Os insultos racistas a Marega são condenáveis, nojentos, abomináveis e todo o tipo de adjectivos que vos apeteça usar.

O futebol português está nas bocas do mundo de forma deprimente, mas o gesto de Marega, sentido e pertinente, além de ser um grito contra este tipo de comportamento que se pensava ter ficado enterrado nas décadas de 80 e 90, tem o extra de deixar a descoberto dois tipos de pessoas: os merdas, que acham normal comparar uma pessoa a um macaco com base no tom de pele, e os hipócritas que, ontem, tiveram uma noite para saírem todos da toca.

Ouvir apresentadores de programas de futebol a defender que os clubes têm culpa pelo discurso que utilizam e a apontar o dedo aos directores de comunicação é inacreditável. Se a base destes programas é, precisamente, tudo o que alimenta a guerra e o ódio, incluindo as tais declarações dos directores de comunicação, com que cara é que se diz uma coisa destas?!?

Depois, ver um país em peso, incluindo as mais altas figuras de estado, a vir condenar o sucedido. Sim, fazem bem em manifestar-se, mas tenho imensa pena que não estas pessoas não considerem condenável os anos e anos de cânticos e assobios a celebrar a morte de um adepto em pleno estádio nacional, numa final da Taça de Portugal, esse sim o mais negro momento da história do futebol português.