Sou Sportinguista desde que me conheço, ou melhor, antes de ser já o era; Sim, porque sendo o meu pai um indefectível Sportinguista, o normal é que, mesmo no ventre da minha mãe, eu já tivesse sangue verde.
Não obstante eu ter uma prodigiosa memória da minha infância e de todo o Sportinguismo que me rodeou, há um episódio que me marcou e que demonstra o Sportinguismo do meu pai e que, agora, partilho com todos vós.
Estávamos na época 1979/1980, tinha eu 10 anos. O clube que mais tarde veio a ser conhecido pelo clube da fruta (recordo que o bufas ainda não tinha chegado à presidência) havia ganho os dois anteriores campeonatos e já só falavam no TRI. Era TRI para aqui, era TRI para alí; Até já tinham mandado fazer camisolas alusivas ao TRI.
Sucede, porém, que, à partida para a penúltima jornada, o futuro clube da fruta partilhava a liderança com o Sporting. Os duelos dessa jornada opunham os futuros fruteiros ao “amigo” Boavista e nós tínhamos uma difícil deslocação a Guimarães. As artimanhas levaram até a que, descaradamente, tivesse oferecido uma choruda quantia aos jogadores do Guimarães, caso derrotassem os nossos Leões, porém, as contas saíram-lhe furadas; Um auto-golo de um tal Manaca (sabem quem foi?) deu-nos a vitória por 1-0. Na jornada seguinte, obtivemos uma vitória robusta sobre a União de Leiria por 3-0 e festejamos o título.
Nessa noite, o meu pai não escondia a euforia; Outros Sportinguistas se juntaram no mesmo café e o impensável aconteceu; Numa manifestação, tão rápida quanto espontânea, organizou, logo ali, o funeral dos fruteiros. Um Sportinguista mobiliza mais um, outro mobiliza mais outro e, de repente, éramos largas dezenas (sim, éramos, porque eu, com 10 anos, também lá estava).
Improvisou-se um pequeno caixão, colocou-se uma bandeira dos fruteiros em cima, mas era preciso mais qualquer coisa; Foi, então, possível contactar com o cangalheiro cá da terra e, de repente, alguém aparece com uma grande urna branca (sim, das de verdade); Colocou-se a urna branca em cima de um camião verde, eu e mais três putos da minha idade carregamos o pequeno caixão improvisado e lá seguimos nós, pelas ruas da terra a velar o defunto. Nem sequer faltaram as carpideiras, ou melhor os carpideiros, que gritavam: Ai que dor… Ai que dor… Ai que dor. Tenho a ideia que o meu pai era o que “chorava” mais.
No fim da “peregrinação” pelas ruas da terra tivemos, ainda, direito a foguetes, lançados, claro está, por um adepto dos fruteiros.
Este episódio foi motivo de falatório durante dias e dias sem fim. Ainda se repetiu a façanha em 1981/82, mas já sem a mesma espontaneidade.
Enfim, tudo isto para dizer: Amo-te pai; Obrigado por tudo.
Texto escrito por Júlio Santos
19 Março, 2014 at 11:20
Excelente memória Julio, obrigado por partilhares.
Quanto ao Manaca qq sportinguista da minha geração se lembra do Manaca, primeiro pelo celebre autogolo. Depois pq Manaca começou a jogar no sporting como avançado, passou pelo meio campo e acabou em defesa. Outros tempos.
Quanto ao autogolo, claro que nunca saberemos…
19 Março, 2014 at 12:12
Pois, quanto ao autogolo nunca saberemos; pese embora se diga que o Manaca havia sido “comprado pelo SCP, também é verdade que se disse que três jogadores do Guimarães estavam a soldo dos fruteiros.
My guess is we’ll never know!
Ainda a propósito deste jogo, a minha primeira bandeira do Sporting foi comprada nesse Guimarães vs Sporting!
