Primeiro golo pelo Sporting demorou: “Sim. Tinha noção… É um processo. Assino e no dia a seguir temos treino à tarde. Saí do treino a pensar: ‘ai meu Deus, que porrada que eu levei, nem sinto as pernas’. E o mister disse: ‘foi tranquilo hoje’. Tranquilo, ia desmaiando! Não foi só adaptação à equipa, foi ao treino, à exigência. Já era intenso com ele no Braga. A forma dos treinadores muda. Já tinha saudades de treinar assim, mas não estava preparado. Senti. E tinha vindo de lesão… Foi uma adaptação à equipa, aos colegas, à cidade, ao treino, à forma de jogar. Aqui pressionamos… Disponibilidade de uns para os outros? É um mandamento.”

Críticas: “Houve uns jogos em que não ganhámos e as pessoas já diziam: ‘contratámos com este preço… Não está a corresponder’. Percebo tudo, o contexto à volta, é normal. São 19 anos sem ganhar. Mexe com as pessoas. Mas sei o jogador que sou, sei que vou encaixar. Nem era o eu marcar, era perceber a equipa. É diferente jogar comigo ou o Tiago Tomás, ele tem coisas que eu não tenho. As dinâmicas são diferentes. Há coisas às quais a equipa tem de se adaptar e eu tenho de me adaptar. Por isso se faz uma pré-época.”

Autoanálise: “Achei também que podia ter feito mais. Mas foram muitas coisas que… pronto, somos campeões com uma derrota. Não brinco quando digo isto. Trocava todos os golos pelo título. É por esse caminho que quero ir quando for treinador. Não sou parvo, nem estou com discursos ou desculpas. Quero marcar em todos os jogos e quando não marco fico chateado. Ponto final. Chego a casa chateado. Já tive jogos em que marquei e disse que não joguei nada, noutros digo que joguei pesado.”

Músicas: “Se calhar, somos o clube no mundo com músicas mais bonitas. Quando joguei em Alvalade com ‘o mundo sabe que’ arrepiei-me, estava com medo que o presidente me despedisse na altura.”

O nome Paulinho: “Não parece, mas já fui pequeno e gordinho.”

Pressão: “Depois de estar lá dentro é um jogo de futebol, não podes deixar que a emoção te atrapalhe.”

Gonçalo Inácio: “Surpreendeu-me. Já tinha jogado contra ele e não tinha noção do quão bom ele é.”

Eduardo Quaresma: “É uma alma velha. É um miúdo mas tem comportamento e pequenas coisas de uma pessoa de 40 anos. E só quer argumentar. Só estando com ele percebes.”

Descontos e poupar: “É o Palhinha. Ofereceram-lhe um depósito de gasolina para ele assinar camisolas… Em Braga deve jantares e almoços a toda a gente, tem um letreiro a dizer ‘procura-se’.”

Quem faria tratamento capilar? “O Nuno Santos. E é vaidoso. Consegue disfarçar.”

Playstation: “Temos uma liga de Fórmula 1 antes dos jogos. Alguns são presos, são uns assassinos. Depois o Tabata tem alterações no motor… O Max pensa que é carrinhos de choque e anda sempre a bater nas paredes. Jogamos eu, o Seba [Coates], o Max, Tabata, Pote, Nuno Mendes, Quaresma… Só não jogamos no Mónaco e em Baku, porque não conseguimos acabar a corrida. Não tem regras… O Pote não tem decência, vais ultrapassá-lo e manda o carro contra o teu e depois pergunta: o’ que é que foi?’ Não tem fair play. Ia preso, ficava sem licença…”

Piloto preferido: “Hamilton. O único que me fez ler um livro.”

Brincadeiras: “O Nuno Santos faz muita falta a um balneário. Tem ali comportamentos… Não tens noção do que me rio com o Nuno e o Pote. São os maiores. João Pereira quando era mais novo era ranhoso. Era o verdadeiro ranhoso.”

Outras paixões: “Adoro modalidades. Às vezes vou ver jogos do hóquei, do andebol. O que me agrada mais é o hóquei”.

Lesão: “Num treino de bolas paradas. Lesionei-me, fui para casa, depois fiz exames e tinha lesão de ‘bailarina'”.

Aponta para a cabeça quando marca: “A grande diferença nos jogadores de hoje em dia é a mentalidade. Já não é só o talento, qualidade técnica ou tática. Por isso aponto para a cabeça”.

Críticas: “O nosso trabalho é filmado, é criticado. Temos o trolha, o advogado, o professor de história… Toda a gente opina. Todos nos controlam os movimentos”.

Três golos pelo Sporting: “Tenho o do título e já não é mau. Três golos é lamentável. Daqui a uns anos vai passar aquele momento e ninguém se vai lembrar que fraquinho que ele estava”.

Apoio dos adeptos: “Quando chegámos ao Rio Ave, em Braga, na Academia, no estádio é uma loucura. E quando fomos campeões? É contagiante [ver o ambiente]. Quando vais no autocarro a passar por isso mexe contigo. Vais para o jogo com uma pica do caraças. São 19 anos. Eu sei porque vim de baixo, tive salários em atraso…”.

Golo mais importante do ano: “O de Braga, com o golo do Matheus. Saí de lá a dizer: ‘ninguém nos vai parar’. Vai ser difícil pararem-nos. Deu mais força. A malta não relaxou. Aí percebeu-se que se dermos as mãos não têm hipótese. Estive do outro lado e sei que há qualidade e contra dez e difícil. Apanhei aqui um grupo muito unido. Consegues ver de fora, não estou a ser puxa saco”.

Exercícios: “Mesmo o meínho é agressivo, Às vezes já saí por ser muito intenso. Temos dois: o dos miúdos e do Neto, que é o pai deles, e dos restantes, que é agressivo. Quem for mais vezes o rei no mês, que é quem leva 20 toques seguidos sem tocar na bola ou a bola passar pelo meio das pernas, tem de pagar um almoço. É o meínho da Champions League. O dos miúdos é o distrital. Às vezes o deles parece um funeral, ninguém festeja… Nós é agressivo, é cansativo por vezes. Quem foi o rei desde que cá estou foi o Tabata, o Nuno Santos, o Antunes… O Feddal acho que não. O Palhinha? Quando chega ali, a consciência dele desaparece, vai para longe. O João Pereira também tem essa inconsciência”.

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