Penso ser justo iniciar este post dizendo-vos que nunca fui fã de Wendel e que acho que o destaque que ele acabou por ganhar na equipa resultou mais das fragilidades dos plantéis dos quais fez parte do que, propriamente, por estarmos perante um enormíssimo jogador. Sim, parecia ser sempre ele a acelerar o jogo, a mudar de velocidade, a conseguir levar do meio para o terço adversário. Mas quão inconstante é Wendel? Quanta dificuldade tem em assumir ser aquele médio que tem que aparecer na área adversária para criar superioridade e atirar à baliza? É um bom jogador? É. É um craque? Nem de perto.

Posto isto, já devem ter percebido que não estou propriamente choroso com a ida do médio para o Zenit. E não estou porque, sinceramente, sou da opinião que temos em casa, formado por nós, um jogador melhor do que Wendel: Daniel Bragança. Acrescento, ainda, que se Amorim não resolver embicar para um beco sem saída que lhe trará vários dissabores, o meio campo do Sporting não demorará a ser composto por Palhinha e Bragança, dando liberdade a Peter Pote mais à frente. Como sombras, Matheus Nunes e Bruno Paz, oferecem ao meio campo leonino quatro soluções + 1, Peter Pote, que me parecem ter qualidade para dar e vender.

Diria, até, que esta saída forçada por imperativos financeiros acaba por deixar-nos com um meio-campo como há muito se pedia: assente nos talentos da formação. E acrescento que se alguém chorar a saída de Wendel porque acha que os miúdos que ficam não são o suficiente, então não acredita minimamente em quem sai da nossa Academia.

Financeiramente, também não é um negócio que me choque. Pelo menos até saber o valor das comissões que vamos pagar. Até lá, a confirmar-se os 20 milhões + 4 por objectivos, parece-me um valor ajustado por um jogador que é bem menos jogador do que era, por exemplo, o Elias que também vestiu a verde e branca.

Desejo toda a sorte do mundo a Wendel, miúdo porreiro que aprendeu a gostar genuinamente do Sporting e que, pese os devaneios próprios extra futebol, sempre deu o que tinha e não tinha com a verde e branca vestida.