“A época 2020/2021 constitui a primeira edificação de um Novo Sporting. Novo Sporting a que demos início em setembro de 2018 e que, dia-a-dia, jogo a jogo, ano após ano, hoje destaco, e se destaca, em três vetores: Sustentabilidade, Competitividade e Honestidade”.

Esta frase, escrita por Frederico Varandas no relatório e contas da SAD, e já depois de no editorial do Jornal Sporting ter vindo falar em Novo Sporting, é, para mim, ofensiva, abusiva e vergonhosa, mais ainda quando assinada por alguém que desempenha tão importantes funções numa instituição fundada em 1906.

Diria mais: o editorial da semana passada, uma espécie de resumo de três anos de trabalho no habitual tom de autoelogio, tem uma semântica muito preocupante, pois deixa a nu aquilo que Frederico Varandas e a sua Direção pensam, repetindo a palavra “novo” umas simbólicas 25 vezes.

Mas lá por Frederico Varandas achar que existe um Novo Sporting, não significa que “Novo” seja sinónimo de “Melhor”. Por exemplo: temos um “novo” relvado, mas este novo relvado é melhor? Duvido, pelo menos nos 2 últimos jogos não parece que seja bom e até o treinador do Ajax o classificou de “mau”.

Também saíram as contas da SAD, ou seja, pode dizer-se que temos “novas” contas, mas… serão melhores? Se calhar não. Se calhar têm um cheiro a “velho”, aquele cheiro a prejuízos tão próprios de 2010/11/12 que até fez assomar-se à janela um tal de Soares Franco, esse exemplo de presidência onde, entre tantas outras coisas, cabe a venda do património imobiliário a preços ridículos e anos consecutivos de gestão com prejuízos na SAD.

Mas voltemos a Frederico Varandas. Usou o “novo” para dizer que temos uma Nova Cidade Sporting, mas será mesmo nova? Não! Pintou-se o chão junto ao Alvaláxia, colocou-se um cesto de Basquetebol, piscou-se o olho ao skate e “tomem lá uma cidade nova” quando, o que realmente temos, é um acrescento ao que já existia.

É, aliás, assim, que as coisas devem ser feitas: melhorar gradualmente o que já existe e não passar uma esponja sobre aquilo que é o passado do Sporting.

Felizmente, o Sporting tem uma longa e bonita história, muito para lá de 2018. O Sporting é só um, em contínuo, sem intermitências, sem interrupções, independentemente quem está na Direção. Não há novo nem há velho, há Sporting!

Frederico Varandas, em bicos de pés, parece fazer constante questão de esquecer-se desse pormenor e não perde ocasião para usar expressões que promovem a divisão entre Sportinguistas. Tal como se esqueceu, desde que lhe entregaram a presidência, do mote que usou durante a sua campanha. Unir o Sporting, disse ele.

Texto escrito por Nuno Sousa no site Leonino.pt
*“outros rugidos” é a forma da Tasca destacar o que de bom ou de polémico se vai escrevendo na internet verde e branca