Escreve Daniel Oliveira, no Record:

«[…] nestes últimos meses ficou clara para mim uma coisa: pelo menos no campo, o campeonato será decidido no confronto entre o Benfica e o Sporting. Quanto ao Porto, que nos tem presenteado com exibições abaixo de deprimentes, lá terá, se ainda souber, de voltar a tentar ganhar no campeonato da secretaria.
E, regresso ao tema, as coisas vão bem encaminhadas numa competição menor: a Taça da Liga. Herculano Lima é juiz jubilado e conhecido amigo do Futebol Clube do Porto. Em pleno processo de investigações do Apito Dourado disse, em declarações públicas, que a montanha iria parir um rato. O experiente obstetra deste mundo pouco salubre da bola viu o seu desejo confirmado. Herculano também é presidente do Conselho de Disciplina da FPF e dissipou todas dívidas logo na primeira audição sobre o caso do atraso do Porto no jogo com o Marítimo. Segundo o Record, o que o juiz queria saber de Fernando, o jogador que só se lembra das dores uma semana depois de as sentir, era se o Porto também teria vencido o jogo caso tivesse entrado em campo na hora marcada. Como a resposta é impossível de dar e a pergunta era para um jogador do FCP, fica a parecer que o objetivo destas inquirições é o convívio. Onde também participou o vogal Ricardo Pereira, que, seguramente imparcial nestas guerras, foi advogado de Lourenço Pinto contra Carolina Salgado.
Não há, portanto, qualquer ansiedade para o Sporting. Ao contrário do dérbi, o resultado é mais do que certo e parece-me que não será “limpinho”. E, no entanto, não há qualquer dúvida que o Porto quis atrasar o jogo para daí obter vantagem. E que os regulamentos punem esse comportamento com derrota. Ficam a saber os árbitros: quando marcarem uma grande penalidade ao Porto, por causa de uma rasteira na grande área, terão de perguntar ao faltoso se aquela jogada mudaria o desfecho do jogo. Porque é assim que se faz justiça no futebol nacional.»