19 Março, 2014 at 12:18
Desculpem lá, mas um auto-golo daqueles é impossível ser de propósito. O golo foi um centro da esquerda, ainda antes da linha de área, e o Manaca saltou, perto do bico da área (mas lá dentro), para cortar o lance. A bola raspou no alto da cabeça (“penteou a bola”) e enganou o redes do Guimarães que estava feito para sair e intersectar o cruzamento.
Se fosse tão evidente que era batota, porque é que a RTPorca do Norte nunca mais deixou passar as imagens? Não me gozem. O porco acusa os outros daquilo que eles próprios faziam e continuam a fazer. Não esquecer que o Pedroto, que saiu nesse Verão do FoiComPutas só não assinou pelo Sporting 1 ano depois porque o João Rocha não sabia o que era “uma verba para a a colaboração dos árbitros”.
Não alimentem esta lenda, por favor. O golo foi um lance de jogo, igual a muitos outros em muitos campos e países do mundo.
19 Março, 2014 at 12:38
+1
19 Março, 2014 at 11:38
Esse foi o ano do Tri…naranjus!
Grande abraço!
19 Março, 2014 at 12:13
De facto foi. Ainda me recordo que durante largas semanas a maior provocação que se podia fazer a um adepto dos fruteiros era convidá-lo para um trinaranjus, hahaha!
19 Março, 2014 at 11:55
Só para juntar uns factos:
Nesse campeonato de 1979/80, a 4 jornadas do fim fomos às Antas com 1 ponto de atraso.
Fizemos 0-1, tivemos um golo anulado e o Porto marcou na recarga a um penalty no final…. Gamadissimos.
Fizeram a festa do TRI porque jogavam no Varzim, recebiam o Boavista e iam a Espinho. Tudo clubes “fruteiros”.
Na semana seguinte vi em Alvalade um vitória sofrida sobre o Beira Mar, mas com todo o estádio a ouvir o relato do Varzim-Porto 0-0. Foi uma festa no final… Passámos para a frente.
Na semana seguinte, vi o comboio verde partir da estação do Rego com milhares de sportinguistas a caminho de Guimarães…. Foi apedrejado ao passar por Campanhã. Ganhámos 0-1 e isso é que é importante.
A festa do titulo foi inesquecível, foi o 1º titulo que vivi…. Todas os títulos foram saborosas, mas melhor que 1980 só mesmo 2000.
19 Março, 2014 at 12:17
Já agora, em 1999 o rascord publicou o seguinte:
MUITA tinta se gastou com o “caso Manaca”, que colocou o futebol português em efervescente convulsão no final da época 79/80. No dia 25 de Maio de 1980, a penúltima jornada do campeonato prometia muitas emoções, dado que Sporting e FC Porto partilhavam a liderança. Enquanto os dragões recebiam o Boavista, os leões viajavam até ao difícil terreno do V. Guimarães. Perder um ponto que fosse poderia significar o adeus ao título.
A semana que antecedeu os jogos foi vivida com grande tensão entre os intervenientes, com algumas notícias a lançar achas para a fogueira, como a oferta, por parte do FC Porto, de um prémio monetário a cada jogador vimaranense em caso de vitória. Mas ninguém conseguiria prever os acontecimentos que acabaram por marcar a vida de um jogador.
Manaca, moçambicano, havia chegado ao V. Guimarães proveniente do Sporting e era um leão assumido. Ao longo da carreira, foi recuando no terreno e, por etapas, passou de avançado a defesa-central, posição que ocupou nesse célebre jogo. De repente, um longo murmúrio sacudiu o estádio.
Via rádio chegou a notícia do golo de Frasco, nas Antas, aos 28 minutos, mas a angústia dos adeptos leoninos não durou muito. Aos 36 minutos, ocorreu o lance que ficou na história.
