No fim de semana passado, o Sporting recebeu a sua filial nº14. Refiro-me à equipa açoriana do Sport Club Lusitânia, uma das boas equipas desta liga e que costuma dar muito trabalho a quem a defronta. Há 15 dias, tinham perdido por 4 pontos no Pavilhão da Luz e há cerca de um mês perdeu também por 4 pontos frente ao FC Porto, no Dragão Arena.

O Lusitânia é uma equipa que aposta muito no seu forte jogo interior pelo seu poste Temidayo Yussuf. Essa forte presença interior obriga as defesa a contrair, abrindo espaço para o jogo exterior, onde estão Sérgio Silva, Kyle Mallers e Montell Goodwin. Yussuf, para quem não segue a liga portuguesa, é o primeiro classificado à corrida de MVP do campeonato, sendo que o segundo classificado é o nosso John Bailey Fields. Só a título informativo, Yussuf fez 24 pontos e 15 ressaltos frente ao Benfica e 31 pontos e 10 ressaltos frente ao FC Porto; um jogador fortíssimo no jogo interior!

O jogo foi aquilo que se esperava, difícil, equilibrado e com o Lusitânia a jogar da forma como referi acima – forte presença interior que abria muito espaço para o jogo exterior. Face à ausência de James Ellisor, Pedro Catarino ocupou o seu lugar no 5 inicial. O Sporting entrou meio a dormir e algo passivo, os açorianos entraram logo a todo o gás, o que dava muito espaço e clean looks aos atiradores dos açorianos e, quando menos esperávamos, já perdíamos por 11-2. O resto do período foi para recuperar no marcador, tendo terminado empatado a 24. O resto do jogo foi bastante equilibrado e o duelo pela área pintada prolongou-se até final. O Sporting desde que passou para a frente quase não voltou a perder a liderança do marcador, mas nunca conseguiu distanciar-se mais do que 11 pontos.

Na parte final, verdade seja dita, ambas as equipas tiveram hipóteses de ganhar o jogo. O Lusitânia teve bola para empatar ou passar para a frente (caso convertesse um triplo), mas nem sequer conseguiu lançar ao cesto. O Sporting, que eu tenho criticado pelo seu forte jogo individualista nestes momentos, fez precisamente o contrário: desenhou uma jogada simples onde Pedro Catarino aparecia a lançar de 3. A jogada foi bem desenhada, simples e eficaz, só faltou o lançamento cair, pois matava o jogo. Nestes momentos finais, assistiu-se àquilo que é bastante usual: quem está atrás, faz falta para parar o relógio, levando para a linha de lance livre o adversário, enquanto que, quem está na frente, tem interesse em colocar a bola num dos seus melhores lançadores. Nada de novo! No final, ganhámos por 89-84, com o Lusitânia, novamente, a perder frente a um grande por 4 pontos.

A luta entre os postes não desiludiu: Fields terminou o jogo com 23 pontos, 15 ressaltos e 7 desarmes de lançamento e Yussuf terminou o jogo com 25 pontos e 10 ressaltos e 3 desarmes de lançamento. Foi um jogo com pouca rotação de parte a parte, sendo que Micah Downs acabou por ter direito a 33 minutos, devido à ausência de Ellisor e ao facto de Travante ter ficado demasiado cedo com 4 faltas. Micah acabou por fazer uma das suas melhores prestações, mesmo não tendo dado muito nas vistas; terminou o jogo com 10 pontos, 10 ressaltos, 7 assistências e apenas 1 turnover. Estatisticamente, tudo muito equilibrado entre as duas equipas e, quando digo muito equilibrado, é mesmo muito equilibrado, com o Sporting a conseguir destacar-se na percentagem de lançamentos de 2 pontos e da linha de lance livre.

Este fim de semana, temos jornada dupla: vamos ao Pavilhão da Luz e depois recebemos o Esgueira.

O Benfica, depois da derrota frente ao Imortal para o campeonato, vai já em 7 vitórias seguidas e encontra-se num dos melhores momentos da época. Quincy Miller tem provado ser um excelente reforço e, em conjunto com Betinho, têm sido os dois jogadores mais em destaque na equipa encarnada. O Benfica irá tentar anular o jogo interior do Sporting através de Eric Coleman e Cameron Jackson, dois postes também eles fortes fisicamente. No ataque, irão procurar o mesmo que o Lusitânia: obrigar a defesa do Sporting a contrair e, dessa forma, conseguirem mais espaço para os lançamentos exteriores ou penetrações para o cesto. Vai ser um confronto duro, mas que o Sporting terá que ganhar se quiser ambicionar acabar em primeiro.

Faltam 4 jornadas para o final e estão 8 pontos em disputa (a vitória dá 2 pontos, mas a derrota também dá 1 ponto). Se vencermos o Benfica, Esgueira e depois a Ovarense (que parece revitalizada com Pedro Nuno ao comando), até podemos perder na última jornada, que o primeiro lugar já não nos escapa. Basicamente, precisamos de 7 pontos se não quisermos ficar dependentes de outros. Até podemos perder com o Benfica e ficarmos em primeiro (tendo que ganhar depois em Oliveira de Azeméis), desde que a diferença de pontos não seja igual ou superior a 4 pontos, embora uma derrota na Luz nunca deva estar nos nossos planos mentais!

O Benfica defronta o Sporting (C) e logo depois a Oliveirense (F), tendo dois jogos finais mais tranquilos. O Porto tem um calendário tranquilo, excepto o último jogo, que será em Albufeira frente ao Imortal. A Oliveirense defronta Lusitânia (F), Benfica (C), Esgueira (F) e Sporting (C). É, a par do Sporting, a que tem pior calendário final, a meu ver. Neste momento, existem várias equipas a lutar pelo último lugar dos playoffs; entre o 7º classificado (Guimarães – 31 pontos) e o 11º (Ovarense – 29 pontos), estão 2 pontos e as seguintes equipas CAB Madeira, Académica e Galitos.

Como se pode perceber, estas últimas jornadas vão ser autênticos “mata-mata”. E isso leva-me à nota final… Lembram-se da polémica com a contratação de Micah Downs? Pois, praticamente todas estas equipas que estão a lutar pelos playoffs reforçaram-se desde Dezembro até agora! Ah, e as que estão acima delas também! Alguns foram reforços sem saídas, outros foram substituições directas de jogadores que se lesionaram ou saíram. A saber:

Jalen Riley e Garrett Nevels -> Porto
Nic Moore, Bryce Alford e Quincy Miller -> Benfica
Shaquille Cleare (que até já saiu), Larry austin Jr e Terrel Carter -> Oliveirense
Jalen Jenkins -> Imortal
Quinton Dogget e Feliciano Pérez -> Galitos
Justin Gray e Paul Jorgensen -> CAB Madeira
Stuckey Mosley -> Esgueira
Christopher McKnight , Jeffrey Early e Marcus Lovett Jr -> Ovarense
Joe Laravie e Stefan Djukic -> Académica

No Sporting… Micah Downs!

Agora, é esperar pelo derby e que, estes leões que nunca desistem, consigam trazer de lá a vitória!

*quando o nosso Basquetebol entra na quadra, o Tigas dispara um petisco a saber a cesto de vitória sobre a sineta