taçahonra31Foi curto para as oportunidades criadas (a bola ao poste do Carrillo, as bombas do André e do Adrien, o bonito do Fredy e o desperdício do Slavchev), mas, ainda assim, suficiente para conquistar mais uma Taça de Honra da AFL (a 31ª, em 66 edições). Uma vitória justíssima, com o prazer extra de resultar de um dérbi que, diga-se, teve quase sempre sentido único (o maior lance de perigo do Benfica resultou de um pontapé de longe e o maior susto que nos pregaram foi com o grito que o Gaitan deu, quando se atirou para o chão, a pedir penalti).
Tal como frente ao Belenenses, o Sporting voltou a mostrar que o entrosamento trazido da época anterior pode ser um enorme trunfo na abordagem desta época. Marco Silva tem sido inteligente a gerir e a conter-se na vontade que pode ter de lançar reforços, aproveitando a base existente para ir ensaiando alguns pormenores como a maior aproximação de André Martins das zonas de remate ou a descida do trinco nas saídas de bola, permitindo à equipa posicionar-se numa espécie de 3-4-3.

Claro que ainda há um longo caminho a percorrer, claro que as dores nas pernas ainda toldam o raciocínio a vários jogadores; claro que ainda vão chegar os mundialistas (hoje, William, Patrício e Slim, lá para quinta Rojo), claro que ainda vão ter que tomar-se decisões importantes (jogará André Martins ou João Mário ao lado de William e Adrien?, por exemplo), claro que ainda podem entrar e sair jogadores. Mas há notas que, parece-me, são incontornáveis: a equipa pressiona bem; Dier está a ter a oportunidade que tanto desejou (só falta o Rojo ficar, para termos a dupla que eu queria); Rosell é mesmo reforço, João Mário é classe e Slavchev vai confirmar todos os créditos, o que faz com que tenhamos opções para o miolo como há muito não tínhamos; em dois jogos, Carrillo deu indícios de alguém lhe ter dito «peruano, ou é esta época ou vais passar o resto da vida a tocar flauta!».

Segue-se o estágio na Holanda, para onde, à partida, apenas embarcarão aqueles com que o treinador conta mesmo. Nós por cá ficamos, à espera que continuem a fazer-nos sorrir.