Num cruzamento para a grande área vimaranense, Manaca saltou com Manoel e cabeceou a bola para a própria baliza. Na reportagem de Record, na altura, pode-se ler: “Seria injusto, no entanto, atribuir a totalidade das responsabilidades a Manaca, já que Melo ficou a olhar para a bola e não saiu para a socar para longe.” Não houve mais golos, apesar do domínio sportinguista, e, mesmo tendo o FC Porto batido o Boavista, por 2-0, os leões podiam praticamente comemorar o título, dado que tinham vantagem em caso de igualdade pontual. No fim-de-semana seguinte, uma vitória contundente sobre a U. Leiria (3-0) confirmou o título.
Mas voltemos a Manaca. Pinto da Costa, então chefe do departamento de futebol do FC Porto, e Hernâni Gonçalves, preparador físico, foram os mais contundentes nas reacções ao autogolo, e as suspeitas de suborno foram levantadas. Inclusive, começaram a circular rumores de que Manaca se teria juntado ao plantel leonino, em Lisboa, nos festejos da vitória sobre o V. Guimarães. Pinto da Costa deu ainda conta de inúmeros telefonemas que recebeu nos dias que antecederam o jogo avisando-o de que Manaca teria tido contactos com o Sporting e o jogo de Guimarães teria sido falado. O jogador, que nunca desmentiu as suas relações de amizade com muitas pessoas ligadas aos leões, negou sempre as acusações: “Saltei com o Manoel e nem vi a bola a bater na minha cabeça. Foi tudo muito rápido e sem intenção.”
De qualquer das formas, Manaca seria dispensado pela Direcção do V. Guimarães três dias depois do jogo, assim como os brasileiros Dinho e Almiro e outro ex-leão, Vítor Manuel, fazendo aumentar ainda mais o clima de suspeição. Os companheiros do V. Guimarães, no entanto, saíram em defesa de Manaca, subscrevendo a seu favor um comunicado em que refutam qualquer acusação.
Também os jogadores do Sporting declararam a sua inocência, “atirando-se” a Pinto da Costa. Eurico, actual técnico adjunto do Benfica, referiu, ironicamente: “É claro, também houve o Manaca, que foi comprado pelo Sporting. Mas, não foi somente ele, o sr. Pinto da Costa está a ser injusto, esquecendo-se dos três jogadores vimaranenses que intervieram no lance do golo, o Ramalho, que deixou o Manuel Fernandes cruzar e o próprio Melo, que tinha obrigação de defender aquela bola. Tudo para cima das costas de um só jogador é uma injustiça.” Manuel Fernandes declarou: “Há indivíduos, realmente, sem vergonha, que não devem medir certas palavras que dizem (…) Sobre o Sporting ter tentado subornar o Manaca, um profissional honesto, decerto esse senhor devia estar a ver-se ao espelho.”
O FC Porto perdeu a possibilidade de obter o primeiro tri do seu historial e, de tão confiante que estava no sucesso final, já estavam prontas, a duas jornadas do fim, camisolas alusivas ao feito. Um autogolo polémico de Manaca estragou o negócio.
TORCATO E MANOLO VIDAL REFAZEM DUPLA DE SUCESSO
José Manuel Torcato e Manolo Vidal, actuais directores do departamento de futebol do Sporting, fizeram parte da conquista do título de 1979/80, o primeiro na qualidade de chefe do mesmo departamento e o segundo como seu “braço direito”. Uma mística de campeões que Luís Duque tenta agora reintroduzir na estrutura leonina. Mas a história de ambos em Alvalade sofreu uma grande convulsão dias após o célebre V. Guimarães-Sporting dessa época.
De facto, a 11 de Junho, a dupla pediu a demissão dos cargos que ocupava, tendo a decisão origem no facto de a Comissão de Gestão (o clube estava sem presidente, com o auto-afastamento de João Rocha) ter recusado a ida de Manolo Vidal com a equipa leonina a uma digressão aos EUA. A “bomba” estalou numa reunião do Conselho Leonino. José Manuel Torcato, presente na sala, logo reagiu à decisão apresentando a sua demissão, no que viria a ser seguido, posteriormente, por Manolo Vidal, solidário com o companheiro.
