A Sporting SAD apresentou este domingo o Relatório e Contas do primeiro semestre do exercício de 2020/21, que terminou com um prejuízo de 6,9 milhões de euros “resultante do impacto da pandemia da Covid-19”.

De acordo com o documento enviado à CMVM, os leões conseguiram uma redução nos gastos operacionais de 24%, equivalente a 14,2 milhões, dos quais seis milhões ligados aos custos com pessoal (ordenados). Em paralelo, houve também uma redução do passivo em 6,8 milhões, mantendo uma tendência que vem desde junho de 2019, o que não impediu o resultado líquido negativo de 6,9 milhões “pelo mercado de transferências com contração a nível mundial do número de transações e valor, e que resultou numa quebra do volume de vendas de jogadores de 18,3 milhões”. Ainda assim, e como destaca a sociedade verde e branca, destacam-se “as transacções de Marcos Acuña por 10,5 milhões, acrescido de variáveis, e de Wendel, por 20,3 milhões, acrescido de variáveis”. “A quebra nas receitas operacionais excluindo transações de jogadores foi de 8,9 milhões no semestre”, acrescenta.

“Os resultados do primeiro semestre da época 2020/21 resultam do impacto incontornável das consequências causadas pela pandemia Covid-19, cujo efeito tem sido global, não sendo a Sporting SAD exceção. A Sporting SAD fechou o primeiro semestre da época desportiva de 2020/21 com um volume de negócios de 61,8 milhões de euros, o que representa uma redução de 32% face ao período homólogo. Num ano ‘normal’, sem o efeito da pandemia, os resultados agora apresentados seriam positivos, não se verificando a forte contração no mercado de transferências e a quebra significativa dos resultados operacionais sem transações de jogadores”, frisa.

Num outro dado, a Sporting SAD continua com capitais próprios negativos, apesar da pequena redução registada no passivo. Assim, e de acordo com o Relatório e Contas do primeiro semestre do exercício, o ativo passou de 288,7 para 274,4 milhões, menos 14,3 milhões no ativo corrente (7,2 milhões) e não corrente (7,1 milhões), ao passo que o passivo corrente também subiu de 146,3 para 149,5 milhões, equilibrado pela redução do passivo não corrente de 152,3 para 142,3 milhões. Os capitais próprios negativos passaram de 9,9 para 17,4 milhões.

“O impacto de redução nas receitas decorrente da realização dos jogos à porta fechada ascendeu contabilisticamente ao montante de 8,9 milhões de euros, detalhado como segue: perda de 2,8 milhões em Gamebox não vendidas no primeiro semestre do ano e que poderiam ascender a 5,6 milhões no final da época; no caso da bilheteira, estima-se a perda de 1,4 milhões nos primeiros seis meses da época e 3,4 milhões até fim do ano; nos camarotes e publicidade perdeu-se cerca de 3,1 milhões e 6,3 milhões na totalidade da época. Adicionalmente, a Sporting SAD estima que a pandemia Covid-19 levou a uma perda de faturação de, pelo menos, 1,5 milhões, nomeadamente em merchandising e eventos”, explica o documento. “Considerando este cenário e tendo em contas as medidas rapidamente implementadas, foi possível mitigar parte deste efeito por via de redução de gastos com pessoal, fornecedores e custos da mercadoria vendida no valor total de 1,7 milhões, obtendo-se assim uma perda direta líquida de 7,2 milhões, considerando perdas estimadas aos diversos níveis de negócio”, realça.

De acrescentar ainda alguns pormenores como o facto de haver uma ligação entre o impacto do surto de Covid-19 que assolou a equipa no início da época e a eliminação da Liga Europa e a dívida de sete milhões com o Sp. Braga relativa à contratação de Rúben Amorim, tendo sido pagos 2,8 milhões nos últimos seis meses. Já o total em dívida corrente com a Gestifute de Jorge Mendes quase duplicou desde junho, de 3,1 para seis milhões de euros, a que se juntam ainda mais cinco milhões de dívida não corrente. O Zenit é o principal devedor nesta altura ao Sporting, com uma conta de quase 12 milhões de Wendel ainda por liquidar.

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