Uma goleada tão natural quanto a diferença entre as duas equipas é o que fica do Sacavenense 1-7 Sporting, resultado só possível pelo facto dos Leões terem encarado a eliminatória da Taça com toda a seriedade. E nem faltou o brilho dos putos

pedro marques

Não houve festa da Taça, coisa que este 2020 também fez questão de esconder, mas houve um Sporting que mesmo com algumas mexidas – Borja foi lateral direito e safou-se melhor do que à esquerda, Antunes foi o lateral esquerdo, Gonçalo Inácio surgiu no lugar de Fedal – fez questão de levar este jogo muito a sério, mesmo depois de ter ido para o intervalo a ganhar por 3-0.

O golo de Nuno Santos, ainda o Sacavenense se procurava habituar à relva natural, foi o prenúncio do que por aí vinha, confirmado por aquele salto de Coates que deve ter deixado os homens de Sacavém com pesadelos e por um penalti de Jovane que o Sr Árbitro conseguiu ver com uma mestria que envergonha muitos video-árbitros. Houve oportunidades para mais, claro que houve, até porque Nuno Santos, uma das figuras deste arranque de época leonino com claro dedo de Amorim, ainda viu uma bola no poste e um golo anulado.

E se a primeira parte tinha sido entretida, a entrada de Daniel Bragança tornou a segunda num prazer com a leveza de uma daquelas músicas dos Beatles que é cantada com sorrisos de quem parou de lanchar para pegar nos instrumentos e pôr toda a gente a dançar à volta da piscina. Coates voltou a assustar o pessoal à cabeçada, mas a festa estava guardada para os cinco minutos finais, já depois de Iaquinta ter chorado de felicidade ao apontar o tento de honra do Sacavenense: bis de Pedro Marques, aquele ponta de lança de quem não se pode falar muito para não se ser acusado de ser formação lover, e mais um de Gonçalo Inácio, para dar ao resultado um colorido do qual qualquer Sportinguista associa a belíssimas memórias.