Sabem o que me custa mais do que ser gozado como fui (fomos) no Bonfim? Constatar que há adeptos do meu clube que acham que isso é pouco. Ou, se preferirem, que acham que há pormenores mais importantes para discutir.

Vamos a eles, então.
1- jogámos mal.
É verdade que foi uma exibição roxa. Não conseguimos ter o domínio do jogo durante quase toda a primeira parte e não fomos totalmente consistentes na segunda. O meio-campo esteve abaixo do esperado (bem, afinal o problema não se resolve sem o André Martins)  e a equipa pareceu demasiado robótica na tentativa de cruzar para a cabeça de Slimani. Mas, permitam-me dizer-vos que, mesmo jogando mal, fizemos o suficiente para ganhar. Falhámos dois golos feitos (Slim e Capel) e outro meio feito (Montero, em nota artística) e marcámos três golos. Um deles, tão regular que até magoa ver a repetição, foi anulado (já falamos da arbitragem lá mais para baixo).
O mais curioso, caros companheiros da teoria do “jogámos mal”, é que sempre que jogámos menos bem, mas, ainda assim, fizemos o suficiente para ganhar, nos retiraram pontos à descarada: Rio Ave (c) Nacional (c) Académica (c) Setúbal (f), só para citar os indiscutíveis. Oito pontos sonegados sem pingo de vergonha na cara. E não podemos falar porque jogámos menos bem? Não me fodam, que para isso já bastam os árbitros!

2- somos uns anjinhos e nunca devíamos ter deixado jogar o João Mário
se eu sou um anjinho (sim, eu acho bem que ele tenha jogado), vocês são uns palermas. A resposta acima serva para este espaço: o João Mário jogou e nós fizemos o suficiente para ganhar. Não nos deixaram (e o pobre JM não teve culpa alguma dessa vergonha)

3- o Leonardo resolveu inventar novamente
a sério? então? espera, se joga o André o homem está a dormir, se o André não joga o homem está a inventar; se joga o Montero, “este gajo precisa de banco para abrir a pestana”, se joga o Slimani “não perebo porque é que o Montero não joga” se joga o Wilson, devia jogar o Carrillo, se joga o Carrillo, “este gajo não vale um peido e devia jogar o Capel”, se joga o Capel, “cabrão do espanhol desaprendeu”…
Vão cagar ao sol, pode ser?

 

Pronto, agora que já chutei para canto os pormenores tão interessantes, permitam-me falar do pormenor que, quanto a mim, é mais relevante: não há o menor pingo de vergonha em prejudicar-nos. É sinal, claro, de que estamos a incomodar e estão a querer passar-nos uma mensagem (fight&resist, foda-se!) e é sinal claro de que estamos em guerra com duas frentes. Não sejamos anjinhos (agora, digo eu): todos estes erros são a favor da confraria dos queridos inimigos. Se uns são levados ao colo para oferecer o título a S. Eusébio, outros vão às cavalitas para poderem entrar directamente na Champions e não correrem o risco de destapar (mais) o buraco financeiro em que vivem. Nós, estamos no meio e, pior, estamos a ameaçar uns e outros.
Assim sendo, vai de anularem-nos um golo limpo (confesso que nem sei como é que nos validaram o do Slim, que é mesmo golo pois o redes tem os pés já a entrar na baliza e ainda faz a defesa com um movimento de ir buscar a bola mais atrás), vai de validarem um golo ao adversário em que o avançado inicia o movimento uns dois metros em fora de jogo e vai de inventarem um penalti ainda mais ridículo do que o que foi marcado ao Arouca, na luz, e ao Guimarães, no dragão (o penalti sobre o Capel é inexistente, tal como as faltas que deram origem ao amarelo a Maurício e a Rojo). E já não vou entrar pela possível carga sobre o Slimani ou sobre a mão marota mesmo a terminar o jogo…

Não há palavras para descrever o nojo que sinto perante isto, nem para descrever o sentimento de impotência perante os factos. Mas há algo que me apetece dizer, bem alto, a quem quiser ouvir: no meio deste cheiro a merda em que somos obrigados a jogar, é um orgulho do car@!#0 ser do Sporting Clube de Portugal!

 

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