A questão económica serviu de justificação para o afastamento, algo que deixou Manolo Vidal agastado, pois a organização da viagem pagava a deslocação a 23 elementos. O seu lugar seria ocupado por um elemento da Comissão de Propaganda do clube. Foi o fim de uma dupla que esteve ligada à conquista do título e que agora se reuniu, quase vinte anos depois.
19 Março, 2014 at 12:19
Olha, acabei de descrever o lance lá em cima sem ter visto o teu comentário. Que vou ler agora.
19 Março, 2014 at 12:21
🙂
19 Março, 2014 at 12:22
A descrição é mais ou menos como me lembro, excepto o “cabeceou”. Ele saltou para cabecear, é certo, mas a bola foi penteada, muito mais do que cabeceada. E isso enganou o redes.
19 Março, 2014 at 11:59
olhem-me só para isto, estão todos borrados! Ainda há uns tempos, o sporting não incomodava…
Há gente que gosta de parecer muito educada e cordata e atira para os outros os males do mundo, como se fossem uma espécie de eleitos ou predestinados. Vem isto a propósito do comportamento, ou falta dele, dos responsáveis do Sporting no clássico de domingo. Pela defesa do futebol e até por respeito a todos os adeptos, independentemente da preferência clubística, o FC Porto manteve-se até aqui em silêncio. Mas depois de ver serem plantadas notícias falsas em jornais para quem o contraditório é um imenso mistério, sente-se o FC Porto obrigado a prestar alguns esclarecimentos.
É falso que o Sporting tenha cedido um camarote à Administração do FC Porto. O que aconteceu foi que após verificar que os convites enviados pelo Sporting não respeitavam as mais elementares regras da urbanidade, colocando os administradores separados na tribuna, uma empresa comprou um camarote por dez mil euros e cedeu-o ao FC Porto, para que a Administração pudesse assistir toda junta à partida. Separar os elementos da administração de um clube rival é um comportamento sem precedentes no futebol português, mas que deve fazer parte de um qualquer manual de boas maneiras a que só distintos viscondes têm acesso. Só estranhamos as pessoas sentadas nos lugares adjacentes aos que estavam destinados aos nossos administradores, não pareciam saber francês, nem sequer tocar piano. Eram assim como que… qualquer coisa entre o pirata de argola na orelha e o rufia de filme de série B.
Aproveitamos também para esclarecer o Sporting, que o belo Estádio do Dragão é mesmo a nossa casa. É tão lindo, funcional, já nos proporcionou tantos títulos e nunca foi confundido com qualquer outra coisa que estranhamos o envio dos bilhetes e convites para o Vitalis Park, antigo campo da Constituição. Não se preocupem, quando tivermos de lhes enviar bilhetes e convites recebê-los-ão na morada que indicaram à Liga e não no estádio do Lumiar ou qualquer outro sítio que no passado tenha sido a vossa casa. E já agora, dentro do prazo regulamentar de cinco dias de antecedência, mas claro que contar até cinco já é uma questão de competência, não de pedigree. Isto para não falar no vocabulário de gente que não consegue mais do que aparecer escarrapachada em revistas do social, mas que quando abre a boca está muito longe de ter a graça e o encanto das portuenses vendedoras do Bolhão. Em suma, como dizia Einstein, duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana, mas em relação ao universo continuamos sem ter a certeza absoluta.
19 Março, 2014 at 12:00
Comunicado do fc porco
19 Março, 2014 at 12:03
Não posso acreditar 😀
Os gajos estão mesmo aziados e com o rabo apertado.
19 Março, 2014 at 12:14
E tudo isto para camuflar a época deplorável que estava ter…
19 Março, 2014 at 12:14
Estão e não estavam…
19 Março, 2014 at 16:33
O que eu já me fartei de rir hoje com este comunicado!…:-) Não acham que este gajos abusam dos comunicados, ah, ah, ah?
