Entrevista de Joelson Fernandes ao site francês joueurspt

Como entrou na Academia do Sporting? “Quando cheguei a Portugal, aos 11 anos de idade, meu pai falou de mim no clube. Ele conhecia bem o Sporting, porque trabalhava lá e fora jogador. Eles disseram que eu poderia treinar lá. No dia seguinte, eu estava lá. O treino correu bem e assinei logo. Eu morava em Aveiro, então só jogava pelo Sporting no fim de semana. No resto do tempo, treinava no clube Beira-Mar. A partir dos 14 anos, fui morar na Academia do clube e ainda moro lá”.

O seu pai jogou no Sporting, enquanto você e seu irmão jogam nas categorias de jovens. É uma coincidência ou é pelo amor do clube? “O meu pai jogou e permitiu que eu e o meu irmão jogássemos também. Além disso, acho que podemos dizer que temos uma família verdadeiramente sportinguista”.

Tem apenas 17 anos, mas já está a jogar pelos sub-23. Como vive com isso? “Estou extremamente feliz por poder jogar nos sub-23. Agora é preciso continuar a trabalhar para poder jogar um dia na equipa principal. É o meu sonho“.

Na Liga Revelação, alguns jogadores têm quatro ou cinco anos a mais. O impacto e a diferença de físico é difícil de ultrapassar? “Sim, de facto. Mas é normal, eles são mais velhos. Para superar isso, tenho que pensar mais rápido e fazer as coisas mais rapidamente, mas é isso que nos torna grandes jogadores. Tenho de jogar com os mais velhos para melhorar”.

Joga nas duas alas, mas de que lado prefere atuar? “Prefiro jogar no lado esquerdo, mas o lado direito combina comigo também”.

Prefere marcar ou é melhor assistir os colegas? “Em geral, prefiro marcar golos, mas se um companheiro de equipa estiver em uma posição melhor do que a minha, eu passo. O mais importante é a vitória da equipa, independentemente de quem marcar”.

Quais são suas principais qualidades? E quais são os aspetos do seu jogo que deve melhorar? “Para mim, meus melhores atributos ou pontos fortes são minha capacidade de driblar, a velocidade. Em relação aos pontos mais fracos do meu jogo, trabalho todos os dias para melhorá-los”.

É frequentemente comparado a Cristiano Ronaldo, Quaresma ou Figo. Isso coloca pressão extra nos seus ombros? “É certo que ser comparado a esses jogadores coloca um pouco de pressão extra sobre mim. Tento seguir o exemplo deles e jogar o melhor que posso em cada jogo”.

O Barcelona e o Leipzig demonstraram grande interesse em você. Satisfeito por isso? É lisonjeiro? “Claro, é muito lisonjeiro e acho que representa o valor do meu trabalho. Eu não olhei muito para esse alegado interesse, estou bem onde estou e a lutar para alcançar o meu sonho, que é jogar na equipa principal do Sporting”.

Está vinculado até 2022 com uma cláusula de rescisão no valor de 45 milhões de euros. Os jornais relataram recentemente uma extensão para 2025 e um aumento significativo dessa cláusula. A direção do Sporting falou consigo sobre isso? “Ninguém me falou sobre essa oferta de extensão ainda. Além disso, tento não pensar muito nessas coisas. Eu só quero jogar futebol, o resto é entre o Sporting e meu pai, que é meu agente”.

É considerado uma das maiores esperanças da Academia. Que impacto é que tem em si? “Também tento não pensar muito nisso. Mas é muito bom ouvir essas coisas. Como disse, mostra o valor do meu trabalho e continuarei meus esforços para ouvir isso com mais frequência e poder mostrar o que realmente faço”.

Quem é que acha que é o jogador mais promissor de Alcochete? “Existem muitos jogadores promissores no Sporting. O meu irmão é, por exemplo, um deles, de qualquer forma, ele está seguindo o caminho. A estrada é longa, mas acredito nela. Deve continuar a trabalhando como está a fazer”.

Com quais jogadores tem o melhor relacionamento? Fora e em campo? “Na equipa principal, dei-me muito bem com Bruno Fernandes e Jovane Cabral. Nos sub-23, dou-me bem com todos”.

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Gonzalo Plata recordou os primeiros tempos no Sporting, que diz terem sido muito difíceis, e revelou que esteve quase a assinar pelo Barcelona, numa entrevista ao programa equatoriano “Fanático”.

Adaptação ao Sporting: “Quando cheguei a Portugal foi muito difícil para mim. No dia a seguir já estava a pensar em voltar ao Equador, porque me sentia mal. Não tinha confiança, não tinha os meus amigos. Pensava que ia ser igual a quando estive no Independiente. Os primeiros meses foram muito duros porque estava sozinho, ainda não estava cá o meu irmão. Com o tempo fui-me habituando, conheci os meus colegas aqui no Sporting, senti-me mais tranquilo e tive mais contacto com as pessoas do clube.”

Interesse de Inglaterra?
“Não sei o que há de verdade nisso. O meu empresário é que se encarrega de se mexer nesse sentido. Todos sonham com jogar na Premier League. Desde pequeno era a liga que mais via. Aqui em Portugal sinto-me bem e ainda me falta muito por dar.”

Perto de assinar pelo Barcelona: “Sim, estive muito perto de assinar pelo Barcelona. estive prestes a assinar, mas apareceu o Sporting, era mais favorável para a minha carreira, pela minha idade, ia ter mais minutos. Mas claro que jogar com treinar com aqueles craques do Barça seria algo espetacular. Ir para a B do Barcelona? Tenho a capacidade para ganhar um lugar, mas claro que no Barcelona seria mais difícil que em qualquer outro clube.”

Jordi Cruyijff, selecionador do Equador, ligou-lhe? “Não, ligou-me o coordenador da seleção para me perguntar se estou bem, só isso. O seguinte passo é estar nas eliminatórias. Começar a jogar aqui e que o selecionador me tenha em conta.”