“Quando chegámos, o Sporting era uma rulote”. A frase fez furor no fim-de-semana, pois dava título a uma entrevista que Francisco Zenha, responsável pelas finanças do Sporting Clube de Portugal, deu ao Expresso.

Ponto um. Alguém devia ter-lhe dito que uma das suas funções passa por não achincalhar o clube em praça pública. Uma frase deste género é, desde logo, oferecer munições aos adversários. Mas isso pouco importa se servir para ajudar a limpar a imagem desta direcção. Aliás, a entrevista foi mais um desfiar de lamentações e de apontar o dedo à direcção, no passado, e às claques, no presente. Aliás, só está a seguir a máxima do seu líder que não hesita em largar frases como “errámos? Sim. Mas foi fruto do que herdámos!”

E já que falamos em herdas, eu diria não ser para todos herdar uma rulote com um contrato de centenas de milhões com a NOS que permite, desde logo, antecipar receitas para tapar buracos. Algo que Zenha não tem hesitado em fazer (finanças? fácil, fácil).

Nos entretantos, a roulote, agora conduzida por Zenha e companhia, foi despachando os seus mais valiosos ocupantes. O pequeno Zenha até nos brinda com mais uma imbecilidade, dando a entender que Bruno Fernandes só foi vendido porque era necessário contratar um ponta de lança. Mas, imbecilidades à parte, era bom que alguém perguntasse a este financeiro de pacotilha como é que pensa gerir a rulote agora que só lhe sobram um ou dois panados de qualidade para colocar na vitrina?