Fica patente toda a classe dos bacocos. Depois do que fizeram aos nossos no jogo da primeira volta do campeonato, ficaram chocados com o tratamento (e nem sei se terá sido mesmo como eles dizem, desta malta nunca se sabe…). Ainda por cima o comunicado esta escrito de forma tão bacoca que devem ter ido buscar o gajo da escrita a meio de uma sessão no Calor da Noite, que ele já não vinha bem…
Nao e que me agrade este tipo de tratamentos, mas eles usam e abusam deles ha muitos anos, que acho muitissimo bem a resposta do Sporting a “equipa visitante”. Faltava terem sido servidas umas pecinhas de fruta a entourage dos bimbos…
19 Março, 2014 at 12:08
http://www.youtube.com/watch?v=SKm5xQyD2vE
19 Março, 2014 at 12:09
Incha lá, melão!
19 Março, 2014 at 12:13
Einstein deve andar às voltas lá no túmulo!
Rematando a última frase desta “coisa”: Em relação ao universo estamos conversados… ao resto, bom… basta ler para perceber, não é?
19 Março, 2014 at 12:15
(É aqui!)
CALIMEROS!!!
JOGUEM À BOLA!!!
Que mais?
Ah…
QUEREM GANHAR NA SECRETARIA O QUE NÃO GANHARAM EM CAMPO!!!
etc, etc…
19 Março, 2014 at 12:46
E que tal fazer um comunicado assim:
“Manual para ser um bom fruteiro: ahhhhh, quem diz é que é?!?!”
19 Março, 2014 at 16:35
Sim, ou então,
“1,2,3,4,5! Sabemos contar ate cinco, toma, toma! Contem la agora vocês a ver se sabem!!”
19 Março, 2014 at 12:14
CALIMEROS!!!
JOGUEM À BOLA!!!
Que mais?
Ah…
QUEREM GANHAR NA SECRETARIA O QUE NÃO GANHARAM EM CAMPO!!!
etc, etc…
19 Março, 2014 at 12:45
Calma Ricardo ainda te dá uma coisa má…
19 Março, 2014 at 14:04
Eu estou tranquilissimo… só estava a transcrever uma série de criticas (?) que nos foram feitas… Digamos que é um lembrete para quem tem a memória (convenientemente) curta…
Então esta do Lourenço Pinto que a campanha do Sporting é para incutir o medo só mesmo de rir até partir o côcô…
Mas que ricos momentos de entretenimento…
19 Março, 2014 at 12:23
Cabe-nos fazer pelos nossos filhos, servindo de (bom) exemplo, para que daqui a 30 e tal anos possamos ter também testemunhos comoventes sobre nós, como o que o Leão Júlio Santos aqui fez hoje pelo Grande Leão que terá sido o seu Pai.
SL
19 Março, 2014 at 12:27
Os meus dois são sócios desde que nasceram. Apesar de tudo dei-lhes liberdade de escolha: podiam ser do clube que quisessem desde que fossem do Sporting!
19 Março, 2014 at 12:28
Ehehehheheheheh 😀
19 Março, 2014 at 12:44
exactamente!
Os meus poderão sempre escolher entre o verde claro, verde escuro e verde assim-assim 🙂
19 Março, 2014 at 18:58
Assim é que é!
SL
19 Março, 2014 at 12:27
Isto hoje é só testemunhos bonitos de sportinguismo… Eestou a adorar ler estes textos!
