O Bruno apresentou-se muito alegre e bem disposto, mas também muito cansado. Disse várias vezes que estava de direta e deu a entender que no final da reunião ainda teria de ir resolver a questão Elias. Esteve no estilo a que nos habituou: crítico, por vezes um pouco duro, mas fala como se estivesse entre amigos de longa data.

Tentou responder tanto a questões que foram enviadas por e-mail como às vindas dos sócios no auditório, mas o tempo foi apertado. Vou tentar tocar nos pontos-chave que me lembro dentro dos maiores temas:

NOVOS SÓCIOS
Ainda que se tenha dedicado a primeira 1h30 do encontro para falar das modalidades, esta foi a primeira de muitas questões a irem parar ao quadro que a direção trouxe e que mostrava números que nos deixaram a todos envergonhados. O Bruno diz que está frustrado, que se sente triste e que sente que falhou a passar a passagem, ainda que não entenda onde errou. Isto é, a nova direção já mostrou que é competente; já mostrou que o dinheiro que entra no clube é para ser usado pelo clube; direcionou a totalidade da quotização para o clube, de forma a ser utilizado somente para pagar a funcionários e atletas das modalidades; etc. No entanto, os números são estes:

103.000 sócios | 65.000 sócios efetivos A e o resto distribuído pelos diferentes escalões (efetivo B, C, atleta, família, etc)
51.000 sócios PAGANTES, o que equivale a MENOS DE 50%! No espaço de 1 ANO só entraram 7 MIL NOVOS SÓCIOS.

Durante muito tempo, todas as perguntas preparadas tinham a resposta final neste quadro. Querem basquetebol? Eu também, façam-se sócios; Querem pavilhão? Façam-se sócios; Querem ciclismo? Ginástica? Trampolim? Cadeiras verdes? Fechar o fosso? Recomprar património? Etc etc etc. TODAS, e digo mesmo TODAS as nossas motivações e preocupações (Jusko, até mesmo o nosso símbolo de volta!) são partilhadas pelo nosso Presidente. O problema é que não há dinheiro, foda-se!!

Sublinhou muito a ideia de que os Sportinguistas não podem pensar que se vendermos o William ou quem quer que seja, teremos dinheiro para o pavilhão. São coisas diferentes: as modalidades estão no clube e tudo o que é futebol está na SAD. A primeira 1h30 foi passada assim.

Por último, deixou claro que em breve haverá oportunidade dos sócios contribuírem ativamente para a construção do pavilhão, tal como o Cherba referiu acima. Disse que espera ser surpreendido pelo movimento dos sócios neste campo. Deixo aqui o meu desabafo, pois já sabia que isto seria feito há algum tempo: a meu ver, é uma forma totalmente errada de fazer uma campanha deste género. A seu tempo poderão dar a sua opinião, mas acho que, garantidamente, não é por esta iniciativa que teremos o nosso pavilhão (já agora, deve ter 2.500 lugares e capacidade para incluir o hóquei).

FUTEBOL
Leão à Solta, o Bruno dedicou-te uns 20 minutos de discurso. A estratégia da equipa B não foi alterada, pelo contrário. Simplesmente há jogadores que precisavam de arrebitar, precisavam de sair da sua zona de conforto para ter o “click” e ganhar maturidade, dando os exemplos de João Mário e Tobias Figueiredo. Estas saídas abriram espaço para entradas, e sim, entraram 3 estrangeiros, mas com potencial e se não prestarem, vão embora. Bem sei que a principal preocupação aqui se prende com a qualidade (ou falta dela) por parte do Abel, mas essa questão não foi colocada.

Como já foi dito acima, houve uma excelente intervenção por parte de um ex-elemento da prospeção do Sporting, com quem tinham cortado a avença, mas que foi muito correto e, ao mesmo tempo, crítico com a atitude do Manuel Fernandes. Referiu que os lampiões e os tripeiros estão a fazer uma grande aposta na formação e que têm 4 ou 5x mais homens no terreno (e pagos) que nós. Chegou-se ao cúmulo do melhor miúdo da escola do Sporting em Turcifal ter ido para os lampiões. Acabou a dizer “Presidente, por 500€ ou 600€ eu estarei à sua porta.”

O Bruno tentou tranquilizar esta e outras questões do mesmo género com a intenção de “aumentar consequências” em breve. Como já tinha dito ao Diário Económico, o Sporting cortou em Recursos Humanos para recuperar a balança, e agora quer trazer gente que seja valor acrescentado para o clube (preparem os CV’s, tasqueiros). Mas para muitos assuntos – não exatamente para este, que é fulcral agir depressa, mas para outros – mostrou que num 1 ano foi feito muito e continua a ter muitos dossiers em aberto. Com tempo, retomaremos a ter o nosso Sporting Clube de Portugal a ganhar em todas as frentes e em todos os campos.

Outras questões foram colocadas no futebol, como se o Sporting utilizava algum sistema informático na prospeção, falou-se dos fundos (deixando-se escapar que maior parte dos nossos jogadores eram detidos em boa parte por BES e BCP), mas com as respostas que já tinham sido mais ou menos dadas. Tranquilizou-nos, que tudo está a ser tratado com afinco e bom trabalho – como mostram as boas compras a baixo custo e as recuperações de muitos passes. No entanto, como opinião pessoal, não me está a cheirar que recuperemos estas percentagens tão depressa. O Presidente disse ainda que não está à espera nem quer fazer encaixes financeiros com ativos neste verão.

FINANCEIRO
A auditoria será feita, ponto final. Será feita com calma e qualidade. Quer que esta seja A auditoria e que depois de ser lançada não deixe dúvidas do que se passou, pelo que não se preocupa muito se resvalar alguns dias, desde que seja bem feita e ponha todos os pontos nos is.

Falou-se das VMOC’s, que têm de ser pagas até 2025 e para a qual necessita de muitos mais sócios, num empréstimo de 18M que já está a ser usado mas que com a reestruturação financeira está resolvido e de um empréstimo obrigacionista a acabar em Setembro que, pelo que percebi, seria renovado – mas esta foi já a parte final e tive de sair.

Resumidamente, estamos em boas mãos. Quem não pôde ir a esta reunião, poderá ser ouvido numa próxima – contam realizar uma de 6 em 6 meses. Viva o Sporting!

P.S 1: gostei muito de ouvir um consócio que mora no Canadá há 45 anos e que estava muito emocionado por estar pela primeira vez numa reunião destas no Sporting.
P.S 2: a certa altura um consócio ao intervir referiu que ter este Presidente tinha sido mais importante que 3 títulos nacionais. Na sala ouviu-se um “ehhhh caralho, que exagero”. Bem, eu não me manifestei, mas caro consócio, se lês a Tasca, ficas a saber que para mim ter este Presidente é mais importante que 5 títulos nacionais.

Obrigado Diogo.

A mentira da bola é tão ridicula que qualquer um vê