Quase afónico, frustrado e ainda com as músicas a ecoar… O João Rocha continua a ser o meu abrigo enquanto Sportinguista e hoje, independentemente do resultado, pude sentir a garra e a vontade de vencer do Leão. A atmosfera foi uma vez mais incrível e por muitas voltas que deem e muitos pinos que façam, as claques fazem e farão sempre muita falta ao espetáculo.

Tudo isto também para dizer que o que se segue é escrito ainda ‘muito a quente’ por isso perdoem-me qualquer lapso que possa existir.

Uma entrada da nossa equipa tal e qual como se exigia! Forte, concentrada e a por em sentido um Porto algo sobranceiro na parte inicial do encontro. Até ao time-out pedido por Magnus, o Sporting vencia por 6:2 e Frankis Carol já tinha marcado quase tantos golos quantos aqueles que fez nos dois jogos frente ao Dinamo Bucareste!

Depois, e com as expulsões por 2 minutos de Frankis e Mladenovic, o Porto recupera e mais tarde acaba mesmo por passar para a frente do marcador. Pelo meio, há três ataques falhados por ambas as equipas, altura em que Manuel Gaspar teve a oportunidade de brilhar.

Os dois golos de desvantagem levados para o intervalo foram ultrapassados e o Sporting volta a empatar o marcador a 16. O João Rocha entra novamente em ebulição e o Sporting mostrava qualidade para poder descolar.

O problema é que a seguir começam os disparates. O Porto nem sequer chegava com a bola à nossa baliza e nós deslumbrávamo-nos com tanta facilidade. Foi o Ghionea que falhou o 7m (também tem direito), foi o Ruesga que com a baliza deserta atirou por cima; foi o Mladenovic que isolado frente ao Quintana mandou à barra…

E por esta altura decide-se o jogo. Animicamente o Sporting foi abaixo e a falta de profundidade no plantel foi notando-se cada vez mais; Do outro lado, o Porto melhorou a sua performance defensiva, levando ao ‘desespero’ os jogadores leoninos.

Até ao fim, um cartão vermelho muito mal explicado a Carlos Carneiro e ainda uma situação no mínimo estranha que envolveu Anti e Iturriza com (supostamente) 2 minutos para cada lado. Aqui, o treinador francês devia ter posto o politicamente correto de lado e ter colocado sete jogadores em campo face à falta de comunicação entre os senhores que dirigiam o encontro. Um jogo que, diga-se de passagem, nem sempre esteve controlado pelos árbitros da partida. 23:27 foi o resultado final.

Principais destaques:
– Francisco Tavares; O menino não treme! Mostrou frente ao Porto e Dinamo muita frieza e confiança naquilo que faz, inclusivamente nos 7m.
– Diogo Branquinho; 9/9 e 100% de eficácia para o Ponta. Um talento ímpar do FCP e da nossa seleção;
– Plantel SCP; Se ter vários jogadores decisivos na equipa com uma idade algo avançada é um problema, se adicionarmos ainda o facto de Frade ter jogado condicionado e Pedro Valdés e Nickcevic nem sequer figurarem na ficha de jogo…

Salvo algo inesperado, as contas são simples de fazer. Para ser campeão o Sporting tem que vencer todos os jogos da segunda fase da Liga Placard! A eliminação da Liga dos Campeões e o facto do Porto continuar ainda em prova pode dar-nos uma ligeira vantagem, se bem que como grande clube que somos, podíamos e devíamos estar ainda nas duas competições.

Devíamos mas não estamos, o Sporting foi afastado nos play-offs, numa eliminatória em que o Dínamo fez por merecer a passagem à fase seguinte. Num ambiente também ele de impor respeito, e depois da derrota no jogo da primeira mão, virar a eliminatória era uma tarefa que não se avizinhava fácil.

A expulsão de Kuduz (para mim o melhor jogador do Dínamo) no início da partida alterava o jogo das probabilidades e tínhamos assim mais hipóteses de seguir em frente. O problema é que pouco depois e numa infantilidade inadmissível, o Frade é também expulso e a ‘vantagem’ que antes podíamos ter ganho acabava assim por ficar dissipada. O jogo esse continuava disputado e ao intervalo perdíamos por 12:14.

A primeira linha do Sporting esteve completamente fora do jogo. Carneiro e Ruesga jogaram limitados; Vujin apontou apenas um golo; Frankis teve 6 remates e 0% de eficácia… escusado será dizer que a este nível estas situações se pagam muito caro.

Além disso, muitos erros não forçados, muitos ataques denunciados e muita falta de criatividade para imprimir um jogo rápido e com mudanças de velocidade por forma a surpreender uma defesa pesada que privilegiava o contacto.

Mesmo defrontando um adversário que estava mais forte em relação à temporada passada, fica a sensação que o melhor Sporting levava de vencida este Dínamo e iria conseguir repetir a presença nos oitavos de final, defrontando desta vez o PSG.

P.S. Nem tudo é negro. O Sporting carimbou a passagem à final four da Taça de Portugal de Basquetebol ao derrotar a Oliveirense por 71:72, após prolongamento. Deliciem-se com o minuto e meio final onde há show do Pedro Catarino. Cliquem aqui!

*às quintas, o Ventus109 dispara uma rabanada dos sete metros que arrasta todas as novidades sobre o nosso Andebol