Se há derrotas que sabem bem a de ontem foi a tal, não só para acalmar as “passarinhas” mas também para vermos que as tareias de pré-época começam a sortir efeito, e tal como disse o nosso presidente, ficaria preocupado se já estivessem no pico de forma. Foi um bom treino, começar a perder logo no ínicio, chuva e a jogar com menos um. E como diz o outro sexta feira há mais.

Standing ovation….clap clap clap! Muito bom…faltou aí dizer que “ontem mostramos que não podemos ser candidatos ao titulo” (como se os outros estivessem a ganhar ás pazadas…)!
Eu percebo o receio…foram muitos anos a perder e a sofrer! Nada tem a ver (como já foi dito e bem) com ser mais ou menos Sportinguista…foram muitos anos a levar porrada e por isso uns defendem-se com o seu pessimismo enquanto outros levantam a moral mais depressa….
Não vi o jogo por isso não vou fazer considerandos! Verei logo na Sporting TV! E não sei em que fase da “tareia” estão…sei que 2 jogos em 2 dias com muitas repetições de jogadores e muita tareia pelo meio tem de dar cansaço! Alguns fizeram 3 jogos em 6 dias! Tanto é assim que o treino antes de ontem (se não me engano) foi cancelado…Mas logo verei com mais calma!
Também acho (como disse ontem) que pré-épocas muito boas normalmente resulta numa época mais fraca…para mim é muito importante perder na pré-época! Mantém as cabeçinhas no lugar, faz com que amanhã se dediquem ainda com mais força ao treino….como o escravo romano que vai ao lado do General no triunfo a dizer-lhe repetidamente “tu és humano”! Além disso mostra as debilidades a tempo de as corrigir….

Mau jogo: excelente resultado!
Num processo de aprendizagem, que se quer evolutivo, os erros são o mais importante que há. Principalmente, se desses erros houver consequencias. Ontem houve vários erros de marcação, de velocidade e de concentração que deram 2 golos do adversário. Por isso, o resultado. E ainda bem. Porque, se Adrien e André Martins e Carillo tivessem marcado aqueles golos “certos”, estaríamos agora a falar de um mau jogo e uma vitória…péssima. Porque seria a 7ª vitoria seguida e não tenho dúvida de que a euforia toldava o discernimento e, de repente, o WILLIAM já era o Sir, e o GERALDES já tinha pegado de estaca e do DIER já ninguem se lembrava dos erros e da apatia, e já não precisávamos de um extremo de raíz porque afinal tínhamos o MANÉ e o CAPEL, e o ANDRÉ MARTINS continua va a bombar, etc, etc, etc. As vitórias servem para isso, servem para, às vezes, são lustro que esconde as nódoas, mas apenas de curta duração. E esta equipa ainda tem nódoas. Normalíssimo. MARCO SILVA deve ter agradecido ao árbitro por ter expulso MAURÍCIO e a ADRIEN e ANDRÉ MARTINS por terem falahado o que parecia certinho. Porque MARCO SILVA quis testar o seu onze-base para a época que ái vem, em 2 jogos seguidos. Como disse no anterior post, essa vai ser a dura realidade destes jogadores: jogos de 4 em 4 dias, e nada melhor do que agora para esticar estes jogadores ao máximo, a ver se eles aguentam. E, ontem, ao contrário de muitos aqui eu vi coisas muito positivas:

