Mais um penálti por assinalar, mais um golo incrivelmente anulado e, obviamente, o jogador que podia ver o quinto amarelo a vê-lo. Valha-nos que quem tem vindo a marcar também voltou a fazê-lo e fez o novo normal sobrepor-se ao mesmo de sempre

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Na antevisão da partida frente ao Santa Clara, Rúben Amorim afirmou que “não há espaço para gerir a equipa a pensar no jogo com o FC Porto. Jogamos um jogo de cada vez. O que sempre disse é que vamos focar-nos porque ainda temos objetivos este ano, mas obviamente temos de começar a avaliação do próximo ano. Foi essa a razão porque vim logo para o Sporting e porque o Sporting me foi buscar a meio da época. Temos de crescer como equipa. Quero jogos atrás de jogos para ver o crescimento da equipa e ver a nossa identidade. Temos objetivos para atingir ainda, mas não ponho em risco os jogadores porque acabamos esta época e começamos logo outra. Se perdermos agora um jogador por lesão, começamos a abdicar dele no início da próxima época. Portanto, é difícil estar a jogar em duas épocas ao mesmo tempo, sabendo que o foco principal é nesta. Como treinador tenho de pensar em tudo ao mesmo tempo. É mais a gestão física, mas tem um bocadinho das duas”.

Ora, a verdade em que este final de época com um pé colocado na próxima também tem dado para os miúdos, entretanto lançados, sentirem na pele aquilo que os espera assim que ousarem intrometer-se na luta pelos lugares que interessam.

Aconteceu na jornada passada, com dois penaltis por assinalar contra o Moreirense, voltou a acontecer ontem, com um penalti por assinalar contra o Santa Clara e um golo anulado ao Sporting cujas as imagens merecem ser vistas em loop.

Junte-se a isto aquela dualidade de critérios que se enraizou e que faz, por exemplo, com que o Sporting tenha quase setenta por cento de posse de bola, cometa menos três ou quatro faltas do que o seu adversário e chegue ao final da partida com o dobro dos jogadores amarelados. Um deles para Acuña, curiosamente o que podia ficar de fora do jogo do Dragão. E, não, não estou a desculpar os nervos do argentino.

Ora, posto isto, numa partida onde Sporar voltou a fazer figura de corpo presente, Pedro Mendes já nem esteve presente e o Sporting voltou a ter demasiado tempo bola sem saber o que fazer com ela, valeu-nos que o habitual “de uma forma ou de outra, tudo vou fazer para que não ganhes”, entoado ao som do apito, foi contrariado pelo novo normal: de uma forma ou de outra, o Wendel há-de acelerar o jogo e o Jovane há-de marcar.

E assim foi. O Wendel acelerou, o Santa Clara tremelicou, o Jovane deslizou e a bola lá entrou, no único remate à baliza. É caso para dizer que estamos muito mais pragmáticos. Falta tudo o resto.