Muito se tem discutido ao longo da última semana a nova política de contratações do nosso departamento de futebol. Chovem críticas de jornalistas e “paineleiros” desportivos assim como de alguns adeptos pelo facto de o Sporting não estar a apostar na contratação de jogadores experientes que garantissem uma maior estabilidade emocional para as adversidades que vão ser encontradas principalmente na Liga dos Campeões, assim como pelo aparente desvio na política de aposta na formação (por que raio vamos contratar jogadores de 18, 20, 22 anos se temos a melhor formação do mundo?).  Servindo até de motivo para as mais diversas divagações difamatórias sobre o mal-estar entre os nossos jovens leões e o presidente Bruno de Carvalho.

Já vi diversas vezes esta dicotomia contratação de jovens valores Vs aposta na formação ser posta em direto na tv a sportinguistas e ainda não vi nenhum conseguir rebater o argumento de maneira consistente ou satisfatória. No meu ponto de vista o Sporting encontra-se entre duas realidades extremamente difíceis de serem conciliadas:
1 – A premente necessidade de equilíbrio financeiro (como o nosso passivo consolidado veio mostrar recentemente) e todas as obrigações assumidas junto dos credores que permitam a reestruturação financeira que se resumem numa restrição ao investimento.
2 – O reassumir da nossa posição como uma verdadeira potência desportiva (futebolisticamente falando) quer nacional como internacionalmente… tão grande como os maiores da Europa, e isso só se faz através de conquista de competições.

Assim, o Sporting vê-se com pouco dinheiro para investir no plantel, mas necessita de ganhar competições para valorizar os seus jogadores, conseguir novos parceiros de investimentos, novos patrocinadores, rentabilizar a sua imagem de mercado, etc… de forma a conseguir realizar significativas mais-valias que lhe permita sair o mais rápido possível do estrangulamento financeiro em que se encontra, até porque a reestruturação financeira tem datas a serem cumpridas. E tempo para fazer isso é coisa que não temos! E daí a necessidade em assumir de forma prematura aos olhos de muitos a candidatura ao titulo já esta época.

Apesar de termos a melhor formação do mundo será que alguém realmente acredita que um Iuri Medeiros tem o que é preciso para ser o patrão do Sporting esta época e ser vendido por 45 milhões no ano que vem? E quando falo em Iuri Medeiros poderia falar em Chaby, Ruben Semedo, Tobias Figueiredo, Matheus, Esgaio ou Wallyson. Quantos jogos têm esses jovens prodígios num campeonato principal? Não Acham que João Mário está hoje muito mais apto a brilhar de leão ao peito depois da passagem por Setúbal? William Carvalho antes de se transformar na nossa principal joia fez mais de 48 jogos num clube da primeira divisão belga. E é essa a logica das nossas contratações, jogadores jovens e razoavelmente baratos que permitam uma rápida valorização de mercados e possam ser vendidos com lucros de 400% ou 500% (sendo assim autênticas mais valias financeiras) e que ao mesmo tempo já tenham um background competitivo que lhes permitam imporem-se rapidamente na equipa principal e conquistarem títulos, se não vejamos:
Slavchev – 20 anos, 52 jogos na primeira divisão, internacional A pela Bulgária
Rossel – 22 anos, 42 jogos na primeira divisão
Paulo Oliveira – 22 anos, 46 jogos na primeira divisão
André Geraldes – 23 anos, 43 jogos na primeira divisão (entre Turquia e Portugal)
Ryan Gauld – 18 anos, 42 jogos na primeira divisão

Só Tanaka é que diverge mas tem atrás de si a especificidade das mais-valias comerciais do mercado asiático assim como apostam outros grandes clubes europeus. Quem diz que ele é um jogador de menor dimensão no Japão por não ter praticamente nenhuma internacionalização, só demonstra desconhecimento pela dimensão que o Kashiwa Reysol tem no Japão e que se resume nos últimos anos: Campeão em 2011, Vencedor da Taça do Japão em 2012, Vencedor da Taça da Liga em 2013 e Vencedor da Super Taça do Japão em 2012. E o Tanaka era somente uma das grandes estrelas dessa equipa!

Assim, resta-nos acreditar no trabalho que está a ser feito, darmos todo o apoio a estes novos meninos e não nos apegarmos muito a eles pois se tudo correr bem não ficarão por cá muitos anos! Mas deixarão o cofre cheio e o museu também! Aos jovens da academia, que sigam as pisadas do William, do João Mário, do Cédric, do Adrien… e que retornem para abraçar o sucesso. Cientes que não são todos os anos que saem Ronaldos, Nanis, Quaresmas ou mesmo Carlos Manés!

 

Texto escrito por Lyonne

*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]