Vi que:
– ADRIEN aguenta, e que está um passo à frente de todos os outros. Está muito mais inteligente na sua gestão de esforço e muito mais mandão. É o patrão desta equipa, está um Senhor jogador. Está no melhor momento da sua carreira e, se continuar assim, meus amigos, se ele desfilar a sua classe, agressividade, maturidade e inteligencia no jogo, para a próxima época está num Milionário Colosso Europeu (daqueles com muitos zeros na conta bancária). ADRIEN, quando apareceu em 2007 na primeira equipa do Sporting (de Paulo Bento) era o meu jogador preferido. E só Paulo Bento para o queimar em posições muito menos ambiciosas para o grande player que ele é. ADRIEN é o jogador que todos os treinadores querem ter. Conheci em Braga um miudo da idade dele e seu contemporaneo que tinha jogado nas camadas jovens Associação Recreativa e Cultural de Paçô, e, ele dizia que o ADRIEN com 12 anos era a estrela da Companhia: fintava tudo e todos e tinha um perfume nos pés que só ao alcance dos predestinados. ADRIEN é neste momento o homem mais importante desta equipa. Porque perdeu, finalmente, a sua timidez, libertou-se das amarras que outros lhe impuseram ao longo dos anos e a ausencia do Mundial, veio mostrar…que só lhe fez bem;

– Vi também CARRILLO, La Culebra. Porra…será desta? Vi o peruano com uma entrega, uma intensidade de jogo e a cerrar os dentes como nunca vi nas 3 épocas inteirinhas que já tem de Leão Rampante vestido. CARRILLO pede um gémeo seu do outro lado. Porque CARRILLO desequilibra mesmo e vem dar razão a quem defendeu (como eu, apesar das perdas de paciencia) a sua continuidade. CARRILLO é latino e como todos os latinos, é bebé de colo. Culpa das suas mamãs. Nós, portugueses, tambem o somos e esquecemo-nos disso. CARRILLO precisa de colinho, precisa de um “tap in the back”, duma palavra amiga, não vai lá com desprezo ou fúria ou indiferença. MARCO SILVA, como é inteligente, sabe disso e disse-lhe: “tu és uma estrela. joga o que sabes”. E Ele joga. O CARRILLO desta pré-época não é um brinca-na-areia.É o elemento mais desequilibrador e o motor criativo que estende o futebol da equipa. É para nós o que Markovi foi para os lampiões. o único problema seu é a inconsitencia, mental e física. E, curiosamente, ontem foi aí que todos os outros falharam
e CARRILLO, ageuntou-se.

– vi JEFFERSON. quem daqui pedia já a sua substituição, não percebe a essencia deste turbo brasileiro. Uma vez vi JEFFERSON nas bombas de gasolina da Galp na A5 em Oeiras e pensei par amim: “porra, não tem ar de jogador da bola, parece um gajo igual a todos os outros”. É, realmente, JEFFERSON tem aquele arzinho de merceeiro lá da terra, mas ontem provou que já está lá: muito mais concentrado, muito mais intenso, correndo mais e melhor, antecipando-se no corte. furando o flanco como ele tanto gosta e principalmente jogando mais e melhor com CAPEL. Falhou no primeiro golo? É provável, mas num jogo em que toda a defesa falhou , ele foi o melhor elemento, numa altura em que muitos já o descartavam. Agora, é JONHATAN SILVA que vai ter que correr mais. O lugar de JEFFERSON a Jefferson pertence. Os outros é que têm de o roubar.

– vi JOÃO MÁRIO, que mal entrou, criou perigo . Não vi o JOÃO MÁRIO que muitos viram aqui (será que não vimos o mesmo jogo?). Vi JM muito intenso, mas calmo , numa altura em que as coisas não pareciam correr muito bem. Vi JM a rasgar, a meter o pé, a fazerpressão alta (numa bola recuperada por ele, SLAVCHEV quase marcou). Vi aquele JOÃO MÁRIO que vai ser, sem ´duvida o 12º jogador.

– Vi SLAVCHEV, finalmente, o Lampard Búlgaro. Entrou muito bem, muito esclarecido, muito forte, a par de ROSELL foi um tampão no meio campo. Para os que diziam que era um flop, ontem disse a MARCO SILVA que pode muito bem vir a ser o que contratámos. Com ele, não passa nada e ainda vai lá à frente aventurar-se. Prefiro muito mais a sua evolução (como a dos outros) do que uma vitóriazinha que, nesta fase, não vale nada.

