Esta temporada o Sporting tem sido consistente. O meio-campo, 100% Alcochete, deixa-nos cheios de orgulho, a defesa, apontada por esses especialistas da bola como limitada, tem sido praticamente de aço, e os nossos dois pontas-de-lança são garantia de golos. Slimani até já soma 4 assistência, pasme-se a nossa alma.

O problema, que não é problema, têm sido os extremos. Leio e oiço em todo o lado que deviam ter mais magia, melhores cruzamentos e mais fome de golos. Em Janeiro, fruto da perda de gás de Capel, Carrillo e Wilson, reforçámos a equipa com o, na altura, terceiro melhor marcador do campeonato e com o nosso novo prodígio Carlos Mané. De todas as secções, esta é a menos aclamada, e a que mais cuidados vai precisar no final da época. Questiono-me então se, em plena reestruturação da nossa dívida, temos forma de ir ao mercado buscar algum melhor do que os nossos cinco extremos.? Não, não temos.

sporting extremos

Não faltou quem, prontamente, considerasse que Heldon teria sido uma contratação inútil e pouco acertada. A esses mesmos eu digo: Heldon tem finta, é rematador e muito rápido. Chegou vindo que uma equipa que disputa a Europa, para outra com a dimensão do Sporting e mostrou que isso o orgulhava. Rapidamente se percebeu que com humildade e trabalho, Leonardo Jardim iria apostar nele. Ainda bem que o fez. Heldon não só é um excelente jogador, como despertou os nossos adormecidos Capel e Carrillo. Custou pouco mais de 1 milhão (não é certo porque se supõe que vem outro jogador no final da época). Na próxima temporada, entrosado desde início não tenho dúvidas que será titular de caras. Um homem que marca o primeiro golo com a nossa camisola e fica emocionado daquela forma, merece o nosso apoio e carinho até à última.

Depois temos Carrillo, um génio adormecido. Capaz de momentos de pura magia e depois de se esquecer que está em campo. Quando chega a altura em que paramos com os assobios e apoiamos um jovem talentoso que, ao contrário de muitos, sempre demonstrou um enorme respeito por este clube? Questiono os sportinguistas, se Bruma tivesse renovado, fosse titular mas por vezes tivesse “paragens” éramos capazes de fazer o que fazemos ao nosso Nani peruano? Carrillo precisa do apoio da bancada, não apenas do balneário. Precisa que se soltem aplausos nas suas fintas e arrancadas, ele vive disso para se concentrar. Quem me responder “já não há paciência” eu só digo: Jeffren.

Depois temos Capel, para o qual já não existem palavras. Temo, penso que todos tememos, que nos vá deixar no final da temporada. As propostas já surgiram no Verão passado e com valores que o Sporting não pode pagar. É um dos que recebe melhor (merece pelo que dá em campo) e, infelizmente, os poucos minutos desta temporada podem fazer com que queira ir assumir a ala de uma outra equipa. Tenho pena, para mim era um daqueles jogadores que fazia carreira no nosso Sporting. Saía depois aos 33, já meio careca, para ir ganhar uns trocos para a China. Regressava mais tarde, para ser olheiro em Espanha e estabelecer uma parceria com o Sevilla. Enfim, queria que fosse um jogador histórico, um capitão sem braçadeira, um símbolo para que pudéssemos comentar daqui a uns anos “Este gajo não merece a camisola 11 do Capel”. Deixo o mote: Fica Diego!

Por fim, os nossos dois rapazes da formação. Um deles Wilson, pode andar os anos de quiser dentro de campo, nunca será consensual entre sportinguistas. Para mim merece tudo pelo que lutou para vestir aquela camisola. Empréstimos sucessivos, golos, adaptação a todas as posições de ataque e mais algumas e ainda assim, num Sporting construído para adeptos, há quem queira passar a ideia que Wilson está a mais. Wilson Eduardo é a cara do Sporting e não merece nem mais um empréstimo. Leo, protege o rapaz e deixa-o jogar a 9 uns jogos.

Carlos Mané. O miúdo nasceu para isto! A velocidade, a finta, a tendência para assinar belos golos. Até num canto aquele jovem dá jeito. Jogue no meio-campo, centro de ataque ou na ala, será em breve mais um motivo de orgulho para todos nós.

Não sei se estes serão os homens com quem vamos atacar a Champions e o próximo campeonato, mas cansa-me que sejam sempre os mais criticados, numa Liga onde são dos melhores. São responsáveis por inúmeras assistências e, talvez, seja o jogo colectivo que não permite que soltem mais a sua criatividade e veia goleadora. Precisam de crescer, tal como toda a equipa, sustentados num projecto que os valoriza e não deita abaixo.

Ps: Esgaio e Dramé somem e seguem. Penso que o nosso nazareno já vai jogar em Belém e Dramé tem sido uma surpresa enorme!

 

Às terças, a Maria Ribeiro mostra que não há pipis como os desta Tasca (e que há iguarias que, definitivamente, sabem melhor quando preparadas por uma Leoa)