Por certo tudo não passará de mais uma enorme coincidência, mas, ainda assim, permitam-me escrever um curto guião que começa em 2015, na área de serviço de Santarém, com a detenção de José Carriço, quando transportava 9,6 quilogramas de cocaína num veículo do Benfica, clube no qual era, à data, diretor do Departamento de Apoio aos Jogadores.

Veio depois a saber-se que José Carriço, conhecido como ‘Zé do Benfica’, e que antes fora motorista do presidente dos ‘encarnados’ Luís Filipe Vieira, recebia, a pretexto de reuniões, cidadãos colombianos no seu gabinete, que entravam pela Porta 18 do Estádio da Luz, razão pela qual a Polícia Judiciária (PJ) deu esse código (Porta 18) à investigação.

Saltamos no tempo, até Maio de 2109, altura em que uma notícia nos dá a conhecer que “Foi com almoços grátis, bilhetes para ver jogos de futebol do Benfica, consertos de carros e serviços de cabeleireiro que P. Lai comprou, durante dois anos, funcionários administrativos e seguranças dos postos de atendimento do SEF — Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. O homem de 68 anos, segundo o Jornal de Notícias, era procurado por dezenas de clientes chineses para tratar de processos de obtenção de residência, recebendo 600 euros por cada operação.

Já que estamos numa de Estrangeiros e Fronteiras, aterramos no dia de hoje, dentro de um avião onde estavam 500 quilos de cocaína e um tal de João Loureiro, esse bom rapaz dos lados do Bessa que, em tempo idos cantava “Magníficos dias atlânticos”. Piadas à parte, parece que o Loureiro filho foi um dos dois únicos passageiros a embarcar nesse avião, de uma lista onde constavam sete nomes, entre eles Lucas Veríssimo, acabadinho de ser contratado pelo benfica, Paulo Jorge Saturnino Cunha, Bruno Carvalho dos Santos, também ele empresário de futebol, Hugo Cajuda, agente do treinador português Abel Ferreira e Paulo Macedo, empresário que mediou o regresso de Jesus ao benfica e que, como pode ver-se na notícia abaixo, é uma jóia de moço.

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É verdade, cada história é uma história e, por certo, tudo não passará de mais uma enorme coincidência na qual as palavras “Sport Lisboa e Benfica” e “cocaína” se cruzam.