O título foi escrito a quente, mas a crónica foi escrita a frio e já com a derrota bem digerida!

É um “p… que pariu” que pode ser entendido de várias formas: podem vê-lo como crítica pela falta de empenho defensivo durante 3 períodos ou podem vê-lo como forma de desabafo por ver António Monteiro (do Imortal) fazer um dos melhores jogos da carreira ou ver Tanner Omlid (na foto) a fazer triplos em queda para trás, qual Michael Jordan nos seus famosos movimentos de post up a 45 graus do cesto! Cada um interpretará como quiser!

O Sporting entrava para este jogo com 4 derrotas nos 5 jogos anteriores, sendo que a única vitória nesses 5 jogos tinha sido precisamente frente ao Imortal, na meia final da Taça Hugo dos Santos. Se dúvidas houvesse, nesse jogo recebemos um aviso para o que daí poderia vir. Juntem a tudo isto o cansaço acumulado de vários jogos durante 2 semanas e as lesões de Fields e Cândido Sá que nos limitavam fortemente o jogo interior.

Aquilo a que assistimos foi a um jogão de basquetebol! Eu sei que perdemos pela primeira vez para a Liga Placard desde dia 2 de Novembro de 2019, mas se não tiveram oportunidade de ver este jogo, aconselho que criem conta em www.fpbtv.pt e o vejam (link do jogo aqui – https://www.fpbtv.pt/app/watch/5512128039?play=true ). Não vão dar o vosso tempo por perdido!

O Imortal começou o jogo num ritmo frenético! Na defesa, chegavam a todo lado primeiro que nós, e no ataque, conseguiam fazer as jogadas que queriam e lançar dos sítios que queriam. Desde logo, DJ Fenner e Tanner Omlid começaram a destacar-se no momento ofensivo, sendo que Omlid marcava, ferozmente, Travante Williams na defesa. Triplo cá, triplo lá, aquilo que vimos nos 2 primeiros períodos foi um autêntico festival de jogo ofensivo. O Imortal conseguia ainda criar alguns embaraços ofensivos ao Sporting, pois pareciam autênticos cães raivosos, um pouco como o Sporting se costuma comportar com as outras equipas. Ambas as equipas tinham altas percentagens de lançamento: 56% para o Imortal de 2 pontos e 45% para o Sporting; 68% de lançamentos de 3 pontos para o Imortal contra os 54% do Sporting. Ao intervalo, já ambas as equipas tinham feito um total de 15 triplos! O Sporting, no entanto, perdia por 53-48.

No 3º período, o Sporting tinha uma missão clara: parar DJ Fenner que, na primeira parte, tinha marcado 21 pontos, e carregar Tanner Omlid de faltas, pois estava claramente a ser o melhor defensor do Imortal e um problema para o ataque do Sporting. E deixem-me que vos diga que o Sporting cumpriu estas duas tarefas na perfeição! DJ Fenner fez 0 pontos no 3º período e Travante carregou Tanner de faltas, de tal modo que Luis Modesto (treinador do Imortal) foi obrigado a retirá-lo de campo. Então, recuperámos no marcador, perguntam vocês? Não podiam estar mais errados! Se realizámos na perfeição estas tarefas, esquecemos-nos de realizar todas as outras! António Monteiro ficou com bastante espaço para lançar de 3, Tyere Marshall e o mesmo António Monteiro ganhavam ressaltos como queriam e concretizavam segundas bolas, Nuno Morais vinha do banco e marcava de 3 em 3… Enfim, o Sporting continuava amorfo defensivamente e cometeu um festim de erros que levaram a um parcial de 29-17 nesse período. O Imortal chegou a liderar por 20 pontos de diferença! Algo impensável, pensariam e bem, muitos de vós.

No 4º período, surgiu finalmente o Sporting! Aquela equipa de jogadores que lutam por todas as bolas, que pressionam como se o jogo estivesse nos últimos segundos e aquela fosse a última posse de bola. Subimos a pressão para campo inteiro e, sempre que pudemos, fizemos a nossa famosa pressão de 2×1 sobre o portador da bola e, com isso, retirámos toda a organização ofensiva ao Imortal, que esteve vários minutos sem converter ou convertendo muito poucos pontos. Um cesto aqui, outro triplo ali, Travante voava para apanhar uma bola que se perdia pela linha lateral e que resulta num afundanço, mais dois pontos por João Fernandes e, aos poucos, o Sporting ia recuperando no marcador. O Sporting tinha o pensamento certo: não se recuperam 20 pontos de uma vez; recupera-se aos poucos, fazendo bem as pequeninas coisas e aproveitando todas as posses de bola que conseguirmos. E assim foi o 4º período!