– Vi ORIOL ROSELL. e o que dizer do catalão? se a Liga começasse amanhã, seria titular de caras. Não tem a capacidade de recuperação de bola de WILLIAM, mas é muito mais solto e fresco do que o angolano. Creio que, se WILLIAM não for vendido, a posição 6 vai ser a mais rodada de toda a época. E penso mesmo que vamos ter a melhor dupla de MD de Portugal (de longe!). (principalmente, com a saída do “mierdas” dos lampioes);

– Vi também GERALDES e não me pareceu a nódoa que muitos querem fazer ver. Cometeu o erro que tantos e tantos laterias cometem, que é o de não meter o pé, aquando do centro. Mas quantas e quantas vezes vimos CÉDRIC a cometer o mesmo erro. Claro, que esses erros podem dar golos. E ontem do lado dele saíram dois golos. Mas é a coisa mais injusta do mundo anulá-lo e reduzi-lo a dois erros, quando a restante exibição foi de garra, empenho e determinação. Quantos cortes ele fez? Quantos contra-ataques ele parou? Quantas vezes ele subiu pelo seu flanco? GERALDES está-se a ahabituar à realidade mais competitiva da sua carreira. Mas vai lá chegar, não tenho dúvidas.

Das coisas menos positivas, só uma verdadeiramente me preocupou:
– um jogador cuja falta de tino já preocupa um pouco , como MANÉ: não se compreende como, sendo mais novo e mais fisicamente solto do que a maioria, parece um veterano pesado. Dá a ideia nítida de que não se preparou fisica e mentalmente nas férias para atacar a época. Ainda para mais, quando a equipa tem o dobro das soluções da época passada, logo, deveria estar mais alerta. MANÉ não é um extremo de raiz, certo. E parece que MARCO SILVA ainda não lhe descobriu uma posição certeira. Penso que MANÉ funciona melhor como 2º avançado, mas acima de tudo aquele MANÉ que estávamos habituados a ver com velocidade, discernimento e capacidade de remate, ainda não vimos. Parece que MANÉ ainda não acordou. Se calhar, este não precisa dum tapa nas costas, mas de ser agitado.

Em suma, acabo como começo: mau jogo, excelente resultado: dos reforços, todos eles me convenceram. Até PAULO OLIVEIRA, que é um jogador com um estilo muito pouco popular, mas que tem um jogo mais cerebral e que, como qualquer Central, demos mais temo a ganhar rotinas, pois os centrais são os jogadores mais postos à prova.
Falhámos? não, nem pensar. Nem um mês temos de preparação, jogámos com os mesmos 7 tiulares do último jogo (há apenas dois dias) e perdemos por 2 a zero, contra o 3º classificado da última Liga Holandesa, um adversário que leva mais uma semana (que nesta fase parecem meses). Tudo isto , num jogo em que nunca fomos inferiores, e que mostrámos que , se há trabalho por fazer, há mais ainda já feito.

Estou a gostar bastante da organização desta pré-época, treinos e jogos no limite, cargas muito intensas, a época vai ser longa e é para homens de barba rija.

Fazermos 2 jogos no espaço de 48h com treinos duros nos intervalos só veio trazer ao de cima (se é que ainda não tinha ficado à vista) as debilidades, tais como a dificuldade do Jefferson em acertar na marcação (compensa sempre com a corrida, mas às vezes não chega a tempo), as bolas nas costas do Dier e as suas falhas de concentração, e primeira pré-época com tareias a sérios para alguns jogadores, a dificuldade do André Martins em procurar espaço vazio para jogar e em segurar o jogo, a falta de eficiencia do Capel (corre, esforça-se mas resulta em quê?), bolas pelo ar do Boeck e o constante afastamento do Montero das zonas de finalização.

Ficaram também à vista os pontos fortes como a resistência do Geraldes, Jefferson e Adrien, a qualidade de reflexos e jogo de pés do Boeck, a marcação forte dos centrais, posicionamento do William, a pressão do Adrien e do André Martins, a técnica do Carillo e a simplicidade e agilidade do Tanaka.

Com uma preparação destas tenho a certeza que teremos pernas e cabeça para atingir grandes objectivos!