No fim de semana passado, o Sporting deslocou-se até Guimarães e bateu o Vitória por 82-77, na 19ª jornada da Liga Placard. Foi um jogo equilibrado, como são todos habitualmente frente ao Vitória, em que nunca conseguimos descolar muito no marcador e onde apenas conseguimos ser superiores nos períodos ímpares, o 1º e o 3º. No final do 3º período, conseguimos uma pequena almofada no marcador que nos permitiu “suportar” a reacção do Vitória no 4º e último período. Fields regressou e isso notou-se na luta pela área pintada. O Sporting dominou os ressaltos, terminado o jogo com 44, sendo 13 deles ofensivos, contra os 29 do adversário, e vimos um Travante a voltar aos jogos de antigamente, com 29 pontos (80% de lançamentos de 2 pontos e 10% da linha de lance livre), 6 ressaltos, 4 assistências, 4 desarmes de lançamento (!) e 0 (!) perdas de bola ou turnovers. Vintage Travante Williams!

Não vou falar muito sobre o jogo, preferindo debruçar-me um pouco sobre algumas preocupações que esta equipa me tem causado.

Ultimamente, não tenho gostado dos nossos jogos! Sei que passámos por um período complicado, com jogos de grau de dificuldade um pouco maior que o normal (FIBA Europe Cup, Final Four Taça Hugo dos Santos, jogo frente ao Imortal em Albufeira) num curto espaço de tempo (6 jogos em 13 dias), com lesões pelo meio e com um plantel mais curto em termos de opções de qualidade. Talvez seja o meu pessimismo, mas penso que não atravessamos uma boa fase. Tenho plena consciência que é impossível a qualquer equipa manter a boa forma durante todo o ano e contra todos os adversários, mas esta série deixou-me algo apreensivo para os playoffs. Nos playoffs é matar ou morrer!

A intensidade de jogo costuma ser mais alta que na época regular, não só pelo simples facto de estarem lá as melhores equipas, mas também por se tratar duma fase a eliminar – Quem perde a série, vai de férias e perde a possibilidade de lutar pelo caneco! Eu encarei esta participação europeia, por um lado, como uma experiência que nos daria maior bagagem para os jogos grandes, por outro lado, serviria também como um teste para o que aí vem. E deixem-me que vos diga que, mesmo tendo em conta as condicionantes, eu acho que falhámos! Falhámos quer em termos de resultados, quer em termos exibicionais, quer até da gestão do plantel!

Outra preocupação que tenho é a pouca evolução e performance do Micah Downs. Sei que esteve parado muito tempo, mas já teve minutos e jogos para começar a mostrar algo mais… Eu não esperava que roubasse o lugar a João Fernandes muito facilmente, porém esperava que tivesse um contributo bem mais efectivo a vir do banco, sobretudo nos pontos. Era isso que se procurava com a sua contratação, pois é algo que nos falta quando precisamos de descansar alguma das “estrelas”. Podemos colocar Shakir ou Amiel se quisermos melhorar defensivamente, podemos colocar o Diogo Araújo se quisermos espaçar mais o ataque ou até colocar Cândido Sá ou Claúdio Fonseca para tornarmos a equipa mais alta e lutarmos por mais ressaltos, mas, tirando Catarino (que é um pouco de engate, como se costuma dizer), o que nos falta a vir do banco de forma consistente são pontos, sobretudo nos jogos de maior grau de dificuldade! Ele até tem contribuído aqui e ali com ressaltos, assistências, um ou outro triplo ocasionalmente, mas é manifestamente pouco e curto para o que se pedia do Micah Downs.

Faltam 7 jornadas para o final da fase regular e ainda temos que jogar com Porto, Benfica e Oliveirense, todos fora, sendo que o jogo no Porto será já este fim de semana.

Captura de ecrã 2021-03-07, às 17.32.40

O Benfica ainda joga connosco em casa e com a Oliveirense fora, o Porto recebe o Sporting e visita a Oliveirense, o Imortal e a equipa de Oliveira de Azeméis ainda recebe Porto, Benfica e Sporting e vai aos Açores defrontar o Lusitânia.

Se olharmos para a classificação, mesmo sabendo que a vitória dá 2 pontos e a derrota 1, facilmente percebemos que podemos cair um pouco na classificação e, apesar do apuramento estar mais do que garantido, a classificação final importa, por causa da vantagem dos jogos em casa. É que mesmo não havendo público (agora), um factor casa é importante para uma jovem equipa como a nossa!
Esperemos que as minhas preocupações sejam infundadas. Vamos SPOOOORTING!!!!!!

*quando o nosso Basquetebol entra na quadra, o Tigas dispara um petisco a saber a cesto de vitória sobre a sineta