«[…] Mas segue o post para refletir sobre a gestão dos activos da nossa formação e a sua valorização e rentabilidade para este Clube ter, definitivamente – ou não -, um futuro… Parece absurdo dispensar um treinador que fez um mau trabalho e não assumir uma estratégia ambiciosa de competência e contratar alguém muito melhor, o que até nem parecia complicado… Como o processo de dispensa de Abel ainda não está completo, espero que seja por aí que ainda não tenham decidido por alguém competente e capaz para este importante projeto.

Nos juniores, apesar do muito sucesso já conseguido, em qualquer declaração pública que Lima faz sublinha de forma vincada que não entende o sucesso como essencial para o seu trabalho de formação. Até aos juvenis concordo com este propósito. Nos juniores não me parece que seja essa mentalidade que deva prevalecer. O hábito de vitória, nos grandes clubes é algo que se forma como o talento, porque faz parte, ninguém quer ser o melhor para perder ou fazer parte de derrotados. Por isso, dado que esta época acrescem competições de enorme projeção dos nossos ativos, seria importante contratar alguém mais ambicioso (mantendo Lima na estrutura de formação).

E por falar nesta ambição vem à baila os nomes do momento… com uma premissa essencial para o sucesso de um qualquer projeto desportivo (ou de qualquer área rentável em que a competitividade faz parte). Os melhores têm que ser reconhecidos pelo seu mérito e competência e valorizados de forma implacável por isso, já que é a melhor forma de reconhecimento do empenho e o melhor exemplo e incentivo para os menos produtivos. Um MATHEUS PEREIRA ou um DIER, pelo que já fizeram e pelo que valem, tal como um ADRIEN ou WILLIAM, não podem ter vencimentos iguais ou sequer parecidos aos menos rentáveis. Num orçamento de 20 milhões, é indiscutível que o sucesso é possível com 20 excelentes, e nunca será atingido com 40 medíocres.

Para quê nomes de jogadores de segundo nível, como os centrais atualmente em destaque na imprensa, turcos e meio suecos, quando temos a melhor geração de sempre de defesas centrais no Sporting, vice-campeões do mundo, excelentes presenças em competições nacionais e internacionais, seguidos pelo scouting dos melhores clubes do mundo e andámos a apostar em jogadores de valor muito duvidoso. Gastam-se milhões na sua contratação, oferecem-se melhores contratos do que oferecem aos talentos da formação e prejudica-se sempre, o Sporting.

MATHEUS PEREIRA. O seu talento é reconhecido, a sua valorização previsível (pode valer mais de que um Bruma), e a aposta neste diamante? Oferecem-lhe o mesmo salário de um Kikas qualquer? O mérito não conta para nada? Faz-me lembrar o erro de umas décadas atrás com um Futre qualquer… nesse tempo, erros deste género levaram o Sporting para um buraco muito fundo.

VITOR GOLAS. Melhor guarda-redes da formação dos últimos anos. Visto como o natural substituto de Rui Patrício pela sua enorme qualidade (se calhar é superior ao próprio Patrício). Sai a 0 (zero) e ainda há palminhas? Impressionante. Enquanto isso renovaram com LUIS RIBEIRO que acumula péssimas prestações. Em vez dos dois tinham apenas um, o melhor, e assim poderia ter um melhor contrato.

Mas há mais casos por ali… REIS, SEMEDO, MICA, FOKOBO, ZEZINHO, PONDE, CHABY, MALLMANN, IURI, ESGAIO… todos, para já, a serem mal geridos. Destruir a potencializarão e rentabilidade destes talentos é tão grave e lesivo dos interesses do Clube, como toda a trampa feita pelas direções anteriores. O único prejudicado (para além da vida dos atletas) é o Sporting Clube de Portugal. Se Marco Silva puder, souber e quiser optar livremente por escolher os melhores para jogar, de certeza que muitos destes terão oportunidades que não tiveram até agora.

Não me recordo em época nenhuma de tantos talentos da formação terem ‘apanhado’ boleia para outros clubes, aliás, no passado, o percurso era inverso. E não me venham com Ermesindes e erros dos outros para justificar o erro das direções do nosso Sporting. Ou existe aposta na formação ou não existe. Ou se acredita no trabalho da formação, no competência dos profissionais e no talento dos atletas que devem ser reconhecidos pelo seu mérito e valorizados como atletas e como pessoas, ou se entrega o clube, como fazem outros, nas mãos de mercadores de futebolistas.

A propósito, reconheça-se o excelente trabalho de formação e rentabilidade de ativos do Sporting Clube do Mendes. Já não é um clube da cidade da Braga, não pertence a sócios, e tem pouco de projeto desportivo, mas que existe ali uma excelente política de formação e valorização de ativos… isso existe, estratégica, estruturada e que será, sem dúvida… altamente rentável. Pena que não seja para a tesouraria do clube, mas para os bolsos de mercadores. Não concordo com muita coisa que envolve… mas tem virtudes que deveriam ser exploradas e aproveitadas pelos três grandes.»

 

As palavras pertencem a LuizFerreira, são motivo para boa discussão e troca de ideias e surgem como que encaixadas entre dois momentos:
– a primeira campanha da época lançada por Record e Correio da Manhã: os jogadores da formação do Sporting estão descontentes e preocupados com a chegada dos reforços
– a resposta, dada ontem, por Bruno de Carvalho a essa mesma campanha: «Muito se fala no Ryan Gauld. Os disparates que foram escritos… têm quase ar de criminoso. Uma coisa é enganar-me, outra coisa é mentir e sem sustento algum. E mentiu-se descaradamente nos valores relacionados com o Ryan Gauld. Mentiu-se nos valores, fingiu-se que havia um problema na formação… Isso para mim não conta. Os sportinguistas vão estar atentos àquela que é uma campanha absolutamente inacreditável de mentira e quase pressão. […] A formação do Sporting está calmíssima e super satisfeita por voltar ao trabalho. Compreendem perfeitamente o que está feito e aquilo que pretendem é evoluir e crescer. Se a estrutura considera que tem de comprar para ter mais-valias em termos de títulos, têm é de demonstrar que são melhores que os que chegam. Para eles é um desafio extra. Não há uma via verde, pura e simplesmente, porque se é da formação. É importante que estes miúdos percebam que têm de se esforçar cada vez mais e melhor e eles percebem. Estamos todos satisfeitos […] O Braima Candé foi uma grande notícia porque ingressou no FC Porto B. Ele saiu porque o Sporting não quis renovar-lhe o contrato e, portanto, poderia ter ido para onde quisesse. Falou-se ainda do Moreto ou do Idrissa. Já disse várias vezes que o Sporting não entre em leilões por jogadores e muito menos paga centenas de milhares a pais e agentes para que os jogadores assinem. Ou querem estar no Sporting ou não querem, não há problema»

 

* “eu ouvi o teu comentário” é servido, com pinta, quando tiver que ser. Ou, se preferirem, quando o homem do balcão for capaz de distinguir uma bela “estória” do tinir dos cabrões dos copos e dos pratos de barro, a sair da máquina de lavar.