Domingo, 18h55. Depois de mais um jogo, tenho um sentimento de “deja vu”, misturidade com raiva e inconformidade. Lembro-me sempre daquele famoso jogo em Alvalade, contra o Paços de Ferreira, mão de um tal de Ronny, o gajo a rir-se e a comemorar, os nossos a protestarem e o árbitro a apontar para golo. Esse jogo custou-nos um Título, tal como o de Setúbal, o do Rio Ave, o do Nacional e dezenas deles durante os últimos 30 anos.

São mais de três décadas a sermos o alvo preferido do sistema. O mesmo sistema que sempre tentou escamotear os nossos roubos, apontando sempre com frases como “quem perde, queixa-se sempre” ou “ já foram beneficiados antes” ou  “errar é humano, mas também não têm equipa para lá chegar”.  Finalmente, temos um Presidente que diz Basta e reúne as tropas para o que aí vem, mas, convém, antes, explicar afinal, para mim, como se combate o sistema: com uma revolução pacífica institucional, mas também com uma resistência cirúrgica por parte de cada um dos adeptos e sócios.

Se os dirigentes do Clube podem fazer apelos à mudança, criando as condições para isso, com apresentação de alternativas e de uma mudança profunda nos regulamentos do Futebol, nomeadamente, na composição dos órgãos de poder (se desde o saudoso Silva Resende que não temos alguém com carisma no poder, muito se deve às alianças/subserviências dos nossos antigos dirigentes, que de futebol pouco ou nada percebiam, à exceção de Dias da Cunha, o primeiro a enfrentar olhos nos olhos o sistema), quanto à resistência cirúrgica, é aqui que cada um de nós é chamado a defender o seu SPORTING!! Nunca fui defensor de violência (violência gera violência e tira qualquer razão), mas a legítima defesa a um ataque à nossa honra e ao nosso Clube, dá-nos o direito e o dever de fazer algo por Ele. Muito já se escreveu e disse, mas está na hora de combater o sistema com as armas que cada um tem ao seu dispor.

O apelo que faço, antes de mais, é e esta é a principal arma: apoio total e incondicional ao nosso Clube, onde quer que ele esteja a ser representado: futebol, futsal, andebol, ténis de mesa, tiro com arco, etc, etc.. Em qualquer campo, pavilhão ou local onde o Sporting vá, têm que lá estar presentes, em massa, a apoiar, os adeptos e sócios mais próximos. Criar uma rede de contactos de apoio. E claro, transformar o nosso Estádio, a nossa Academia e os nossos Pavilhões em bastiões para os nossos e autênticos infernos para os adversários!! Ninguém, mas absolutamente ninguém pode ter a ideia de chegar a Alvalade e sequer pensar que aquilo é um paraíso. Nós não somos anjinhos….Vejam o caso dos estádios e pavilhões na Alemanha. Aquilo é um apoio incondicional à equipa da casa e um inferno para o adversário.                         ( http://www.youtube.com/watch?v=acVWSyVajxc) A partir deste apoio, o que podemos fazer perante a aparente impunidade do sistema? Mostrar a verdade, rebater a mentira dos que querem escamotear estes roubos. Em qualquer local, onde se ponha em causa o nome ou a honra do Sporting, temos o dever de responder e contra-argumentar. Mas apoiar e rebater (já) não chega! É necessário uma outra forma de resistência. Uma resistência mais eficaz, com pequenos gestos. Num mundo globalizado, hoje, tudo se sabe, porque quem aparece nos jornais e televisões muitas vezes, começa a ser reconhecido na rua, nos cafés, nos centros comerciais, nos espaços públicos. Há sempre um amigo da namorada, da mulher, do primo ou do tio que conhece estes fulanos, sabe alguns podres sobre eles. Se estes ignóbeis fazem gato de sapato de nós e se julgam acima da lei, temos todo o direito de os enfrentar, mas não se trata de violência física, trata-se de um tipo de atitude mais subtil.

Imaginem que encontram um Manuel Mota ou um Fernando Oliveira desta vida num café, num restaurante, num hospital, numa loja. Nada como aquela boca mandada ao perto; aquele encosto de ombro, seguido de um “desculpe, foi intencional…..”; a publicação de informações comprometedoras na internet. Chama-se a isto “guerra psicológica”. Uma sugestão: quem conhecer uma gráfica, que faça t-shirts/camisolas, podia pensar numa frase deste tipo: APAF, O PAPA PERDOA, NÓS NÃO ESQUECEMOS….

Atenção a um último pormenor: o sistema tal como o conhecemos, vai mudar. O fim de ciclo do FCP está a chegar. Tenho uma fonte credível que me tinha garantido há uns meses que o problema de coração do PdC é bem mais grave do que se fala na imprensa.  Temos de saber ocupar o lugar deles, começando esta semana com dois jogos: em Andebol, domingo em Futebol. Quanto ao SLB, não temos ainda capacidade para duas frentes. O que não quer dizer que não lhes ganhemos títulos, onde quer que seja, mas alianças só for para repartir poderes na liga e federação (ou nas futuras receitas das apostas online). Quanto ao resto, é cada um por si!

Texto escrito por Damas