, Henrique Gomes, Claude Gonçalves, Soares, Kraev, Baraye (João Afonso, 86′), Sandro Lima (Naidji, 73′), Arthur Henrique (Lourency, 45′)
Suplentes não utilizados: Wellington, Romário, Leonardo, Edwin Vente
Treinador: Vítor Oliveira

Sporting: Luís Maximiano, Rosier, Ilori (Eduardo, 83′), Mathieu, Acuña, Doumbia, Wendel (Bolasie, 68′), Bruno Fernandes, Jesé (Rafael Camacho, 76′), Luiz Phellype, Vietto
Suplentes não utilizados:Diogo Sousa, Luís Neto, Borja, Miguel Luís
Treinador: Silas

Golos: Kraev (18′), Wendel (45+4′), Sandro Lima (gp, 55′), Naidji (90+9′)
Ação disciplinar: cartão amarelo para Fernando Fonseca (16′), Doumbia (24′), Kraev (31′), Acuña (53′), Lourency (59′), Claude Gonçalves (80′)