Depois de servido o almoço, pelo Liedhold, a cozinha fica nas mãos do riga, que recupera vários momentos da história do seu sportinguismo.

Memórias, by riga
Muitas vezes tenho lido por aqui as memorias leoninas de que por aqui passa, hoje resolvi contar as minhas.

Como nasceu esta paixão pelo Sporting? Sinceramente nem eu sei, o que sei é que na família mais directa ( aquela que vive e viveu comigo) não tinha ninguém, que pudesse puxar para esse lado: a minha mãe e a minha avó materna nunca ligaram grande coisa ao futebol (embora a minha mãe com o tempo também foi vibrando um pouco com o Sporting), o meu avô materno segundo me disseram mais tarde, era mais do Benfica e o meu pai por ter sido criado e passado muito tempo da juventude em Setúbal puxava pelo vitória local ( embora também tenha uma costela sportinguista da parte do meu avô paterno).

Segundo a minha mãe, quando era pequeno chutava uma bola ou qualquer coisa e dizia “gol do poting”. O meu padrinho é que não perdeu tempo e tratou de me arranjar um equipamento completo (equipamento esse que ainda hoje tenho e está pendurado atrás da porta do meu quarto em conjuntos com os cachecóis  que tenho e um chapéu de palha  que me foi dado por um senhor, (infelizmente já falecido) que era dono de uma pastelaria onde ia muitas vezes e que sabia o quão sportinguista era, me ofereceu esse chapéu que era seu).

Foi também com o meu padrinho que me estreei em idas a estádios, apesar de o meu primeiro jogo ser no antigo estádio da luz num Benfica-Sporting ( época 92/93, perdemos 1-0 com golo do futre), foi em alvalade que acabei por ir mais vezes ( embora não tantas como desejava) indo ver jogos numa altura em que também era sócio.

Durante anos, quem não sabia o que me dar no natal ou nos anos, era simples: bastava ser algo do Sporting, e assim juntei inúmeros artigos desde porta chaves de toda a maneira e feitio, a copos, chávenas, baralhos de cartas, calendários , autocolantes, canetas, pins ( ainda hoje tenho uma estante no sótão exclusiva para esses artigos, tal como uma tábua de cortiça para os porta chaves)

Durante anos não tinha forma de ver os jogos que davam na Sporttv, tinha que ouvir os relatos, até que primeiro nos principais jogos, e depois em todos os que davam na tv em sinal fechado ia até a um café que existe na minha rua e  ficava la a ver os jogos ( nota curiosa, aqui no bairro somos poucos Sportinguistas e o dono do café é benfiquista, então o grupo de Sportinguistas juntava-se sempre todo na mesma mesa).
Nos festejos do titulo de 2000 vibrei imenso, com uma das camisolas do clube que tenho sempre vestida, e a rotina de ir ao café ver os jogos manteve-se até ter Sporttv.

Há poucos anos estreei-me no novo estádio nas eliminatórias da liga europa contra Everton e Atlético de Madrid( sim, o tal jogo dos confrontos), foi uma sensação espetacular, infelizmente não é fácil  ir aos jogos( sim eu tenho consciência que tenho menos militância de estádio do que muitos que aqui andam), mas cá em casa em dias de jogo, os horários regulam-se pelo mesmo, seja em antecipar a hora de jantar seja em adiar a mesma.

*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]