Num clássico quase sempre mal jogado, com duas equipas mais preocupadas em não errar do que em provocar o erro, seria a partir do banco que se escreveria a sentença desta meia final da Taça da Liga, com Amorim a mexer tarde, mas bem, e Conceição a achar que estava tudo resolvido antes do apito final

jovane

Não faltou agressividade e empenho, mas faltou futebol a grande parte do clássico que colocou frente a frente Sporting e Fc Porto, na primeira meia final da Taça da Liga. Privado de elementos chave, Conceição surpreendeeu com um sistema de três centrais que encaixava directamente no esquema táctico de Amorim, recambolescamente privado de Sporar e Nuno Mendes em cima da partida.

Os azuis e brancos adaptaram-se melhor a este encaixe estratégico, ganharam mais duelos e foram mais fortes na pressão, deixando o Sporting manietado durante os primeiros 25 minutos. Apesar de tudo, e com ambas as equipas sem conseguirem ganhar a profundidade, os remates periogosos dividiram-se: primeiro Corona, à entrada da área, depois Peter Potter, mais ou menos do mesmo local em lado oposto. Ambos por cima. Quase em cima do intervalo, num remate que bate em Coates e fica a pedi-las à boca da baliza, Marega faz a recarga e manda a bola ao poste, na melhor e efectiva oportunidade de golo de todo o primeiro tempo.

E se a primeira parte tinha chegado a dar sono, a segunda foi complicada de aturar a seguir à hora de jantar. Por momentos, chegou a parecer que dois grupos de amigos se tinham juntado para uma pelada e que apenas os mais catrapilas tocavam na bola não espantando, por isso, que a dez minutos do final Marega fosse por ali fora, se visse rodeado por meia dúzia de Sportinguistas a manter a distância de segurança e já sem força nas pernas rematasse com a canela do pior pé e fizesse a bola entrar em câmara lenta na baliza de um petrificado Adán.

Sim, horroroso, principalmente para quem sofre um golo assim. Conceição ria-se para o céu, Amorim sentia o quente do inferno e não hesitava em ir ao banco e colocar Daniel Bragança e Plata, que se juntariam aos já entrados Jovane e Matheus Nunes. Mais do que ir ao banco, Amorim não inventava e acertava: Nuno Santos recuava para a saída de Antunes, Plata encostava à direita com ordem para carregar sobre os defesa, Matheus e Bragança davam músculo e critério ao meio, Jovane ficava como uma livre referência ofensiva. Por sua vez, Conceição ia fazendo substituições com pinta de refrescar que isto está ganho, ficando sem argumentos quando, a cinco minutos do final, Jovane apanhou uma bola de ressaca na sequência de um livre, ajeitou e rematou possuído pelo arco croissant de Pedro Barbosa. Go-la-ço!

Cheirava a penaltis (outra vez), mas mesmo com Adán a rimar com Renan, Coates esteve-se marimbando: meteu os avançados do fcp no bolso, ganhou a bola e meteu-a com critério nos pés de Peter Potter. O camisola 28 correu como poucos sabem correr com a bola no pé e com Pepe aos berros abriu para a entrada de Jovane que, ao ritmo do batuque, entrou na área e atirou com classe ao poste mais distante. Jovane, passado mais um calvário de lesões, celebraria em lágrimas, Coates (vejam as imagens), festejaria sorrindo mais do que os putos que lidera todos juntos num abraço que há quem diga que caíu do céu.

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