Creio que por esta altura já todos tenhamos percebido que, a não ser que os deuses do futebol resolvessem oferecer-nos uma Liga Europa, Silas não continuará a ser treinador do Sporting na próxima época.

E, ao contrário do que possa parecer, não venho discutir se a medida é ou não acertada, muito menos opinar sobre as mais valias ou ausência delas por parte do nosso treinador. Venho, isso sim, lamentar a forma como quem dirige o futebol profissional do Sporting tem tratado um homem que, goste-se mais ou menos, aceitou o convite e, melhor ou pior, tem tentado fazer o seu trabalho. E que, melhor ou pior, tem sido um gajo sincero nas conferências de imprensa ou nas vezes em que surge na SportingTV.

O mais recente episódio, com o Record a deturpar o que Silas disse sobre Bruno Fernandes, dando-lhe uma conotação de ataque ao empenho do jogador, é sintomático. Primeiro, não será por acaso que esse jornal tenha sido o único dos desportivos a não perceber o que Silas disse. Depois, quando Silas aproveita uma conferência de imprensa para apontar o dedo ao não jornalismo, não houve um sinal que fosse de que a direcção estava a seu lado. Nem team manager, nem director, nem um comunicado mínimo no site. Zero.

Silas está a ser tratado de forma totalmente descartável por uma direcção que tem a noção de que o brio profissional do treinador é suficiente para que ele dê o máximo até final da época. E com jeitinho, lá para junho, ainda ouviremos alguém dizer que houve lágrimas na despedida.