O boi devia acrescentar à frente: “Ideias do Sporting não melhoram nada o meu bolso! Se aceitar isto fico sem poder roubar.”

A reacção do VP é a reacção normal (e esperada, acho eu…) das cúpulas do futebol português.
Quem está neste momento no topo não quer mudanças – levou o seu tempo a “estabelecer-se”, e colhe agora os frutos do seu trabalho, era só o que faltava agora chegar aqui um garoto com ideias…

Mas esta reacção é para cagar e andar, porque estas propostas – não só as da arbitragem – destinam-se sobretudo a abanar as bases, e pôr a pensar todos aqueles (e são a grande maioria) que fazendo parte deste grande sistema que é o futebol português, não são mais que rodas da engrenagem, a quem dão (a alguns) umas migalhas de vez em quando para não fazerem muito estrilho. Não são propostas para convencer os que engordam a olhos vistos.

E esta reunião – e outras que se seguirão com toda a certeza – não serve só para separar as águas (até porque há de certeza quem tenha estado nesta só para “observar”). Servem também – para mim servem principalmente – para contrariar a sensação que invariavelmente assalta quem em determinado momento sente vontade de se revoltar contra o sistema: “Estou sozinho, porque os outros como eu ou estão comprados ou têm medo, por isso vou ter que calar e comer”.

Esta reunião – e outras que se seguirão com toda a certeza – serve para que aqueles que ao longo de décadas sentiram que não tinham outro remédio senão comer e calar, percebam que não estão sozinhos, que há quem tenha ideias concretas (independentemente de concordar com todas), e que NÃO TEM MEDO! Quem independentemente de ter muitos ou poucos apoios não se vai calar, nem vai parar de agitar o sistema. E quanto mais tempo o sistema for agitado, mais serão aqueles que deixarão de se sentir sozinhos contra ele.

Isto está só a começar, e para já as únicas surpresas são boas. O resto não é surpresa.

Fight & Resist

SL