Temos que começar por aqui, mais não seja para arrumar o assunto. Sim, a falta que dá origem ao penalti e ao primeiro golo, foi fora da área. E, agora, vou fazer conta que sou adepto de outro clube e limitar-me a dizer «aquele penalti é que vos abriu a porta da vitória».

Efectivamente, o penalti e o golo, chegam depois de 25 minutos, mais coisa menos coisa, de total domínio da partida, mas ausente de grandes oportunidades de golo. Nomeadamente pela direita, onde Cédric e Capel criavam sucessivos movimentos que conduziam a bola a cruzamentos que morriam nas mãos de Matt Jones. Curiosamente, o maior lance de perigo surgiria quando foi Carrillo a ir à linha, com Capel, desequilibrado, a tentar um pontapé acrobático que levou pouca força.
Seguiu-se o tal penalti, o golo, um livre de Jefferson para boa defesa e, de novo, o total domínio do jogo. Os cinco minutos finais da primeira parte agitaram as bancadas. Primeiro, com um penalti claro sobre Montero, que valeria a expulsão do jogador azul; depois, com uma belíssima jogada (a melhor do jogo?), com Capel a cortar para dentro e a dar o flanco a Martins, que colocou redondinha para o remate de Montero a cheirar a golo.

Recomeço e o Sporting chega decidido a sentenciar a partida. Com Rui Patrício a ter que se exercitar para não arrefecer, Capel cruza, largo, para Carrillo. A recepção, de craque, cola a bola no pé, vira-se, lê o jogo, e oferece o golo a André Martins. O mesmo Carrillo, que viria a unir Alvalade num aplauso, já perto do final, depois de vir à sua linha de fundo recuperar uma bola, levantaria para Capel, com o remate do espanhol a apanhar as pernas de um irritado Montero (quando vontade de marcar, Fredy).
Já a caminho do minuto 70, o Belém, de livre, lá leva a bola a Patrício, mas seria o Sporting, aos 85, a dar a pincelada final no marcador, por Wilson Eduardo, dando sequência a uma jogada que se iniciou num belo movimento de Slimani e passou pelos pés de André Martins.

Resumidamente, o Leão ganhou como quis. Nunca pareceu estar ansioso, nem antes nem depois desse tal penalti. Dominou. Geriu ritmos. E quando acelerou, ou marcou ou esteve perto disso. Existe a tal “espinha”, que os adeptos adversários farão questão de sublinhar como se dela tivesse dependido a conquista de uma Champions. É capaz de ser uma questão de estados de espírito, pois enquanto o Leão olha para cima e vê um belo céu ensolarado, os outros são obrigados a olhar para este Leão tranquilo. E incómodo como há muito não se via.

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