Em dia de jogo (HOJE às 18H no PJR) tão importante e decisivo para a equipa feminina de voleibol, trouxemos à Tasca a nossa craque Beatriz Rodrigues. Aliás, ainda não nos tínhamos sentado e já a Beatriz perguntava. “Vocês vão ao jogo Domingo, certo?”

É sempre um prazer receber quem nos representa neste espaço já tão emblemático. A Beatriz, sempre sorridente, foi uma fantástica convidada!

1. Vamos começar pelo princípio. Eu vou iniciar uma frase e tu continuas como quiseres: “O mundo sabe que pelo teu amor eu sou doente.” Podes continuar?
“Farei o meu melhor para te ver sempre na frente. Irei onde o coração me levar e sem receio farei o que puder pelo meu SPORTING” … não diria melhor que esta excelente combinação de palavras que já existia. Para quê mudar o que já é lindo e verdadeiro?

2. Voleibol é um desporto difícil. Para quem começa a jogar, todos os gestos técnicos são complicados. De entre o serviço, manchete, passe ou até a chamada de ataque, qual foi o gesto técnico que mais exigiu treino em ti?
Todos os gestos técnicos são complexos à sua maneira, mas como já pratico este desporto há alguns anos pude ir aperfeiçoando ao longo do tempo. Não me lembro ao certo qual foi o gesto técnico que tive mais dificuldade em aprender, mas diria que o serviço pode ter sido do mais trabalhoso, pois à medida que vamos crescendo vamos fazendo diferentes tipos de serviços.

3. Muitos não saberão, mas no voleibol, junto a rede, há muito bate boca. Provocações, destabilizações. Entras nesse mundo ou és mais calma?
Eu considero que sou um meio termo. Em seniores ainda não ganhei o meu espaço por isso não provoco ou sou provocada, no entanto até ao escalão de juniores picava-me muito com as outras atacantes e trocávamos bastantes olhares de provocação, o que me motivava ainda mais para os pontos seguintes. No entanto, estas provocações ficam estritamente dentro de campo, quando estamos cá fora é como se nada tivesse acontecido. São provocações saudáveis.

4. Tiveste uma equipa longa e cúmplice nos Belenenses. Mais de 6 anos juntas, penso. Ficas feliz por teres vivido isso ou gostavas que o tempo tivesse parado um pouco?
É verdade, estive pelo menos 7 anos com a maior parte delas e foram 7 anos incríveis que não trocava por nada. Formamos mais que uma equipa, formámos uma família. Isso não acontece em todas as equipas. Dou graças a cada uma delas e às treinadoras porque cresci muito graças a cada uma delas. Voltava a repetir todos estes anos, mas voltaria a sair do clube na altura em que saí para o sporting.

5. O PJR é dos melhores pavilhões do país. É recente e bonito. Falta encher-se para o voleibol feminino. A abarrotar mesmo. Concordas? É um sonho?
Sim, concordo plenamente. Desde o início da época que o pavilhão tem vindo a encher cada vez mais e acreditamos que é isso que vai acontecer ao longo dos tempos. Queríamos muito encher o pavilhão João Rocha e gostaríamos que isso acontecesse ainda esta época. É um apoio que precisamos para lutar pelo título e mostrarmos que estamos todos juntos a lutar para o mesmo. Gostaríamos de sentir na pele o que é ter o pavilhão cheio para nos ver jogar. Sei que o desporto feminino não costuma ter tanta adesão. Não digo que este é um problema do Sporting, é um problema a nível nacional. Eu acredito que se os adeptos do futebol derem um bocadinho mais de apoio às modalidades, o Sporting pode começar a fazer a diferença e a mudar mentalidades.

6. O que significaria para ti seres campeã nacional da 1ª Divisão em pleno PJR?
Seria mais um sonho realizado! Um sonho que tinha quando era pequena, era jogar pelo sporting e ser campeã pelo mesmo. Felizmente realizaram-se os dois o ano passado, no entanto ser campeã da 1.ª divisão pelo Sporting seria a cereja no topo do bolo. Seria campeã na melhor divisão de Portugal, no clube do meu coração. Acho que é uma sensação incrível. E o facto de ser no João Rocha, podermos festejar juntamente com os adeptos, acho que seria um sentimento inexplicável.

7. Pela época que foi no Sporting no ano passado, muitas jogadoras sentiram que foi uma das melhores que tiveram. Foi mesmo assim especial também para ti?
Sem dúvida. O ano passado foi muito especial para mim em diversos sentidos. Saí do clube onde sempre joguei para o grande Sporting, o clube do meu coração. Saí da minha zona de conforto pela primeira vez, cumpri um sonho/objectivo que não esperava realizar tão cedo, tive ainda a sorte de conhecer todas as minhas colegas de equipa, colegas que, rapidamente, se tornaram amigas. Por fim, conseguimos tornar uma equipa quase toda nova numa equipa unida, com confiança e que ainda conseguiu ser campeã no Sporting pela primeira vez . Foi uma equipa que num ano conseguiu criar laços e fez história ao mesmo tempo.

8. Porque é importante para ti, e para a equipa, aquela volta que fazem junto da bancada para cumprimentar os adeptos?
A volta final após o jogo é bastante importante. É o momento do jogo em que estamos em contacto com os adeptos, com aqueles que saem de casa e se deslocaram ao pavilhão para nos apoiar. Ir ter com os adeptos é uma maneira de comunicarmos com eles e agradecermos pelo apoio que nos proporcionaram, dizendo-lhes que são uma peça fundamental.

9. Qual foi o melhor elogio que já te fizeram e quem o fez?
O melhor elogio é difícil de escolher, mas sem dúvida de que este é um dos melhores e dos que mais me marcou: “És o futuro do Sporting”. Mais do que uma pessoa me disse isto. E é um objetivo de vida ficar marcada neste clube. Conquistar o meu lugar e comandar dentro de campo, ao lado de todas as minhas colegas. Tenho muito que aprender e partilho o campo com jogadoras incríveis, sendo algumas as melhores com que já joguei e isso faz com que cresça todos os dias. Só com esta luta, determinação e apoio é que será possível vir a concretizar este objetivo.

10. Aqui na Tasca muitos acompanham a equipa de voleibol feminino. Podes enviar uma mensagem para todos?
Olá a todos! Sou uma das distribuidoras da equipa feminina de voleibol e queria convidar-vos a todos para se juntarem a nós no Pavilhão João Rocha. Venham-nos apoiar nesta fase tão decisiva e que se encontra tão perto do objetivo. Faltam poucos jogos para alcançarmos um dos objetivos de entrarmos nos 4 primeiros, só alcançando isto é que podemos lutar pelo título e é aí que vocês entram. A dar-nos forças extras. Vamos encher o Pavilhão e mostrar que somos uma equipa unida, que luta lado a lado com os adeptos para conquistar um objetivo comum: ver o Sporting campeão. Obrigado aos que já costumam ir. Vamos aumentar cada vez mais o número de pessoas nas bancadas. Juntos somos mais fortes!

*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo (ou, se preferires, é a crónica semanal sobre o nosso Voleibol). Hoje não é terça, mas há um grande desafio para as nossas Leoas! –