«Estive no Sporting muitos anos, mas quando surgiu a hipótese de vir para o Tottenham não hesitei. Tinha de vir, pois era óptimo para mim. Passei a pré-época com isto sempre na cabeça. Estive no Sporting desde os oito anos e continua a ser a minha segunda família»
Portanto, se passaste a pré-época sempre com isto na cabeça, significa que a conversa de que querias ficar vale o que vale, certo? E que a renovação de contrato dificilmente passaria de uma miragem, certo?

«Não gostei do comunicado. É estranho tratarem alguém assim, que estava no clube desde os oito anos, que respeitou sempre o Sporting e que tentou fazer tudo bem feito. Depois, na altura da saída, vejo um comunicado daqueles? Sinceramente, acho um pouco estranho…»
Então, Eric, conta lá o que querias que se dissesse? Que se aplaudisse de pé a tua saída?

«Surgiu uma proposta que tinha a cláusula dos cinco milhões no contrato. A culpa não é minha. Essa cláusula está lá desde os 16 anos. Tiveram quatro anos para mudar e esta direcção até já tem um ano e meio de mandato…»
Portanto, nunca se tentou renegociar o contrato e essa cláusula?

«A única vez que me fizeram uma proposta foi neste verão. Essa foi a primeira vez que houve conversas»
Então, afinal tentaram alterar-te o contrato, ou não? 

«Fomos negociando e só depois é que apareceu o Tottenham. O Sporting tinha a opção de igualar as condições que me foram oferecidas, mas optou por não o fazer. Ao mesmo tempo, deram a intender que não tinham interesse na minha continuidade. Se quisessem que eu ficasse, tentavam igualar»
Estás a ser ridículo, Eric. Achas, mesmo, que o Sporting pode igualar os valores que se pagam na Premiere? Para quem se gaba de estar no clube há tanto tempo, tens pouca noção da realidade…

«o problema nunca foi dinheiro. As cláusulas que o Sporting queria impor é que dificultaram as negociações»
cláusulas representam dinheiro, Eric… Já agora, e porque dizes que tiveste outras propostas, deixa-me perguntar-te: foste tu que não quiseste ouvir essas propostas ou foram esses clubes que nunca se chegaram à frente com os cinco milhões? Pois é…

«Uma cláusula de 45 milhões implica um ordenado ao mesmo nível. Além do mais, ficamos completamente presos ao clube. Sou um central e queriam-me por uma cláusula de 45 milhões com um salário que não justifica esse valor? Nem pensar… para mim não faz sentido, mas respeito os meus colegas que aceitaram estas condições»
Ah, então, afinal, o dinheiro também conta! Deixa ver se eu entendo, se o Sporting te pagasse um valor que tu achas justo para a cláusula, até podias ter pensado, é isso?

«No último ano e meio fui muito maltratado. Nunca vou esconder isso. Para alguém que estava no clube desde os oito anos e que nunca tinha tido problemas com ninguém… […] Exactamente, desde que esta direcção assumiu a presidência  […] Acho que fui maltratado e as pessoas do Sporting sabem disso. Um dia, no futuro, as coisas irão sair cá para fora…»
Fico ansiosamente à espera. Espero é que não escolhas o Octávio Machado para escrever-te o prefácio…

«Conheço bem o Tiago Ilori e o Bruma e somos os três ambiciosos. Eu e o Tiago nunca escondemos que queríamos jogar na Premiere League. Quero sempre desafiar os melhores, treinar com os melhores, evoluir. Não tenho receio do futuro. Vou tentar adaptar-me ao futebol inglês. Não vou impor metas»
Não?!? Não vamos ter o teu pai a exigir a tua titularidade?!? Estranho…

(não está impedido de regressar a Portugal. Aceitaria jogar num dos rivas?) «para mim é 50/50, coração e profissão. Sou do Sporting, por isso… Acho que o coração pesaria mais na minha decisão. Não me vejo a jogar noutro clube em Portugal»
Não te preocupes. A pasquinagem depessa te arranja uma capa onde estarás a caminho de um deles…

«Fui à Academia na quinta-feira de manhã para ir buscar as minhas coisas e despedir-me de toda a gente. O presidente estava lá, cumprimentou-me e não disse nenhuma palavra. Seguiu em frente. Não e desejou boa sorte nem nada, o que é um pouco estranho. Estive no Sporting 12 anos e saio sem uma palavra do presidente? Para mim, é estranho…»
Rapaz, que eu sabia, os comunicados são autorizados pelo presidente. E parece-me que te desejaram boa sorte… mas, tudo bem, se calhar preferias que as pessoas fossem hipócritas para ti. Já agora, achas que o Sporting te deu pouco? E permite-me outra pergunta: se gostas assim tanto do Sporting e sublinhas, várias vezes, os anos que tens de casa, porque raio é que sais através de uma cláusula daquelas escritas em letras pequeninas e deixas o clube sem garantia de que não regressas para um rival ou que, caso confirmes o teu potencial, uma futura venda tratá mais uns trocos para os cofres de Alvalade?

 

Resumidamente, acho que esta acaba por ser uma história simples. Eric Dier queria regressar a Inglaterra e jogar na Premiere League. Conseguiu o que queria, saindo sem brilho. Esta entrevista é uma espécie de lavar de mãos, que me parece patético. Não será ele o único culpado? Sem dúvida. Agora, ó Eric, não nos tentes fazer de parvos e pedir-nos para acreditar que és uma vítima no meio de toda esta novela.

p.s. – a entrevista também fala de futebol. Essa segunda parte, fica para mais tarde (até porque amanhã há bola)