No passado domingo, dia 16 de Maio, o Sporting sofre o seu 3º “desaire” da época, em 25 jogos já realizados. O primeiro foi a iniciar a 2ª Fase (Série de Apuramento de Campeão) do Campeonato Nacional BPI da 1ª Divisão, ao defrontar em casa o Famalicão e empatar por 2-2; o 2º foi na final da Taça da Liga, ao perder por 2-1 contra o Benfica, em Leiria; o último foi no referido domingo ao ir à cidade dos Arcebispos, perder com o Braga por 2-1, no Estádio Municipal 28 de Maio.

Denominador comum aos 3 jogos: as entradas desconcentradas e titubeantes das leoas que permitiram às adversárias alcançarem 2 golos de vantagem. E, nos 3 casos, tal deveu-se a uma clara impreparação do coletivo leonino em lidar com a abordagem estratégica das adversárias, apostadas no exercício de uma pressão alta logo na 1ª fase de construção da nossa equipa. O que não deixa de ser algo enigmático porque, entre 3 e 13 de Março, jogámos e ganhámos 3 jogos seguidos (em Alcochete e Leiria contra o Braga e na Tapadinha frente ao Benfica) e soubemos lidar com essa abordagem não permitindo grandes veleidades às adversárias e sabendo gerir o controlo de todas as fases do jogo.

Também foi nota comum a esses 3 desaires a capacidade de reacção à adversidade demonstrada pelas leoas; nos 3 casos reagimos com boas segundas partes em que recuperámos a desvantagem de 2 golos (no empate com o Famalicão) ou reduzimos essa desvantagem (nas derrotas com o Benfica e o Braga), chegando mesmo ao final desses jogos com a amarga sensação de até termos acabado por merecer outros desfechos. Se a constatação do parágrafo anterior é nota de preocupação, já os 2 dados descritos neste permitem-nos perceber que temos condições para contrariar essa estratégia adversária.

O jogo deste domingo em Braga reforçou também a realidade de termos um plantel muito curto no que à qualidade competitiva de topo diz respeito. As ausências de Joana Marchão e Ana Capeta fizeram sentir-se em demasia (Ana Capeta entraria aos 45 minutos e foi um dos principais factores de mudança da atitude da equipa leonina; e das adversárias também já que o parece que o “efeito Capeta” continua a afectar as bracarenses). Igualmente negativa a estranha demora da treinadora Suzana Cova em mexer de novo com o jogo, pois a segunda mudança operada foi uma tripla substituição aos … 90 minutos!! Preocupante o facto de esta ser pelo menos a 2ª vez que a Treinadora demora muito a mexer as peças em jogo (o mesmo sucedeu no jogo contra o Marítimo referente à 3ª jornada desta Série de Apuramento de Campeão, jogado em atraso a 18 de Abril). Se no jogo com as Madeirenses até estávamos a ganhar e a dominar claramente o jogo (mas por uma sempre perigosa diferença mínima de 1-0), já no jogo de Braga tratava-se de um jogo em que era importante ganhar para manter a vantagem sobre as rivais do Seixal na última e decisiva jornada em que as vamos defrontar no José Alvalade e até estávamos a perder. Nestas condições, fazer substituições que normalmente se fazem para “queimar tempo” não faz o mínimo sentido. Bem sei que Suzana Cova esteve uns tempos a trabalhar com as seleções na FPF, mas já era altura de se ter libertado dessa espécie de contágio do vício do selecionado-treinador Francisco Neto. Menos sentido faz essa indecisão quando a Suzana cova até me parece ser um(a) dos(as) melhores treinadores(as) a ler o jogo e a saber como intervir no seu decurso.

Para sábado, 22 de Maio, espera-nos uma “final” que tem de ser jogada, desde o apito inicial ao final, com o máximo foco, com a máxima concentração, com a garra a que nos habituaram e com a cabeça fria e discernimento para colocar as adversárias fora da sua zona de conforto roubando-lhes a posse de bola, “matando” cedo as veleidades atacantes, sabendo anular as sua peças mais decisivas (Francisca Nazareth, Chloé Lacasse e Marta Cyntra e “partindo para cima” das jogadoras mais faltosas e emocionalmente instáveis – qualquer das defesas, a Beatriz Cameirão e a Christy Ucheibe, se jogar). E esperar que seja um jogo sem erros de arbitragem.

As Leoas podem voltar a ser muito felizes. E a fazerem-nos todos voltar a festejar um título no próximo fim de semana!

Captura de ecrã 2021-05-19, às 09.42.58

* dos Açores com amor, o Álvaro Antunes prepara-nos um petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino. Às terças!