Um pequeno à parte…
O canal Sporting Fans do Facebook publicou hoje um video dedicado ao Dia do Pai, no qual aparecem jovens a agradecer ao pai por o ter feito sportinguista.
http://www.youtube.com/watch?v=eXp2ew_wEkU
Eu como Pai, estou babado com o meu leãozinho que aparece no segundo 13’… 🙂 🙂 🙂
19 Março, 2014 at 12:50
🙂
19 Março, 2014 at 13:50
hehehe
nem imaginas a quantidade de “takes” que eu fiz para ver se conseguia arranjar 5 segundos com ele parado 🙂
19 Março, 2014 at 16:07
O vídeo foi retirado? 🙁
19 Março, 2014 at 23:02
Link do youtube:
http://youtube.com/watch?v=c9TWVGIChgQ
19 Março, 2014 at 14:30
Muito bom 🙂
19 Março, 2014 at 15:53
Não consigo ver o vídeo através desse link 🙁
19 Março, 2014 at 19:06
presumo que seja este vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=PSEQXItqMns
19 Março, 2014 at 23:05
Ou este: http://youtu.be/c9TWVGIChgQ
Aos 0:13… 🙂
19 Março, 2014 at 14:23
Mais uma excelente partilha… abençoados pais que transmitiram aos filhos o que é sentir o amor pela verde e branca.
19 Março, 2014 at 14:30
Nem mais 🙂
19 Março, 2014 at 14:48
Estes Sportinguistas têm uma véia literária muito apurada 🙂
19 Março, 2014 at 16:51
Bem, eu ontem escrevi um texto, mas optei por não o enviar ao Cherba. O meu texto não faz sentido como texto para o dia do pai, pelas razões que poderão perceber (quem o ler), pelo que optei por publicá-lo como comentário apenas. Já que o escrevi, aqui fica.
Caros tasqueiros, irmãos de armas:
Faço uma pausa no meu dia de trabalho para vos falar um pouco do que é, e foi, o meu percurso de sportinguista. É provável que a narrativa que acompanha as estórias associadas à nossa identidade sportinguista, remeta para as origens familiares, e para o quão forte é aquela passagem do pai para os filhos. Sim, é provável que este seja o padrão. Não foi assim que aconteceu comigo. A minha família sempre foi uma espécie de acumulado de corpos estranhos, que se encontram nos dias de família, e pouco mais. Gostam de saber uns dos outros, não me interpretem mal, mas desde cedo fui percebendo que não é uma família que esteja muito próxima. E unida. Creio que não tenho nenhum familiar do FCPorto, e, por isso mesmo, a coisa resume-se mais ou menos a uma questão de SPORTING-benfica. Em todo o caso, e tirando um tio que descobri, tarde, ser do Sporting, creio que ninguém liga particularmente a futebol. É essa a ideia que eu tenho. Avante. Acontece que cresci numa família monoparental, de mãe, com muito pouco tempo passado com o meu pai. Dir-se-ia que foram talvez seis ou sete dias nestas três décadas de vida (perto disso). Dele, lembro-me da bola do Benfica que me quis dar, numas férias no Algarve, e de uma sucessão de tardes passadas a comer melancia, sem grande coisa para fazer, e provavelmente cheio de saudades da minha mãe. Só talvez com os meus 5 anos comecei a perceber o que era futebol, quando via os resumos dos jogos no velhinho telejornal. Não passei cedo por aquela questão da escolha, precisamente porque, em casa, não havia quem fizesse essa ponte. Creio que a minha mãe era do Benfica (sim, era, digo bem, e já lá vou), porque ela assim o diz. Creio que veio do meu avô materno que não cheguei a conhecer, e do cão que tinham lá pela casa de campo da beira. Beira-alta. Mas o perigo não estava aí. A minha mãe sempre teve outras preocupações, que não passavam pelo futebol. A vida era outra, agora que o pai abandonara o barco! Não é pai. Não sei o que chamar. Ao fim de semana, e disto lembro-me bem, ia sempre para uma casa de campo que o meu tio tinha para os lados da Fonte da Telha. O meu tio era do Benfica, assim como a minha tia, o meu primo, e a minha prima. Às vezes penso que estive muito próximo do Benfica, até porque era muito ligado ao meu primo, mas, vá-se lá saber porquê, nunca estive para aí virado. Às vezes penso que tenho o gene verde, porque, no meu caso, não foi um processo de proximidade, ou de passagem de testemunho de algum familiar. Não foi educacional, se assim quisermos pôr a questão. Não. Deixei as coisas em aberto, aos 5 anos, assim como um adulto jura a pés juntos que, se fosse hoje, não