O treinador do Vitória de Setúbal disse que ia a jogo com uma equipa de merda. O Sporting fez mais uma exibição merdosa e ganhou com sofrimento. O árbitro mostrou o balde de merda que é o futebol português e tirou Coates do dérbi sem que o uruguaio tivesse feito uma falta ao longo dos 90 minutos

coates setubal

Nos últimos dois ou três dias só se falou em merda. Da virose com diarreia dos jogadores do Vitória de Setúbal à tirada do seu treinador, irritado, dizendo que o estavam a obrigar a ir a jogo com uma equipa de merda, passando pela nomeação de Tiago Martins, um dos maiores apitadores de merda cá do burgo ou pelas notícias plantadas sobre a não utilização de Acuña que, afinal, até foi ao Bonfim ver o jogo e correr o risco de ser contagiado por qualquer coisa que levou os apanha bolas a andarem de máscara.

E já que estávamos num jogo envolto na dita, o Sporting resolveu juntar-se à festa e brindar-nos com (mais uma) exibição de merda. Com as bancadas muito bem compostas, desde a curva leonina à central dos adeptos vitorianos que, bem, quiseram dar força aos jogadores que estavam em campo com um anunciado esforço sobrenatural (além de apontarem o dedo ao presidente do Sporting, Frederico Varandas, assim que o apanharam no camarote), os Leões conseguiram fazer esquecer tudo o que de bom fizeram frente ao fcp.

Num ritmo lento, tão lento que se tornava deprimente, o Sporting lá chegou ao golo assim que resolveu acelerar, com Wendel, Bolasie e Ristosky a desenharem a jogada que levou a que João Meira colocasse a bola dentro da própria baliza. Estavam decorridos 27 minutos de jogo e a turma de Alvalade chegava a um golo merecido, numa partida onde os centrais iam ensaiando vezes sem conta lançamentos longos para as subidas dos laterais.

Passaram cinco minutos e veio o penalti claro sobre Bruno Fernandes e pouco depois dos 30 minutos o Sporting ficava com o jogo ganho dando, até, a sensação que ia querer embalar para uma goleada. Nada. O tempo passou até ao intervalo com nota maior para um possível penalti sobre Wendel e para o regresso de Battaglia que parecia ter saudades de andar a correr e pedia várias bolas aos centrais para ser ele a construir jogo.

Wendel desperdiçou o terceiro logo a abrir o segundo tempo, as equipas voltaram a calçar as pantufas na noite fria e só quando o cérebro de Mathieu e de Max congelou as coisas voltaram a animar: o experiente francês perdeu a bola e o jovem redes tentou fazer sabe-se lá o quê para defender uma bomba de Carlinhos que foi à figura e que o deixou muito mal na fotografia.

Faltava quase meia hora e, frente a uma equipa de gajos que andaram a cagar-se a semana toda, o Sporting ficou todo borrado. E o cheiro podia ter ficado bem pior se a bola de Guedes, por volta dos 75′, não tivesse batido na barra e deixado os adeptos leoninos cheios de cólicas.

Mas a Shitty Song estava longe de estar terminada. Vietto sofreu falta e saiu lesionado, não se sabendo a gravidade; Jesé esteve em campo; Coates desviou-se de um sadino, este atirou-se para o chão e o cabrão do Tiago Martins mostrou o amarelo inacreditável que tira o uruguaio do dérbi e que castiga a imbecilidade que foi não proteger o central de algo que qualquer um de nós tinha previsto que ia acontecer. E nem a bela arrancada de Camacho para o golo de Bruno Fernandes diminui a vontade de deixar um “bardamerda para quem anda há tanto tempo no futebol e continua a ser comido e gozado desta forma”!

Ficha de jogo
V. Setúbal-Sporting, 1-3
16.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Bonfim, em Setúbal
Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa)

V. Setúbal: Milton Raphael, Mano, João Meira, Pirri, André Sousa, Leandro Vilela (Mansilla, 77’), Éber Bessa, Carlinhos, Zequinha, Mathiola (Leonardo Chão, 85’), Guedes
Suplentes não utilizados: Valido, João Serrão, Bruno Langa
Treinador: Julio Velázquez

Sporting: Maximiano, Ristovski, Coates, Mathieu, Borja, Battaglia, Bruno Fernandes, Wendel, Bolasie (Jesé, 77’), Vietto (Rafael Camacho, 67’), Luiz Phellype (Pedro Mendes, 76’)
Suplentes não utilizados: Diogo Sousa, Tiago Ilori, Eduardo, Gonzalo Plata, Pedro Mendes
Treinador: Silas

Golos: João Meira (ag, 27’), Bruno Fernandes (34’, gp e 90+4’), Carlinhos (63’)
Ação disciplinar: cartão amarelo a Luiz Phellype (1’), Leandro Vilela (26’), Pirri (33’), Coates (72’), Rafael Camacho (81’), Éber Bessa (82’)