O MaisFutebol inicia a nova temporada do «P.S. – Para Seguir» e para o pontapé de saída voltam a abrir-se as portas da Academia do Sporting para destacar Guilherme Santos.
É uma das maiores promessas leoninas, embora tenha apenas 15 anos. O nome será desconhecido da maioria, mas muitos adeptos do Sporting talvez recordem um momento do jovem médio que se tornou viral: uma «flash interview» no Torneio Internacional da Pontinha, em 2018, após um jogo com o Benfica.

Na altura capitão da equipa de infantis do Sporting, Guilherme mostrou vontade de honrar o símbolo que carrega(va) ao peito e mostrou consciência do privilégio de estar num papel com que tantos miúdos sonham, mas que muito poucos alcançam.

Um discurso cativante, não só pelo conteúdo, mas também pela forma. Com uma mistura de serenidade, confiança e maturidade pouco habitual para alguém de apenas 13 anos.

Passaram dois anos e Guilherme Santos continua a levar essas características para dentro do campo. É um jogador que está à frente do seu tempo no entendimento do jogo, no discernimento técnico, e até na capacidade de liderar.

A idade desaconselha qualquer tendência para limitar a evolução a um papel, mas para já Guilherme tem crescido como um médio ofensivo (pode ser «10» ou «8») com um recorte técnico acima da média, que se destaca pela capacidade de decisão no último terço. Tanto desequilibra em condução, a furar pelo corredor central com a bola sempre colada aos pés, como se destaca também em passes de rutura. Para além disso mostra capacidade de finalização, sobretudo a aparecer à entrada da área. Na época passada marcou 15 golos em 25 jogos pelos iniciados, mas estes são dados para relativizar a este nível.

Mais importantes do que os números são as sensações que o jovem médio deixa em campo. A relação com a bola e com os colegas, o entendimento do espaço. Esses são os indicadores reais, que não se encontram em tabela nenhuma.

Guilherme Santos já joga (no Sporting) há oito anos, mas ainda tem um caminho longo pela frente, e a percentagem daqueles que chegam lá é muito reduzida. Mas talvez a «flash interview» volte a tornar-se viral daqui a uns anos, e possamos comprovar que os sinais estavam lá.