seria baptizado. Eu fui baptizado, mas decidi dizer não ao Benfica. Estava noutra, mesmo sem o saber ainda. Aos 5 anos acontece a minha entrada para o colégio, e sei que é aí que começo a perceber o que é uma bola. É aí que começo a espalhar magia pelos terraços em mármore do meu colégio, com balizas construídas a partir de pneus. Daí ao processo de escolha de clube, foi um saltinho, e não consigo verdadeiramente lembrar-me do que se passou nesse ponto intermédio. Sei que um dia chego a casa e a minha irmã tinha um cachecol do Sporting. Não sei, mas creio que não sabia ler ainda. Terei eventualmente perguntado à minha mãe de onde teria vindo aquilo. Do vizinho mais novo, teria dito a minha mãe. Ok, terei pensado eu, isto agrada-me. Acho que é aqui que quero seguir. Alguns toques à campainha depois, provavelmente ainda em bicos dos pés, já era do Sporting. Foi instantâneo. O meu vizinho era aquela pessoa que coleccionava tudo do Sporting. Recebi um cachecol e uma camisola com as nossas cores, da Hummel. Depois disso, veio tudo o resto. Veio o Balakov, veio a bola do Sporting que guardava na minha espécie de altar leonino, na certeza de que nunca, mas nunca, a levaria para a rua.” Não, não levo. A praceta tem as pedras da calçada, e estragam a bola”. O símbolo, esse, virava-o directamente para o local onde colocava todas as noites a cabeça. Alguns miúdos e miúdas tiveram provavelmente o seu urso preferido, ou outro amigo imaginário. Eu, que era muito asmático, cresci sem bonecos de peluche e, por isso mesmo, o meu amigo das boas noites era aquele símbolo e aquela bola, virados para mim. Boa noite, Sporting. Até amanhã, Sporting. Os anos seguiram-se, em atropelo, como manda a vida, e fiz um pouco de tudo: andei à porrada pelo meu Sporting, tendo, inclusivamente, sido alvo de agressões por parte de um grupo de miúdos benfiquistas, que decidiram revelar a minha escolha ao maior mitra da escola, também benfiquista, e profundamente hostil; berrei alto quando o meu vizinho foi a Madrid ver aquela equipa fantástica que já teria o Sá Pinto, e que quase derrubou o Santiago Bernabéu. Também queria ir; fiz treinos de captação no velhinho e lindo Alvalade, ficando de tal forma nervoso que me lembro de sentir pesos de pernas, na altura de entrar para os campos contíguos ao estádio; chorei no golo do João Pinto, depois de me esconder atrás do sofá, a soluçar; gritei Sporting pela rua, no ano em que, pela primeira vez, fui campeão; fui orgulhosamente ao estádio nacional, ver os maiores derrubar a equipa do Funchal, com golos do Iordanov. Lembro-me como se fosse hoje daquela magistral simulação do Carlos Xavier, dois segundos antes do primeiro golo; persegui o Balakov pela rua abaixo, sempre o Balakov; festejei o golo mais rápido da minha vida, no estádio (mas sem verdadeiramente o ver, porque era demasiado pequeno para ver alguma coisa, naquela multidão), precisamente contra as galinhas, naquele tiro histórico do, e sempre ele, Balakov; lembro-me de perguntar quem era este tipo, no dia em que o Quaresma virou o defesa esquerdo do Porto, na sua estreia no campeonato nacional; lembro-me de perguntar às minhas namoradas se eram do Sporting; lembro-me de dizer aos estúpidos dos miúdos benfiquistas da escola, que era da juve leo, a maior claque do país, e que se os encontrassem, estavam arranjados e trucidados; lembro-me de partir algumas coisas em derrotas do Sporting, pequenas coisas; lembro-me de acordar com angústias incríveis em dias de derrota, e desejar que os olhos continuassem fechados. Lembro-me de, a dada altura da minha vida, acabar por ver a minha mãe a sofrer de tal forma pelo Sporting, e por mim, que, em dias de jogo, era vê-la em ebulição, incapaz de seguir o jogo, por causa dos nervos, e de entrar na sala, silenciosamente, de cada vez que eu gritava ou falava alto, apenas para conferir o resultado. Lembro-me de tudo isto e mais ainda. De certa forma, sinto que sou do Sporting e que o descobri sozinho. Fui descobrindo o meu Sporting sozinho, como quem constrói uma relação para a vida. E sou do Sporting para a vida e até ao último dia.
