Fim de novela, a não ser que aconteça algum spin de última hora que espantaria até o menos céptico de todos os adeptos: Paulinho será jogador do Sporting a partir desta noite. Analisemos o desenlace destes meses de namoro.

Paulinho
É um dos melhores avançados do campeonato português. Creio que quanto a isso não haverá grande discussão, tal como ficou claro para tudo e todos que Rúben Amorim o considerava o seu jogador de eleição para a frente de ataque.

O negócio
Estando por confirmar pormenores, o Jornal Económico avança com dados que diz serem exclusivos: 13 milhões por 70% do passe + Borja em definitivo para Braga + Sporar emprestado ao Braga até final da época, com o Sporting a ficar a pagar 50% do ordenado do esloveno

O que o Cherba acha disto
– Eu não compraria Paulinho, muito menos por estes valores. É um jogador que dificilmente trará retorno financeiro e não sou fã das qualidades do jogador, embora reconheça a capacidade física (nomeadamente no jogo aéreo), a facilidade de remate e o bom posicionamento tanto na área como para vir receber e servir de apoio. Desde a primeira vez que defrontámos o Lask que digo que devíamos contratar Marko Raguz, avançado de 22 anos que, parece-me, não engana e pode ser negociado por 4 a 5 milhões de euros. Com a mesma idade de Raguz e igualmente com um valor de mercado bem inferior a Paulinho, existe um tal de Pavlidis que joga no Willem II, da Holanda. E se a ideia é ter um jogador experiente, então porque não agarrar nesta batelada de dinheiro e tentar trazer Munas Dabbur?

– Eu também não compraria Paulinho porque não me parece fazer algum sentido negociar nem que seja um bilhete com António Salvador. No espaço de ano e meio, o Sporting entrega 23 milhões ao Braga (ou melhor, 27, tendo em conta os juros do atraso no pagamento de Amorim), algo que me custa a aceitar, principalmente porque falamos de alguém que procura recorrentemente enxovalhar-nos, que faz parte do lado negro do futebol nacional e que está directamente envolvido no carrossel do Jorge

– Parece-me uma jogada meio questionável contratar Paulinho e perder Sporar. O Sporting tinha um problema duplo: poucas opções de ataque (um ponta de lança de raiz, Sporar, e um avançado móvel, Tiago Tomás) e ausência de um goleador. Entretanto, empresta Pedro Mendes, empresta Pedro Maques, empresta Sporar (que, recorde-se, custou 6 milhões de euros há um ano) e fica com Paulinho e com Tiago Tomás. Sim, ganhamos um jogador que com toda a certeza vai aproveitar muitas das bolas que Sporar deixava passar, mas… é ficar a apelar aos santinhos verde e brancos que nenhum dos que cá ficam se lesione

– No meio de tanta coisa que não percebo e com a qual não concordo, sobra a única que me parece fazer sentido: Rúben Amorim teve dedo em todas as contratações, recusou alguns desejos da direcção por considerar que não encaixavam na dinâmica de grupo (Adrien, por exemplo), agarrou nos miúdos e foi à luta. Independentemente do que aconteça no dérbi desta noite, chegará ao final da primeira volta em primeiro no campeonato e com uma Taça da Liga conquistada, ou seja, ganhou espaço para poder pedir a prenda com que sonhava há algum tempo: Paulinho. Tenho que respeitar esse seu desejo e tenho que concordar com o esforço da direcção para satisfazê-lo (a que preço, não sei, embora nada disto condiga com o estrangulamento financeiro em que estamos), dando um sinal ao treinador que não será por falta de dar-lhe esse bombom que perdemos a oportunidade de garantir o lugar na Champions e, cereja no topo, chegarmos ao final da época celebrando o campeonato que foge há demasiado tempo. É isso que qualquer Sportinguista, mesmo que preocupado ou desconfiado, deseja.