No jogo das famílias onde gente sem idade foi sujeita à experiência de mostrar as meias, o Boavista mostrou que só sabe dar porrada e o árbitro que expulsou Bolasie em Braga foi ao VAR para não ver um penalti claro e consequente vermelho a fvor dos Leões, Gonzalo Plata aproveitou para dizer ao universo verde e branco que o puto maravilha que veio do outro lado do oceano está pronto para agitar o futebol leonino

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«Na segunda parte ficou zero a zero». As palavras são de Daniel Ramos e mostram bem o paupérrimo espírito que norteia este Boavista e muitas das equipas da primeira Liga. Jogam zero, isso sim, dão porrada com conivência dos árbitros (contra o Sporting, obviamente) e em nada contribuem para o espectáculo que as pessoas ainda vão pagando para ver. Diga-se, aliás, que este Boavista chegou a Alvalade em 9º lugar, sem pressão, o que ainda reforça a mediocridade do discurso do seu treinador e, consequentemente, do seu futebol.

E para receber estas denominadas panteras, Silas entrou em modo poupança. Na defesa, Rosier, Ilori, Neto e Borja formavam um novo quarteto. No meio campo, Battaglia voltava ao onze, tendo a seu lado Wendel e à sua frente Vietto, enquanto que na frente Sporar continuava a jogar, Jovane merecia nova titularidade e Plata era chamado ao onze inicial.

O Sporting demorou a libertar-se do espartilho que a pressão axadrezada provocava e que deixava Vietto demasiado longe das linhas onde pode fazer a diferença, além de obrigar Sporar a sair demasiadas vezes da área ou suas imediações. A bola acabava invariavelmente em Plata ou Jovane, que se viam isolados em forçados a acções individuais.

Até que veio o 13º minuto e o golo do Sporting. Livre batido para a área, falhanço de Battaglia, mas Sporar a aparecer para encostar lá para dentro. Depois de ter marcado aos turcos, para a Liga Europa, o camisola 90 voltava a festejar em Alvalade e carimbava o lance que mudaria a partida: o Boavista teve que preocupar-se com algo mais do que com a eliminação de espaços e deixou de conseguir ter as linhas de pressão tão compactas.

Plata marcou aos 24, num golo bem anulado, mas estava dado o aviso que viria a ter efeitos práticos em cima do intervalo. Jovane lançou a correria de Borja, o lateral cruzou a preceito para o segundo poste e Gonzalito apareceu cheio de estilo e, de primeira, a metê-la na gaveta pela segunda vez.

No segundo tempo, o Sporting geriu. Dava a bola a um adversário que pouco sabe o que fazer com ela e apostava em explorar esse convite às subidas do Boavista. Sporar e Vietto deram lugar a Pedro Mendes e a Chico Geraldes, Jovane falhou um golo de baliza escancarada e Max teve oportunidade de fechar o jogo com uma belíssima defesa. Pelo meio, Nuno Almeida, rapaz que em Braga não hesitou em expulsar Bolasie, foi consultar as imagens do VAR depois de um varrimento de Ricardo Costa a Plata, na área, e deixou por marcar o penalti e por expulsar o central boavisteiro.

Nada de novo, ou não fosse essa forma de apitar uma arte velha que, neste final de tarde, não foi suficiente para parar o modernismo emprestado por um jovem equatoriano que promete dar que falar com a camisola verde e branca.

Ficha de jogo
Sporting-Boavista, 2-0
22.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa
Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)

Sporting: Maximiano, Rosier (Ristovski, 82′), Ilori, Neto, Borja, Battaglia, Wendel, Gonzalo Plata, Vietto (Francisco Geraldes, 82′), Jovane, Sporar (Pedro Mendes, 73′)
Suplentes não utilizados: Diogo Sousa, Rafael Camacho, Bolasie, Doumbia
Treinador: Silas

Boavista: Helton Leite, Fabiano, Ricardo Costa, Neris, Carraça (Mateus, 89′), Reisinho (Heriberto, 76′), Ackah, Gustavo Sauer, Yusupha, Paulinho, Cassiano (Stojiljkovic, 68′)
Suplentes não utilizados: Bracali, Lucas, Obiora, Marlon
Treinador: Daniel Ramos

Golos: Sporar (13′), Gonzalo Plata (42′)
Ação disciplinar: cartão amarelo a Neris (22′), a Wendel (29′), a Reisinho (33′), a Rosier (54′)