19 Março, 2014 at 18:10
A tua estória é muito parecida com a minha, Diogo. Tambem ninguem ligava a bola, nem sei de que clube era a minha mãe, mas por minha causa, neste momento é Sportinguista ferrenha. Só não tive um vizinho leão. Comigo o amor pelo sporting foi aparecendo aos 6 anos, e pelas recordações que tenho, foi por causa da equipa que foi campeã em 81/82, do Manuel Fernandes e do tripeiro do Oliveira. a partir daí, é uma cópia da tua.
Saudações Leoninas.
19 Março, 2014 at 19:04
Fdx, escrevi Sporting com letra pequena…vou só ali dar umas vergastadas em mim próprio…
19 Março, 2014 at 19:06
Mas que bela forma, caro Diogo, de terminar um dia cheio de emoções aqui na tasca. Obrigado por partilhares um pouco do teu trajecto Sportinguista, que é, afinal, parecido com o de todos nós (ou quase todos). Até eu fui um puto asmático 🙂
De facto, amar o símbolo do Leão Rampante é algo que está entranhado nos nossos genes (verdes) e nos torna especiais.
Saudações Leoninas e já agora, obrigado ao Cherba por ter aberto as portas da tasca a estas “estórias” de vida Sportinguista!
19 Março, 2014 at 23:59
Excelente, Diogo. “Boa noite, Sporting. Até amanhã, Sporting.” Acho que este é um pedaço de história que nos liga a todos… 🙂
20 Março, 2014 at 0:22
Sem dúvida!
Mais uma vez, obrigado ao Cherba por nos ter proporcionado esta ligação!
20 Março, 2014 at 1:14
Que maravilha de texto, Diogo! Ainda bem que o publicaste! Que veia para a escrita têm demosntrado os tasqueiros hoje. A parte do “Boa noite, Sporting. Até amanhã, Sporting.” é quase palpável, cinematográfica, tal a carga emocional. Gostei mesmo.
E um beijinho para a tua mãe.:-)
20 Março, 2014 at 1:23
Ocorre-me “Nao somos nós que escolhemos o Sporting. É o Sporting que nos escolhe”.
20 Março, 2014 at 8:53
Obrigado Lion. Obrigado a todos.
20 Março, 2014 at 9:05
Grande abraço, Diogo.
19 Março, 2014 at 18:37
Parabéns pela “estória”…
E agora vou fazer uma comunicação…:
Por causa do comunicado do fcp…
Declaro que “sou do Napoles desde piquininino”..!!
19 Março, 2014 at 19:02
hahahahahahah
+1
Aquele abraço Leonino
SL
19 Março, 2014 at 19:07
Eu, antes de ser, já o era 🙂
Avanti Napoli!
19 Março, 2014 at 20:31
Não conhecia esta história…deve ter sido muito saborosa esta conquista! Este ano parece que o título também já está decidido…veremos!