Infelizmente para nós, os triplos que convertemos no 2º período fizeram falta neste momento do jogo. Fruto da pressão de ter uma montanha de pontos para recuperar, estivémos mal neste aspecto do jogo no 4º período. Nem Shakir, nem Travante, nem Ellisor, nem mesmo Catarino ou Araújo conseguiam fazer cair triplos de forma regular. No Imortal, Fenner voltava a conseguir marcar um cesto, Omlid regressava ao jogo e Tyere Marshall continuava a dar muito trabalho nas zonas próximas do cesto. Aos poucos, íam conseguindo marcar aqui e ali, e isso foi importantíssimo para o desfecho final!

Ainda assim, o Sporting foi conseguindo recuperar ao ponto de se colocar na posição de poder passar para a frente e, eventualmente, ganhar o jogo. Uma entrada para o cesto falhada nos últimos momentos, um erro ao pisar a linha quando temos a posse de bola e um lançamento triplo falhado deitam tudo a perder! Os momentos finais foram típicos de um jogo de basquetebol que se encontra com uma pontuação muito próxima: quem está atrás no marcador tenta parar o relógio e faz faltas na esperança que o lançador não converta os 2 lançamentos; quem está na frente, coloca a bola no seu melhor lançador da linha de lance livre. Conseguimos um parcial de 20-33 neste período, mas perdemos o jogo por 102-98!

Foi um jogo em que, durante 3 períodos, tivémos uma má atitude defensiva e onde Luís Magalhães e sua equipa técnica não estão isentos de culpas. Se é certo que no 3º período foi rodando a equipa à procura de alguém que conseguisse meter a bola lá dentro, aquilo que fez no 4º período deveria ter sido feito ainda no 3º, que era levar o Sporting à sua habitual matriz defensiva!
Parabéns ao Imortal por ter ganho o jogo, foi um justo vencedor e conseguiu marcar mais de 100 pontos ao Sporting, algo que ninguém ainda tinha conseguido, nem em jogos europeus, nem em jogos internos com direito a prolongamento!

No segundo jogo da semana passada, o Sporting recebeu, no Pavilhão João Rocha, a Académica de Coimbra, uma equipa com uma forte presença interior, que no ínicio da liga prometeu muito e que se mantém ali na luta por um lugar nos playoffs.

A nossa estratégia para este jogo passava por limitar o jogo interior de Daniel Relvão e Bacary Konate e tentar também limitar o jogo exterior, sobretudo de Malcolm Richardson. Defensivamente, estivemos irrepreensíveis! Voltámos a ser o Sporting que todos nós conhecemos. Sofremos apenas 1 triplo em todo o jogo e Daniel Relvão só surgiu com maior efectividade no 3º período. Malcolm Richardson terminou o jogo com 6 pontos e Bakary Konaté ainda hoje foi visto no Pavilhão João Rocha à procura dos adversários e colegas de equipa!

Primeira parte com uma chuva de triplos da nossa parte, boa circulação de bola e uma defesa asfixiante, que levou a Académica a marcar apenas 19 pontos em 20 minutos. É menos de 1 ponto por minuto! No 3º período, assistimos finalmente a uma boa reacção da equipa de Coimbra, mas, na parte final do jogo, leia-se 4º período, voltámos a acelerar no ataque e a pressionar na defesa, e terminámos com uma vitória contundente por 82-47.

Era importante ganhar desta forma, após 5 derrotas em 6 jogos. Embora o adversário fosse mais fraco, com todo o respeito pelos estudantes, foi importante para repor os níveis de confiança em todos os jogadores, visto que o Sporting deu minutos de forma consistente a muitos jogadores do plantel.

Esperemos que a derrota frente ao Imortal tenha aberto os olhos à equipa sobre qual não pode ser a sua atitude.

Saudações leoninas!

*quando o nosso Basquetebol entra na quadra, o Tigas dispara um petisco a saber a cesto de vitória sobre a sineta