Sábado fiz anos e esperava um presente do nosso Sporting.
Durante todo o dia os preparativos para as festividades impediram que visse qualquer notícia, pensasse no nosso onze, visse os resultados dos mais novos e das modalidades ou mesmo que me deslocasse ao café para ver o jogo. Ainda assim, quando tocaram as oito badaladas, lá estava eu sentada em frente da televisão, rodeada de sportinguistas e a ver o nosso grande amor.

Não entrámos bem, coisa que fazemos em praticamente todos os jogos, e limitámos o nosso jogo às alas, que rapidamente eram travadas em falta. O Carrillo viu-se aflito com o primo madeirense do Zidane, o Zinadine, e o Capel estava numa noite pouco inspirada. O trio de meio-campo não conseguia pautar o jogo a seu bel-prazer e passou os primeiros vinte minutos a sofrer e a fazer faltas.
Lá fomos entrando nos eixos e rapidamente  dominámos o Nacional, que fazia do jogo “meiguinho” a sua melhor arma. A lesão de André Martins acabaria por manchar a primeira parte. Até o mais forte dos calmeirões iria ceder a tal agressividade por parte dos homens de Manuel Machado.

Na segunda parte não vamos estar cá com meias medidas. Marcámos um golo legal, que foi anulado, e não me lembro de mais nenhum lance para além da entrada assassina a Jefferson e outra sobre Montero. Esse foi o momento que marcou a partida, a jornada e, quem sabe, o campeonato.

Geralmente não acredito nas teorias da conspiração. Isto é, tenho dificuldade em aceitar de que ainda existem dirigentes desportivos a pagar a árbitros para prejudicar esta ou outra equipa. Achei sempre que o Sporting era pouco respeitado, pouco relevante para as suas carreiras, e que, acima de tudo, não havia problema em falhar contra o nós. Durante alguns anos (principalmente os últimos quatro) prejudicar o Sporting pouco ou nada valia nas contas finais do campeonato e, como tal, tornou-se costume.

Existe um limite para a minha ingenuidade e deve existir um limite para a de todos nós. Numa escala que defina a gravidade da “roubalheira”, temos num nível de baixo os cartões mal mostrados, depois as expulsões injustas, os golos fora-de-jogo, os penaltys não assinalados e só depois, muito depois, aparece o golo legal anulado.

O que se passou no sábado não só deve revoltar a equipa como torná-la, a partir de agora, muito mais forte e destemida. O que aqui já foi tantas vezes dito: “Fight and Resist” ganha novo significado. Nós fomos vítimas de um sistema cego, que quer por força que os favorezinhos sejam pagos dentro do campo. Esses favorezinhos que bipolarizaram o futebol português, o sujo futebol português, e que por força de uns tinha apenas uma cor.

Era preciso parar o Sporting, já estava a chatear muito. Era preciso acabar com a embalagem, quebrar a equipa. Rapazes, por vocês e por nós, vençam dia 29 e vinguem o jogo do Dragão. Vençam depois no Estoril e sejam, de novo, líderes isolados! Todos nós merecemos e, mais que tudo isso, o vosso futebol (o verdadeiro futebol português) merece o lugar que ocupam.

(Mesmo empatando vimos passar pelo relvado 7 jogadores das nossas fornalhas, mais vão rugindo pelos escalões jovens e equipa B. Este é o caminho, este é o projecto que escolhemos.)

DIA 29 TUDO A ALVALADE E NA SEMANA SEGUINTE VAMOS LEVAR O TSUNAMI VERDE ATÉ À AMOREIRA!

by Maria Ribeiro

* duas cozinheiras, dois temperos. O toque de Leoa, dado pela Maria Ribeiro e pela mbc. Às terças, na Tasca do Cherba.